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Porsche Boxster 2.9 ganha mais tecnologia e alguns cavalos extras

Da AutoPress

Especial para o UOL<br>Em Lisboa (Portugal)

11/05/2009 17h16

A mais recente onda de desenvolvimento aplicada pela Porsche em seus esportivos chega finalmente ao Boxster. Tal como no 911 e no Cayman, o modelo viu o seu visual exterior ser aprimorado, mas é na base mecânica que se sente verdadeiramente a evolução. No caso do Boxster, a peça central é o motor 2.9 com 255 cavalos, que proporciona 10 cv a mais do que seu antecessor, mas com menores consumos e emissões.
 

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    O Porsche Boxster sofreu algumas alterações visuais, mas os ganhos mais importantes ocorreram no pacote dinâmico-tecnológico e no propulsor de 2,9 litros

Outros avanços são os novos ajustes de suspensões, um sistema de freios reforçado e um câmbio automatizado de sete marchas com dupla embreagem opcional. São peças que se encaixam no quebra-cabeças mecânico dessa nova evolução do emblemático modelo da Porsche.
 

ÁLBUM DE FOTOS
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Além da caixa de marchas, a unidade avaliada estava carregada de opcionais. Caso do diferencial autoblocante, da suspensão ativa e do desejado pacote Sport Chrono Plus, que torna a resposta do motor, do câmbio e do escapamento mais esportivas e agrega um cronômetro ao topo do console central. São opções que fazem a diferença em estrada.

Mesmo que fosse necessário, não é preciso resumir muito a lista de alterações estéticas recebidas pelo novo Boxster. Essas se limitam aos para-choques com entradas de ar redesenhadas, aos faróis e lanternas com LEDs, aos retrovisores externos com maiores dimensões e à saída de escape, agora oval -- além das novas rodas aro 18, que acentuam o perfil "musculoso" desse roadster. Essas mudanças estéticas sutis cairam bem no conjunto do modelo, e permitem a ele circular sob o olhar atento dos pedestres.

O ambiente interior ganhou um toque mais refinado graças ao novo revestimento em tom negro acetinado aplicado no console central, no qual surge uma nova tela de LCD (de 6,5 polegadas, sensível ao toque) com o sistema de navegação da Porsche, opcional na Europa. Esse bom ambiente é acentuado pelas aplicações em couro natural (são dez opções de cores).
 

FICHA TÉCNICA PORSCHE BOXSTER 2.9

Motor: A gasolina, central traseiro, longitudinal, 2.893 cm³, com seis cilindros contrapostos, quatro válvulas por cilindro e comando duplo no cabeçote, com variação na abertura das válvulas. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica de combustível.
Transmissão: Câmbio automatizado com dupla embreagem de sete marchas à frente e uma a ré, com trocas sequenciais. Tração traseira, com diferencial autoblocante. Oferece controle eletrônico de tração de série.
Potência máxima: 255 cv com gasolina a 6.400 rpm.
Torque máximo: 29,6 kgfm entre 4.400 rpm e 6 mil rpm.
Diâmetro e curso: 89,0 mm x 77,5 mm. Taxa de compressão: 11,1:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores pressurizados e barra estabilizadora. Traseira independente, do tipo McPherson, com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Oferece controle eletrônico de estabilidade de série.
Freios: Discos ventilados nas quatro rodas. Possui ABS e EBD de série.
Carroceria: Conversível em monobloco, com duas portas e dois lugares. 4,34 metros de comprimento, 1,80 m de largura, 1,29 m de altura e 2,41 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais e laterais de série.
Peso: 1.365 kg com 305 kg de carga útil.
Porta-malas: 280 litros.
Tanque: 64 litros.
Preço no Brasil: a partir de R$ 256 mil.

O processo de abertura da capota pode ser feito em movimento até a velocidade limite de 50 km/h. O mecanismo ainda requer a liberação de uma alavanca para soltar o fecho, mas essa intervenção manual não requer nenhum esforço. Logo a seguir, entra em ação um motor elétrico, que se encarrega de descobrir totalmente o habitáculo em pouco mais de 10 segundos.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR
Ao assumir a posição de condução no Porsche Boxster, tem-se de imediato a impressão de que tudo foi pensado e orientado para o motorista explorar o potencial dinâmico do carro. Além da correta posição dos pedais e dos instrumentos, o motorista é envolvido pelo excelente apoio lateral dos bancos esportivos e tem à disposição um volante de couro com o tato e espessura ideais. O volante dispõe de borboletas para o acionamento do câmbio PDK -- que poderiam ser mais intuitivas e fáceis de se utilizar.

No momento em que se aciona a ignição, o novo motor boxer (de cilindros contrapostos) com 2,9 litros e 255 cv faz notar o seu despertar com um som rouco e envolvente, o que prepara o motorista para momentos intensos ao volante. Já em movimento, a resposta desse bloco é enérgica e mantém-se constante numa ampla faixa de regimes.

O bom desempenho do câmbio de dupla embreagem, com passagens rápidas e sem hesitações, ajuda o condutor a abordar situações de esforço com tranquilidade. Mas a faceta mais explosiva do Boxster só surge quando é pressionado o botão Sport, uma regalia do citado pacote Sport Chrono Plus. O modo coloca a disposição do condutor acelerações realmente fulminantes. Como se trata de uma versão PDK, temos direito ainda aos modos SportPlus, que aciona o Launch Control, o qual assegura a melhor largada com aceleração máxima quando se pisa no acelerador até o fundo, com um maior torque e troca de marchas mais velozes.

O sistema tem o mérito de aproximar este Boxster de seus limites naturais e proporcionar uma experiência de condução já próxima das pistas. Como é óbvio, estes modos são aconselháveis para ocasiões especiais e em condições livres. De acordo com a Porsche, o Boxster 2.9 vai de zero a 100 km/h em 5,8 segundos, e alcança a velocidade máxima de 261 km/h.

Com a adição de novas calibragens de suspensão e de um sistema de frenagem reforçado, o Boxster permite ao condutor manter a sensação de controle em ritmos elevados. A presença do diferencial autoblocante e da suspensão ativa acentua a capacidade do roadster de quase literalmente colar ao asfalto em trajetórias exigentes, que são descritas com um elevado grau de precisão, auxiliado pela direção direta e com boas reações.

Os trechos sinuosos são ideais para o Boxster. Neles se pode explorar os modos mais permissivos dos controles dinâmicos, tornando-se quase irresistível testar os limites de aderência. Outra particularidade do Boxster é a capota de lona, que, mesmo em velocidades mais elevadas, mantem o habitáculo isolado de grandes interferências acústicas. O que faz esquecer, muitas vezes, que se está ao volante de um roadster.
(por Nelson Oliveira, da AutoMotor de Portugal)