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EcoSport XLT automático é o cartão de visitas da linha SUV da Ford

Da AutoPress

Especial para o UOL

11/07/2009 08h25

No segmento de compactos, é duro manter imagem de sofisticação em meio a tanta preocupação com custo/benefício. Para isso, é preciso lançar mão de algumas bossas visuais e dos equipamentos certos. A Ford optou pela transmissão automática para valorizar a versão XLT 2.0 16V do EcoSport -- único modelo de dois litros da Ford com motorização flex. No papel de utilitário esportivo compacto top, a XLT é a mais completa e, por isso mesmo, a mais cara. Seu preço, que parte dos R$ 62.295, é maior até que o da versão com tração 4x4. Mesmo assim, a configuração automática é a de maior sucesso. Responde por 34% de todas as vendas do motor 2.0. E ajudou esta motorização a ganhar participação dentro da gama.

  • Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

    Versão top automática XLT mostra sofisticação do utilitário esportivo da Ford

Em 2007, o propulsor 2.0 respondia por apenas 13% das vendas totais do utilitário esportivo, enquanto hoje esse índice chega a 22%. É verdade que há dois anos esse motor era apenas a gasolina. A tecnologia flex para o EcoSport 2.0 chegou apenas no fim do ano passado. A unidade de força passou a gerar 145 cv com álcool e 141 cv com gasolina, a 6 mil rpm. O torque máximo chega a 19,4/19 kgfm a 4.250 rotações -- números do propulsor que trabalha com o câmbio automático de quatro velocidades.
 

BEM EQUIPADO
Para justificar o preço, o EcoSport XLT se sustenta não só na transmissão automática e no motor mais potente, mas também no volume de equipamentos. O modelo mais recheado da linha sai de fábrica com airbag duplo frontal e freios com ABS. Na parte de conforto, ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, Bluetooth, volante e banco do motorista com regulagens de altura, rádio/CD/MP3 com entradas USB, auxiliar e para iPod e comandos na coluna de direção, computador de bordo, entre outros. O único opcional da configuração é o revestimento em couro, que faz o utilitário esportivo chegar a R$ 64.750.

Desta forma, o Eco ficaria mais barato do que seria seu rival, o Mitsubishi Pajero TR4 2.0 Flex automático, que custa R$ 69.490. Só que o modelo da marca japonesa tem vocação realmente off-road, com tração 4x4. O EcoSport, na verdade, acaba por brigar mesmo com outros modelos com apelo visual jipeiro, como Volkswagen CrossFox, Fiat Palio Adventure -- este oferece bloqueio do diferencial -- e Renault Sandero Stepway. Só que as configurações destes modelos com quase todos os equipamentos da versão XLT ficam com preços entre R$ 51 mil e R$ 59 mil. E o exemplar da Ford é o único que oferece um visual de SUV e a transmissão automática. Tudo isto ajuda a explicar como o EcoSport continua reinando sozinho no segmento, com médias de vendas mensais superiores a 3 mil unidades.
 

FICHA TÉCNICA

Ford EcoSport XLT 2.0 automático
Motor: Gasolina e álcool, dianteiro, transversal, 1.999 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo de válvulas no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático de quatro velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência: 141/145 cv (g/a) a 6 mil rpm.
Torque: 19/19,4 kgfm (g/a) a 4.250 rpm.
Diâmetro e curso: 87,5 mm X 83,1 mm. Taxa de compressão: 10,1:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços inferiores, molas helicoidais com compensação de carga lateral, amortecedores pressurizados hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira semi-independente com eixo de torção auto-estabilizante, molas helicoidais e amortecedores pressurizados.
Freios: A discos ventilados na frente e a tambores atrás. ABS de série.
Carroceria: Carroceria: Utilitário esportivo compacto em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,24 metros de comprimento, 1,73 m de largura (1,98 m de largura total), 1,67 m de altura e 2,49 m de distância entre-eixos. Airbag duplo frontal de série.
Porta-malas: 296 litros/712 litros com o banco traseiro rebatido.
Peso: 1.234 kg em ordem de marcha, com 436 kg de carga útil.
Tanque: 54 litros.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR
O grande atrativo da versão top do EcoSport causa certa estranheza. Principalmente pela solução de design para o câmbio automático. Em vez de elevar a base do console central para trazer a manopla para perto do motorista, que fica sentado no alto, a Ford preferiu mantê-la baixa e alongar a alavanca. O arranjo, que ficou parecendo uma adaptação, talvez seja fruto da "filosofia" de dar pouca atenção ao acabamento, que o SUV carrega desde seu lançamento, em 2003. Mas isso não é capaz de empenar a melhor virtude do EcoSport XLT 2.0: o desempenho.

O motor de 145 cv responde bem às investidas no acelerador e o bom entrosamento com a transmissão automática resulta em uma performance que está longe de ser vigorosa, mas que se mostra bastante competente para a proposta urbana do EcoSport. O zero a 100 km/h foi feito em 12,4 segundos. Na hora de ultrapassar e encarar aclives, contudo, é preciso atenção. O motor só enche mesmo depois dos 4 mil giros e há um pequeno buraco entre a terceira e a quarta marchas, o que provoca indecisões da transmissão.

Depois também é preciso paciência para colocar o velocímetro do EcoSport na máxima de 160 km/h. Neste momento, há sinais de flutuação da frente. No mais, a estabilidade do utilitário esportivo se faz eficiente nas curvas e só vacila mesmo nas freadas bruscas, quando a suspensão traseira mais alta e mole faz o modelo embicar. (por Fernando Miragaya)
 

DE ZERO A 100 PONTOS, O FORD ECOSPORT XLT 2.0 A/T

Desempenho - O ímpeto do motor 2.0 de 145 cv com álcool do EcoSport se conjuga bem com o câmbio automático. Apesar de ter apenas quatro velocidades, as relações são bem escalonadas -- há apenas uma abertura excessiva entre a terceira e a quarta marchas --, o que confere ao SUV um desempenho honesto, apropriado para sua proposta urbana. As retomadas, porém, são comprometidas principalmente pelo torque de 18,7 kgfm disponível tardiamente em sua plenitude aos 4.250 giros. Nota 8
Estabilidade - Em curvas, o utilitário esportivo torce a carroceria mas não faz menção de desgarrar ou sair da trajetória. Nas freadas bruscas, quando o ABS opcional é chamado à ação, o modelo embica além do recomendável. Nas retas, a comunicação entre volante e rodas fica vacilante a partir dos 150 km/h. Nota 7
Interatividade - A ergonomia no EcoSport é elogiável. A maioria dos comandos são encontrados de forma intuitiva e a posição de dirigir elevada facilita a visibilidade. Mas as largas colunas traseiras e o estepe na tampa do porta-malas prejudicam a visão do motorista. O quadro de instrumentos é de fácil visualização, embora o computador de bordo merecesse um display maior. Nota 7
Consumo - A média de 6,1 km/l pode até ser considerada regular para um automático com álcool e em uso 2/3 na cidade e o restante na estrada. Nota 6
Conforto - Apesar do que o estilo SUV do EcoSport possa sugerir, trata-se de um compacto. Ou seja, há espaço limitado para pernas e apenas a altura beneficia o vão para cabeças. A suspensão mais macia absorve bem os buracos, mas o isolamento acústico é falho e o barulho do motor invade o habitáculo já em 90 km/h. Nota 6
Tecnologia - O EcoSport usa a plataforma do Fiesta, de 2002, moderna para os padrões brasileiros e que já está caindo em desuso na Europa. A transmissão automática é herdada da antiga geração do Focus. Nesta versão top, os itens de segurança são de série. Nota 7
Habitabilidade - O porta-malas é apenas razoável com seus 296 litros. Os acessos dos passageiros são facilitados pelo bom vão das portas. A quantidade de porta-objetos é boa e a iluminação interna, eficiente. Nota 7
Acabamento - Desde a estreia, em 2003, é o ponto fraco do utilitário esportivo. Os materiais aparentam simplicidade, os fechamentos e encaixes são imprecisos e descuidados e há rebarbas explícitas. Nota 5
Design - O EcoSport continua um modelo simpático e ganhou ares ainda mais arrojados com o face-lift de 2007, quando incorporou parte do estilo Knetic, da Ford europeia, como os faróis angulosos. Agrada pelo jeito imponente de SUV sem parecer brutamontes. Nota 8
Custo/Benefício - Por R$ 62 mil, o modelo mais completo da linha só fica um pouco mais barato que um SUV realmente off-road, como o Pajero TR4 automático. E mais caro que os lameiros estéticos Sandero Stepway e CrossFox, com a vantagem de oferecer a transmissão automática. Nota 7
Total - O Ford EcoSport XLT 2.0 flex automático somou 68 pontos em 100 possíveis. NOTA FINAL: 6,8