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Motor V6 a gasolina 'barateia' o SUV Toyota SW4

Da AutoPress

Especial para o UOL

29/12/2009 18h58

A Toyota acha que pode ampliar a participação da Hilux SW4 no mercado brasileiro. A montadora finalmente percebeu que perdia terreno -- e vendas -- por só dispor de modelos turbodiesel do utilitário esportivo médio-grande. Por isso, na carona da reestilização de março deste ano, a marca japonesa tratou de lançar logo duas derivações movidas a gasolina. Além da "inicial" 2.7, de 158 cv, estreou a SRV 4x4 com propulsor 4.0 V6 de 238 cv, agora a mais potente e equipada da linha, mas com um preço menor que os dos modelos turbodiesel.
 

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Dessa forma, por R$ 149 mil, se posiciona justamente entre a 2.7 gasolina -- que parte dos R$ 110.400 -- e a derivação 3.0 diesel de 163 cv, que começa em R$ 154.100.
 

RÁPIDAS DO SUV

O Toyota Hilux SW4 é fabricada na planta de Zárate, na Argentina.
Nos Estados Unidos o SUV recebe o nome de 4-Runner.
A linha Hilux começou a ser vendida no Brasil em 1992, importada do Japão. Em 1997, começou a ser importada da Argentina.
A atual geração do SW4 foi lançada em outubro de 2005.
No Brasil, a Toyota iniciou suas operações em 1958. A produção do jipe Bandeirante começou no ano seguinte, em uma fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a primeira planta da Toyota fora do Japão.
A marca fabrica no Brasil o médio Corolla, em Indaiatuba, em São Paulo.
A montadora também vende no mercado brasileiro outros dois utilitários esportivos: o RAV4 e o Land Cruiser Prado.

O propulsor 4.0 com seis cilindros em V e 24 válvulas da SW4 conta com comando que varia a abertura das válvulas. A unidade gera 238 cv a 5.200 rotações e um torque máximo de 38,3 kgfm disponível nas 3.800 rpm -- um pouco maior que o do motor 3.0 turbodiesel, que é de 35 kgfm, mas se apresenta numa faixa plana e mais baixa, entre 1.400 e 3.200 giros. O propulsor V6 trabalha com uma transmissão automática de cinco velocidades, enquanto nas outras versões a caixa é de quatro.

O conjunto conta ainda com tração permanente nas quatro rodas. O modelo possui opção de engate de tração reduzida, diferencial central autoblocante e diferencial traseiro com escorregamento limitado.

A lista de itens de série segue a receita da configuração SRV turbodiesel. O SUV possui airbag duplo frontal, freios com ABS e EBD, ar-condicionado automático, direção hidráulica, trio, computador de bordo, banco do motorista com regulagens elétricas, volante com ajuste de altura, retrovisor eletrocrômico, controle de cruzeiro, rebatimento elétrico dos retrovisores, revestimento em couro, alarme e keyless, entre outros.

Na estética, há os controversos detalhes em imitação de madeira no interior, faróis de neblina, carcaças dos retrovisores cromadas e rodas de liga leve aro 17. Na linha 2010, a SW4 passou a oferecer também a terceira fila de bancos.

Mas o modelo peca em alguns detalhes. O rádio/CD/MP3, por exemplo, tem disqueteira, mas não dispõe de entrada USB nem de conectividade viva-voz Bluetooth. Além disso, o para-sol do motorista não tem espelho. No visual, o face-lift do modelo incorporou faróis angulosos e barras cromadas, que deixaram o utilitário esportivo com aspecto mais robusto.
 

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Só que a SW4 V6 esbarra também no preço. Por R$ 149 mil, fica mais cara que a maioria dos rivais movidos também a gasolina, como o Kia Sorento EX 3.8 V6 (R$ 121.900), Hyundai Santa Fe com sete lugares (R$ 118 mil) e Mitsubishi Pajero Sport 3.5 V6 (R$ 109.900). E fica próximo de modelos mais sofisticados, como o Ford Edge (R$ 149.700), Volvo XC60 (que começa em R$ 138.500) e até Land Rover Discovery 4.0 V6 (a partir de R$ 145 mil). Estes oferecem apenas duas filas de bancos, porém têm mais itens de segurança e conforto.

Desta forma, a SW4 SRV 4.0 V6 responde por 10% das vendas totais do SUV médio da Toyota no Brasil. Um pouco abaixo das expectativas da marca japonesa, que projetava 15% de mix para a nova versão. O que representa módicas 46 unidades mensais dentro da média de 460 unidades/mês que a linha SW4 registra no ano, e que posicionam o modelo bem no meio dos concorrentes -- atrás das 638 unidades mensais do Santa Fe, à frente das 237 do Pajero Sport. (por Fernando Miragaya)
 

IMPRESSÕES AO DIRIGIR

Ao arrancar com a Hilux SW4 V6 já se percebe que o modelo tem bastante disposição. Os 238 cv empurram de forma até ágil o utilitário esportivo argentino de quase 2 toneladas e as arrancadas são eficientes. O zero a 100 km/h é feito em interessantes 9,6 segundos. Colabora para isso a transmissão automática de cinco velocidades. Bem escalonada, ela minimiza delays - há apenas um pequeno buraco entre a 3ª e a 4ª - e otimiza o desempenho. Principalmente nas horas das ultrapassagens e retomadas, quando o torque de 38 kgfm empresta força de sobra.
Basta pisar mais fundo e alcançar a máxima de 180 km/h. Mas, antes disso, o modelo passa a mostrar algumas falhas. Nas arrancadas é possível perceber a frente levantar além da conta. Já aos 150 km/h, começa a flutuar. Nas curvas acentuadas e em velocidades altas, a carroceria torce bastante, enquanto nas freadas bruscas, o ABS e EBD ajudam a manter a SW4 na trajetória, mas o utilitário acaba por embicar demais a frente.
Ou seja, a SW4 é um veículo para se andar mansinho e curtir sua grande virtude: o conforto. Motorista e ocupantes da segunda e terceira filas de banco têm ótimo espaço para pernas e um generoso vão para cabeças. Na fila do meio, três adultos viajam com sobras, mas a terceira fila é mais apropriada para receber duas crianças. Além disso, há uma infinidade de porta-objetos e porta-copos, a suspensão absorve bem as irregularidades da pista e o isolamento acústico se mostra eficaz, mesmo em velocidades altas.
Na parte de ergonomia, o utilitário esportivo deixa a desejar. Alguns comandos exigem desvio de atenção do motorista. O computador de bordo, mal posicionado no alto do painel central, também é de difícil visualização e manuseio. A retrovisão é prejudicada pelas largas colunas e o modelo não oferece sensor de obstáculos, o que complica na hora de estacionar um veículo grandalhão como a SW4. O consumo também não se mostrou nem um pouco amigável, com média de 5,9 km/l, em uso 2/3 na cidade e o restante na estrada. (FM)