Com os dias contados, Classe E dos 'olhos redondos' esbanja charme e força
Com 4,9 metros e colado ao chão, Classe E desafia pecha de "tiozão" (Murilo Góes/UOL)
A nova Classe E da Mercedes-Benz foi provavelmente a maior atração do esvaziado Salão de Detroit 2009, que termina no próximo domingo (25). O carro apresentado nos Estados Unidos apagou uma assinatura estética que o acompanhou por duas gerações: o conjunto óptico com quatro luzes circulares na dianteira. Enquanto o novo modelo não chega ao Brasil -- o que deve acontecer apenas no segundo semestre --, rodamos com um Classe E 500 incrementado com o pacote esportivo (apenas estético) AMG (a divisão de performance da marca), e ainda ostentando os quatro faróis arredondados. É esse carro que segue à venda por aqui, pelo preço de R$ 369 mil.
ESSE CARRO FICA BEM NA FOTO | |
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MAIS IMAGENS EXCLUSIVAS DO CLASSE E |
Em tese, o design do Classe E é o mais conservador da gama da estrela, principalmente porque seus faróis não seguem a tendência mundial de alongarem-se longitudinalmente (para dar idéia de movimento e "agressividade") e por sua grade superior ser tão massiva e cromada.
No entanto, o conjunto formado pelas rodas de liga de 18 polegadas, as pinças de freio dianteiras assinadas, o duplo escape para dar conta do V8, os spoilers laterais e, na parte estrutural, o discreto -- mas perceptível -- rebaixamento da suspensão em 1,5 centímetro, funciona como um elixir da juventude. Com esse toque de "maldade", o Classe E 500 acaba passando uma impressão de exclusividade que hoje não existe, por exemplo, nos sedãs da Classe C.
O interior do modelo segue o padrão de excelência da marca alemã. Carro de luxo é carro de luxo -- e isso se traduz em detalhes como o revestimento em couro almofadado nas quatro portas, os múltiplos ajustes dos bancos dianteiros por comandos intuitivos (cujas teclas imitam assento, encosto e apoio de cabeça), o ar-condicionado digital quadrizone com ajuste de temperatura traseiro, o volante revestido, o acabamento minucioso e em tons sóbrios, o som Harman Kardon (que tem alto-falante frontal) e o silêncio a bordo quando esse é desligado. Como é normal nesse tipo de sedã, quatro pessoas viajam como reis, mas um quinto ocupante tende a incomodar (a si mesmo e aos outros). O único senão é o painel, com péssimos indicadores digitais de temperatura e combustível à base de "risquinhos".
DUAS FRENTES |
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O novo Classe E tem quatro faróis dianteiros de formatos irregulares |
O contraste com a dianteira que sai de linha é forte. Mas ficou melhor? |
Os itens de segurança são vastos e incluem airbags em todos pontos estratégicos, controle eletrônico dos freios hidráulicos (que têm ABS), programa de estabilidade (ESP) e apoios de cabeça dianteiros ativos (para proteção em colisões traseiras) -- além do Pre-Safe, um sistema automático que, numa situação de frenagem extrema e/ou perda de controle do veículo, tensiona antecipadamente os cintos de segurança dianteiros e fecha os vidros, evitando que partes do corpo flutuem para fora do carro. Felizmente, UOL Carros não pôde testar nada disso.
Sob o capô do Classe E 500 pulsa um motorzão 5.5 V8, com 32 válvulas, capaz de produzir 388 cavalos de potência e um respeitável torque de 54,1 kgfm já em 2.800 rotações. É bastante coisa para empurrar os quase 1.800 kg do sedã, e garante uma performance agressiva, mas sempre sob absoluto controle: não importa o quanto você pise no acelerador (a velocidade máxima, limitada eletronicamente, é de 250 km/h), o Classe E parece deslizar sobre trilhos. A 100 km/h a sensação é de que ele está parado. Por isso, aquela alavanca extra que fica à esquerda do volante, para comandar o cruise control e o limitador manual de velocidade, é um item de segurança indispensável a esse carro.
Motor V8 do E 500 produz 388 cv |
FICHA TÉCNICA COMPLETA |
As retomadas são um caso à parte. Como o torque máximo é brutal e surge muito cedo, o motorista mais incisivo vai sempre sentir aquela "empurrada" em direção ao encosto, como se fosse o impacto de um turbo. A conta disso tudo vem no consumo, nunca melhor que 7 km/l de gasolina na estrada, e muitas vezes na casa dos 5 km/l.
SAI DA FRENTE
O acerto mais esportivo da suspensão (que tem três opções, ajustáveis por tecla no console) e os pneus largos e baixos são responsáveis por boa parte da performance emocionante do carro alemão -- ele fica grudado no chão mesmo nas curvas mais críticas. E o câmbio automático 7G-Tronic de sete velocidades oferece opção de trocas sequenciais em aletas atrás do volante -- uma cereja no bolo de uma condução que nada tem de careta.
Uma colega de trabalho de UOL Carros comentou, depois de ver o Classe E na garagem: "Então o carrão que você está testando é um que tem uma 'mira' na frente?" A referência, claro, era ao clássico emblema com a estrela da Mercedes-Benz, posicionado na extremidade do capô (e que vai sumindo da gama da marca). É engraçado, mas ela tem razão: na estrada, os carros à frente davam passagem assim que viam o Classe E no retrovisor -- alguns até saíam para o acostamento. Uma parte, para não ficar na linha de tiro de uma máquina como essa; outra parte, provavelmente, para apreciá-la por inteiro. O novo Classe E é bonito e moderno, mas esse que permanece à venda no Brasil tem uma personalidade única.
ALGUNS VALORES | |||
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