Crossover Volvo XC60 chega apostando em design e segurança
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Atualizada às 19h10
A Volvo apresentou nesta sexta-feira (13) o crossover XC60, que desembarca no Brasil poucos meses após seu lançamento mundial, no Salão de Paris, em outubro de 2008. O carro chega em três versões: Comfort, por R$ 138.500, Dynamic, por R$ 156.500, e Top, por R$ 165.900. O motor das três configurações do XC60 é sempre o mesmo: um turbo de 3 litros, seis cilindros (em linha), com potência de 285 cavalos. Também não muda a transmissão, a Geartronic automática de seis velocidades. O XC60 tem tração integral.
ÁLBUM DE FOTOS |
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Um dos pontos fortes do modelo é o design, que mostra a mesma ousadia (embora com resultados completamente diferentes) empregada no desenho do "futurista" C30. O novo crosssover tem uma dianteira imponente, suavizada pelas lanternas verticais colocadas entre os faróis e a grade (solução usada pelo novo Mercedes-Benz Classe E), e uma traseira peculiar -- elevada, ela arremata (e ressalta) as linhas de caráter e de cintura ascendentes. As lanternas de desenho fluido, "escorrendo" pela coluna C, dão o toque final.
A classificação como crossover (modelo que mistura características de dois ou mais tipos de carro) é usada pela Volvo porque o XC60, segundo ela, tem elementos de cupê esportivo somados aos de utilitário esportivo (SUV). Aparentemente, é uma alfinetada no BMW X6. Para UOL Carros, trata-se mesmo de um crossover, mas por cruzar station wagon com SUV.
Para além do visual, a estrela do XC60 é o sistema City Safety, capaz de frear o carro de modo autônomo quando em velocidade igual ou inferior a 30 km/h.
No caso de a velocidade relativa ao obstáculo ser de até 15 km/h, a Volvo garante que o XC60 freia totalmente, e o impacto é evitado. Entre esse valor e os 30 km/h, o sistema pode ao menos amenizar os eventuais danos da batida. Segundo a marca, o City Safety (que pode ser desativado pelo motorista) utiliza um sensor a laser. Instalado no para-brisa, ele detecta obstáculos até 10 metros à frente do XC60. Com ângulo de varredura restrito, não serve para segurar o carro num movimento em diagonal (por exemplo, numa mudança de faixa).
Útil se o obstáculo à frente for outro carro, um caminhão ou mesmo um muro, o City Safety não é capaz de perceber motocicletas e pedestres, pequenos demais para devolver informação suficiente ao sistema. Quanto às velocidades de atuação, a Volvo diz que elas abrangem cerca de 75% das colisões urbanas.
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O XC60 possui também controle de estabilidade e de tração, sistema anticapotamento e airbags laterais. A Volvo o define como seu carro mais seguro -- ou seja, segundo ela mesma, é o carro mais seguro do mundo.
Com o XC60, a Volvo pretende liderar o sub-segmento de crossovers premium, no qual ela vê, hoje, o Land Rover Freelander como maior adversário. O Ford Edge também pode ser considerado um rival do carro sueco. A expectativa dos executivos da Volvo é emplacar cerca de 100 unidades do crossover importado por mês. Um primeiro lote de 400 exemplares do XC60 já está totalmente vendido; quem quiser comprá-lo vai ter de esperar até abril.
Caso atinja esse desempenho de mercado, o XC60 ultrapassará o hatch C30 como produto mais bem-sucedido da Volvo no Brasil.
XC60: SOPA DE LETRINHAS | |||||||||
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CITY SAFETY EM AÇÃO
A Volvo organizou dois testes para mostrar o XC60 aos jornalistas. No primeiro, pôs a prova o City Safety. O XC60 foi acelerado a até cerca de 20 km/h, em linha reta e na direção de um obstáculo que simulava outro veículo parado à frente. UOL Carros seguiu a orientação do instrutor: não pisar no freio nem mesmo por instinto. O XC60 parou automaticamente, e totalmente, a poucos centímetros do obstáculo. A freada foi relativamente brusca, e o cinto de segurança teve trabalho.
Uma segunda etapa do teste consistiu em contornar alguns obstáculos e depois repetir a rota de colisão frontal, sempre a 20 km/h. As curvas serviram para mostrar que o City Safety não entra em ação em situações normais de tráfego (como a já citada mudança de faixa), em manobras num estacionamento etc. Mais uma vez, o sistema funcionou bem. A conclusão é: com o XC60, você nunca vai entrar na traseira de um carro por distração. Se entrar, vai ser devagarinho.
IMPRESSÕES AO DIRIGIR
No teste de rodagem, o XC60 foi conduzido por cerca de 80 km, a maior parte deles em estrada de boa qualidade, com alguns traçados sinuosos e sob chuva constante. O conjunto do crossover agradou bastante, e em quase tudo.
Na cabine, sobra espaço para a família, a posição de dirigir é excelente, a empunhadura e a resistência do volante são perfeitas, o painel é sóbrio e elegante, o console em aço escovado é classudo, e não faltam equipamentos de conforto (de resto, obrigatórios para um carro dessa categoria). No entanto, algumas peças em plástico empregadas no acabamento destoam do conjunto -- e, pior, fizeram algum ruído durante o test-drive. O exemplar testado por UOL Carros tinha a configuração Dynamic, intermediária na gama (cuja diferenciação interna está na presença ou ausência de itens como teto solar e sistema de som Audio High Performance).
OS RIVAIS
Land Rover Freelander 2: R$ 149.900
Ford Edge: R$ 149.700
O bom motor turbo de 3 litros, que conjuga os 285 cv de potência a um raçudo torque de 40 kgfm, fala forte nas arrancadas e retomadas -- o som do propulsor explorando o limite de cada marcha é o principal toque esportivo na performance do XC60. Depois de ganhar embalo, o motor se cala e trabalha em silêncio para manter o carro em velocidades de cruzeiro na faixa dos 120 km/h. Caso queira se divertir um pouco mais, o motorista pode fazer as trocas manualmente, deslocando a alavanca para cima ou para baixo.
A média de consumo apontada pelo computador de bordo foi de 7,7 km/l, usando gasolina, único combustível aceito pelo carro.
A suspensão do XC60 pareceu um pouco mais dura que a média dos crossovers, que geralmente têm um acerto mais voltado para o conforto e para a experiência urbana. Nada que incomode, e com a vantagem de aumentar a sensação de estabilidade. Que é, por sinal, outro ingrediente -- junto com a sopa de letrinhas dos sistemas automáticos -- da receita de segurança do XC60, da qual o City Safety é apenas o glacê.
Enfim, o XC60 é um belo carro, atualíssimo e em linha com o que há de melhor no mundo em termos de dirigibilidade e respeito aos ocupantes. A ressalva é que aqui paga-se muito caro por tudo isso. Nos Estados Unidos, onde aliás a Volvo (que ainda pertence à Ford) é vista como uma marca premium e diferenciada, o crossover começa em US$ 37.200 (cerca de R$ 84.000 pela cotação desta sexta). Com essa diferença, dá para comprar um Focus...
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