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Peugeot 207 XS tenta brigar no segmento superior de modelos compactos

Da AutoPress

Especial para o UOL

24/10/2009 10h27

Ao lançar a linha 207 no Brasil no ano passado, a Peugeot tratou de ampliar sua gama de atuação no segmento de compactos, o que mais vende no mercado brasileiro. Manteve o 206 para brigar no mercado "de entrada", com preço inicial de R$ 25.990, posicionou o 207 com motor 1.4 a partir de R$ 34.900 para atuar entre os compactos medianos e deixou o XS, com motor 1.6 16V, para duelar com as versões topo de outras marcas. Para tal, a configuração é a mais bem acabada e equipada da linha. E também a mais cara: começa em R$ 42.500.

  • Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

    Versão topo de linha do 207 briga com Gol, Palio, Corsa e Fiesta mais bem equipados

O 207 XS vem com os esperados ar automático, direção hidráulica, trio, regulagem de altura do banco do motorista e do volante, computador de bordo, alarme e travamento na chave e para-sóis com espelhos. E como o apelo estético é mais forte, também conta com sensores de luminosidade e de chuva, faróis de neblina, pedaleiras, manopla do câmbio e ponteira do escapamento cromados, além de soleiras e tampa do tanque de combustível em alumínio. Mas não recebe qualquer item de segurança, nem mesmo como opcional, negligência encarada com pesar.
 

O motor é sempre o 1.6 16V com comando duplo de válvulas. São 110 cv de potência máxima quando abastecido com gasolina e 113 cv só com álcool no tanque de combustível a 5.600 rpm. O torque máximo é de 14,2 kgfm com o combustível fóssil e 15,5 kgfm com etanol, a 4 mil giros. O câmbio é manual, mas a versão XS 1.6 16V é a única que pode receber o câmbio automático (que faria o preço pular para R$ 46.100). Na estrutura, suspensão independente tanto na frente como atrás e a mesma plataforma adaptada do 206.

O modelo adotou o desenho frontal do 207 europeu, com generoso faróis angulosos projetados para fora. O desenho traseiro é praticamente o mesmo do 206.

Vale lembrar que, na Europa, o 207 tem uma plataforma nova e o 207 brasileiro é chamado de "206+".

De qualquer forma, o 207 XS 1.6 16V fica competitivo frente aos compactos topo de gama. Por R$ 42.500, fica próximo ao Fiat Palio ELX 1.8 e Ford Fiesta Pulse 1.6, que chegam a R$ 42.423 e R$ 43.630, respectivamente, com um nível de equipamentos similar ao do modelo da Peugeot. Só Volkswagen Gol Power e Chevrolet Corsa Premium 1.4 são mais baratos, custam R$ 39.539 e R$ 35.822 na ordem, mas têm nível de equipamento um pouco inferior.
 

FICHA TÉCNICA

Peugeot 207 XS 1.6 16V
Motor: Gasolina e álcool, dianteiro, transversal, 1.587 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência: 110 cv com gasolina e 113 cv com álcool a 5.600 rpm.
Torque: 14,2 kgfm com gasolina e 15,5 kgfm álcool a 4 mil rpm.
Diâmetro e curso: 78,5 mm x 82,0 mm. Taxa de compressão: 12,5:1.
Suspensão: Dianteira independente, pseudo-McPherson, com amortecedores hidráulicos integrados e molas helicoidais. Traseira independente, com barras de torção transversais, amortecedores hidráulicos semi-horizontais e barra estabilizadora.
Freios: Dianteiros a discos ventilados e traseiros a tambor.
Pneus e rodas: 185/60 R15 na frente e atrás em rodas de liga leve.
Carroceria: Hatch compacto em monobloco, com quatro portas e cinco lugares, 3,87 metros de comprimento, 1,67 m de largura, 1,44 m de altura e 2,44 m de distância entre-eixos.
Peso: 1.105 kg.
Porta-malas: 245 litros/1.130 litros com o banco traseiro rebatido.
Tanque: 50 litros.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR
A versão topo de linha do 207 tem uma proposta adequada para seu posicionamento contando com acabamento honesto, boa lista de itens de série e o motor 1.6 16V. Os 113 cv com álcool emprestam boa agilidade ao 207 XS 1.6 16V, que ganha arrancadas competentes, principalmente para uso urbano, e sai da inércia para alcançar os 100 km/h em 9,8 segundos. As retomadas, no entanto, são prejudicadas pelo torque tardio, liberado apenas aos 4 mil giros. Com isso, o 60 km/h a 100 km/h é obtido em 7,1 s e demanda paciência nas ultrapassagens. O câmbio com relações mais curtas que o 206 ajuda nas repostas.

Mas o 207 mostra limitações. A comunicação entre rodas e volante começa a exigir correções na casa dos 120 km/h. Nas freadas bruscas, o modelo também tende a sair da trajetória, ainda mais porque não conta com ABS (disponível apenas no pacote com câmbio automático). Nas curvas, usado dentro da normalidade, o comportamento do hatch é até neutro e a carroceria torce dentro do esperado. O problema é que, no limite, ele tende a soltar a traseira -- situação difícil de corrigir em um carro com tração dianteira.

Na dirigibilidade, o 207 XS tem volante com boa pegada, câmbio com engates curtos e precisos e visibilidade eficiente, embora o reflexo das molduras prata metálico das saídas de ar atrapalhe a visão diurna. O quadro de instrumentos tem visualização clara mas as informações do computador de bordo no painel central obrigam desvios de atenção do motorista.

A ergonomia peca pelos comandos mal posicionados dos vidros e travas, pouco intuitivos, sendo que os dos vidros traseiro são mal-posicionados no fim do console central. De toda forma, o espaço interno é o normal para um compacto, com espaço para pernas satisfatório, assim como o vão para cabeças. A suspensão não filtra bem os buracos e o isolamento acústico se mostra eficiente só até 110 km/h.

O consumo é outro ponto negativo e assusta: 6,3 km/l com álcool e uso 2/3 urbano e 1/3 rodoviário. (por Fernando Miragaya)

Com Redação