Mitsubishi TR4 2010 chega com preço a partir de R$ 65,5 mil
Nascido iO quando importado do Japão a partir de 1999, o utilitário esportivo compacto da Mitsubishi foi rebatizado como TR4 quando passou a ser montado na fábrica de Catalão, em Goiás, em 2002. De lá para cá, já passou por três re-estilizações, ganhou motor flex e teve cerca de 50 mil unidades comercializadas no país. Com a versão 2010, a Mitsubishi espera vender cerca de mil unidades por mês do novo modelo.
Frente com linhas acentuadamente arredondadas é a grande novidade do 'lameiro' TR4 2010
Agora, após seu terceiro -- e caprichado -- face-lift, esse modelo de entrada da fabricante japonesa no Brasil ganhou visual mais moderno, motor um pouco mais potente e manteve todos os atributos que fazem dele um autêntico veículo 4x4, com todos os recursos necessários para andar bem na estrada e fora dela.
O novo modelo 2010 está disponível nas versões com câmbio automático de quatro velocidades (R$ 71.990) ou manual de cinco marchas (R$ 68.990), ambos equipados com o mesmo motor 2.0 Flex 16V HCR de 140 cv de potência e sistema 4WD Super Select, que possibilita utilizar o veículo com tração apenas nas rodas traseiras ou nas quatro rodas, com ou sem bloqueio do diferencial central e reduzida.
A Mitsubishi oferece ainda uma versão mais barata, batizada GLS (R$ 65.550), com as mesmas características técnicas das demais, porém sem airbag para passageiro e freios traseiros a tambor, sem ABS e EBD, disponíveis de série nas outras versões.
ÁLBUM DE FOTOS |
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AINDA QUADRADO
O perfil "quadradinho" foi mantido, mas uma série de pequenos detalhes tornaram o visual do TR4 bem mais moderno. A frente, com linhas acentuadamente arredondadas, ganhou novos capô, para-choque, para-lamas e a característica grade dianteira com o conhecido logotipo dos três diamantes, presentes em todos os modelos da marca.
A lateral perdeu os antigos vincos, ficou mais limpa e ganhou saídas de ar de ambos os lados do compartimento do motor, que acentuaram a sensação de esportividade. As rodas agora são de aro de 17 polegadas de diâmetro, calçadas com pneus ATR de perfil mais baixo, na medida 225/65 que, segundo a marca, oferecem bom rendimento tanto no asfalto quanto na terra.
De traseira, é o estepe fixado na tampa do porta-malas o que mais chama a atenção. Mas o conjunto parece bem equilibrado. O para-choque ganhou um molde na forma de "u" para acomodar adequadamente o estepe, e as lanternas, o brake-light e o spoiler posicionado sobre o teto acentuam um visual mais atualizado.
IMPRESSÕES AO DIRIGIR
O que parecia ser uma benção para a apresentação de um modelo dotado de todos os recursos 4x4 disponíveis num veículo desse porte, acabou sendo um pesadelo para os organizadores do evento de apresentação do Mitsubishi TR4 2010. A chuva torrencial que caiu antes e durante o teste-drive, literalmente levou por água abaixo a trilha preparada para utilizar o TR4.
O modelo é dotado de um sistema de tração 4x4 optativo, batizado Super Select 4WD-I, que permite trafegar com tração apenas nas rodas traseiras, ideal para condições normais de uso na cidade ou estrada sobre pisos secos; 4x4 High, que melhora o desempenho ao rodar sobre pisos asfaltados ou de terra mas com pouca aderência; 4x4 High Lock, que também permite rodar em qualquer velocidade sobre pisos com pouca aderência, mas com o diferencial central bloqueado; e 4x4 Reduzido, para uso no off-road mais pesado, em velocidades máximas de até 50 km/h.
Laterais mais limpas e com saídas de ar do compartimento do motor acentuam esportividade
Poucos modelos no mercado brasileiro oferecem todos esses recursos. E, mesmo assim, dependendo das dificuldades do terreno, nem com a ajuda deles um veículo consegue passar. Esse foi o caso da trilha preparada pela Mitsubishi para demonstrar aos jornalistas como o TR4 se comportaria sob exigência máxima. Sob chuva torrencial o percurso se restringiu a uma enlameada e escorregadia estradinha de terra e um bom trecho de asfalto em rodovia.
A decantada vocação off-road do modelo ficou prejudicada. Mas não totalmente. O TR4 tirou de letra as dificuldades do percurso, tanto rodando em 4x2 quanto em 4x4, com bloqueio acionado ou não. Os pneus, estes sim, pareceram mais adequados para o asfalto do que para a lama, mas não chegaram a prejudicar o desempenho.
Ao volante, a sensação (quase) igual a de um veículo de passeio comum. Posição de dirigir bem elevada, visibilidade total para todos os lados e conforto razoável garantido por uma série de recursos que, na verdade, não poderiam deixar de ser oferecidos num veículo dessa faixa de preço: volante da direção e bancos com regulagem de altura, direção hidráulica, trio elétrico e, opcionalmente, bancos de couro.
O painel de instrumentos oferece bom posicionamento dos botões de controle e mostradores, embora, no trecho de lama, não houvesse a menor condição de apreciá-los. O volante da direção, de três raios, oferece boa pegada e entre os itens de conveniência se destacam o sistema de áudio com MP3, entrada para iPod, USB e Bluetooth.
A versão avaliada, dotada de câmbio automático, tornou o percurso menos divertido, mas valorizou o desempenho do motor. Oferecendo 140 cv de potência (com álcool) a 5.500 rpm e torque de 22 kgfm a 4.500 rpm, demonstrou elasticidade, baixo nível de ruído e respostas precisas ao premer do acelerador.
Infelizmente, a Mitsubishi não costuma revelar informações sobre o consumo real de seus modelos -- informação relevante para todo consumidor. Neste caso, divulgou apenas que o tanque de combustível do TR4 flex tem capacidade de 72 litros de combustível e, abastecido apenas com gasolina e a uma hipotética velocidade constante de 100 km/h, permitiria rodar até 750 quilômetros em modelos com câmbio manual. Média de 10,41 km/l.
Outras importantes características 4x4 que o modelo oferece, como ângulos de ataque e saída de 30 graus, capacidade de subida de rampa de 35 graus e 215 mm de altura livre do solo, importante para superar trechos alagados com até 60 cm de profundidade, não fizeram diferença durante a avaliação. Mas, em situações radicais de uso, podem significar chegar a tempo -- e limpo -- ao destino.
CONCORRÊNCIA DIFERENCIADA
Pelas suas características de porte, motorização e recursos 4x4, o Mitsubishi TR4 tem como principais concorrentes no Brasil o Toyota RAV4, Honda CR-V, Suzuki Grand Vitara, Chery Tiggo (por enquanto disponível apenas com tração 4x2), e até o Ford EcoSport 4WD. Embora com características diferentes, todos oferecem modernos recursos 4x4.
Porém, se comparados os preços, o TR4 leva boa vantagem. Enquanto o modelo da Mitsubishi, montado no Brasil, tem preço entre R$ 65.550 e R$ 71.990, o concorrente mais barato, o chinês Chery Tiggo custa a partir de R$ 49.900, mas por enquanto apenas com tração 4x2 traseira. O Ford EcoEsport, também nacional, tem preço melhor (R$ 63.605), mas seus sistema de tração 4x4 é mais rudimentar e não oferece os recursos de bloqueio do diferencial e nem de reduzida.
Já o Toyota RAV4, importado do Japão, é moderno e sofisticado, mas está em outra patamar de preço, a partir de R$ 115.000, enquanto o também japonês Honda CR-V parte de R$ 88.410. Resta como competidor real o Suzuki Grand Vitara, marca que retornou ao Brasil recentemente, com preços a partir de R$ 83.090 e oferecendo também os mesmos recursos 4x4 do Mitsubishi.
Viagem a convite da Mitsubishi do Brasil
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