Novo VW SpaceFox é confortável, mas câmbio automatizado tem seu próprio ritmo
Ele parece, mas não é, um câmbio automático convencional. A transmissão automatizada ASG (Automated Sequential Gearbox) que equipa opcionalmente as duas versões da nova station SpaceFox é um dos atrativos do modelo. UOL Carros rodou cerca de 120 km com o SpaceFox Sportline I-Motion, versão topo da linha (R$ 57.860), com motor 1.6 Total Flex de 104 cv de potência, e constatou que, além da possibilidade de contar com a caixa automatizada, as principais qualidades do modelo -- versatilidade e amplo espaço interno -- continuam sendo os pontos fortes para buscar novos consumidores e seguir agradando aos antigos.
Embora tenha mudado muito pouco pelo lado de fora, o SpaceFox agora tem linhas que combinam com a nova grade dianteira e as novas lanternas traseiras. Por dentro, tudo ficou mais confortável, prático e amigável em relação ao modelo anterior. Novos materiais utilizados no acabamento interno tornaram o modelo mais bonito e aconchegante, além de passar a oferecer novos painel e quadro de instrumentos, mais modernos e de leitura bem fácil. O espaço interno é bom para cinco pessoas e o porta-malas tem capacidade para transportar até 527 litros, auxiliado pela versatilidade que o banco traseiro corrediço oferece.
Mas é rodando que se sente mesmo a "personalidade" do carro. Seguindo a filosofia VW de suspensões, o SpaceFox continua "durinho", mas sem comprometer o conforto de rodagem. As suspensões tiveram os amortecedores recalibrados para melhorar o conforto ao trafegar por pisos irregulares. Na traseira, a suspensão teve o eixo de torção reforçado, propiciando rodar com carga máxima (479 kg na versão avaliada) tranquilamente.
Interior do SpaceFox segue mudanças da nova linha Fox, com painel mais completo (da linha europeia da Volks), acabamento um pouco mais refinado e possibilidade de contar com o câmbio automatizado ASG (I-Motion), com borboletas no volante
Durante a avaliação, feita por cerca de 120 km de estradas asfaltadas, o SpaceFox demonstrou fácil -- e agradável -- capacidade de condução e manobrabilidade e respondeu bem ao curto trecho onde a estrada estava esburacada. A direção tem respostas rápidas, o nível de ruído interno é muito baixo e as irregularidades do piso ficaram sempre apenas do lado de fora.
Mas, embora a montadora anuncie oficialmente que o SpaceFox com essa motorização de 1,6 litro é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 11,1 segundos e atingir velocidade máxima de 181 km por hora, quando abastecida com etanol, na prática a sensação é de uma demora enorme para ganhar velocidade. As relações de marchas são longuíssimas, o que proporciona uma condução bem familiar e confortável, mas passa longe da esportividade que o design e o modo Sport oferecido pelo câmbio automatizado sugerem.
PONTOS FORTES, PONTOS FRACOS
Novos faróis, afilados, com dupla órbita e detalhes cromados, dão aspecto esportivo e robusto ao modelo. | BOM |
Grade mais fina ressalta a impressão de largura e estabilidade, e alinha modelo à nova identidade da marca. | BOM |
Aerodinâmica refinada garante ao novo SpaceFox coeficiente aerodinâmico de 0,336 cx, 6% menor que o do modelo anterior; na prática, porém, essa diferença é praticamente imperceptível, seja em desempenho, seja em consumo. | REGULAR |
O conjunto traseiro ficou mais horizontalizado e moderno, inspirado no SUV de luxo Touareg: novas lanternas dominam a traseira a tampa do porta-malas e se destacam à noite; o pára-choque agora conta com "olhos de gato" integrados, melhorando o aspecto do conjunto e aumentando a visibilidade. | BOM |
Painel novo, com display LCD, mostradores duplos e iluminação azul, prioriza a funcionalidade e otimiza a leitura de informações. | BOM |
Banco do motorista conta com regulagem de altura em todas as versões; além disso, bolsas porta-revistas nos encostos e tratamento especial nos apliques realçam acabamento; atrás, banco corrediço de série aumenta capacidade do porta-malas, mesmo com cinco ocupantes. | BOM |
Motor 1.6 Total Flex não mudou: gera 104 cv com etanol e é confiável; mas perua poderia contar com opção mais potente. | REGULAR |
É DIFERENTE
Ao contrário do que os consumidores leigos imaginam, a transmissão automatizada está longe de ser comparada com uma transmissão automática tradicional. Trata-se de uma caixa de câmbio manual, com o mesmo sistema mecânico de cambiar as marchas, e que, inclusive, incorpora a conhecida embreagem da caixa tradicional. Entretanto, através de recursos eletrônicos, a VW (como outras marcas) desenvolveu um equipamento adicional, acoplado à caixa, que elimina o pedal da embreagem e a necessidade de acionar a alavanca para trocar as marchas. Sensores "percebem" as diversas situações nas quais o motorista teria que pisar na embreagem e mudar para uma marcha mais forte, ou mais fraca, quando sobe ou desce o giro do motor.
Na teoria parece perfeito. O equipamento custa a metade do preço de um câmbio automático tradicional, pesa menos, reduz o consumo de combustível (o automático convencional aumenta), pode ser operado no modo automático ou manual, e oferece o conforto de mudar as marchas eletronicamente, reduzindo o desgaste da embreagem. Na prática, nem tanto. Frequentemente, no momento de trocar de marcha, mesmo no modo automático, o carro "engasga" e não permite ao motorista buscar giros mais altos, necessário em algumas situações. A tendência é o motorista "pegar o jeito" de conduzir utilizando o câmbio automatizado da melhor forma possível. Nas rotações corretas, os trancos nas trocas de marchas diminuem e as respostas ao acelerador passam a ser mais precisas.
No SpaceFox, o recurso permite trocar de marchas manualmente, sem utilizar pedal de embreagem (que não existe no modelo) através da própria alavanca de câmbio apenas com toques para cima ou para baixo, ou através das aletas junto ao volante da direção. Recursos que tornam a condução mais confortável e agradável. Mas é preciso adaptação.
Viagem a convite da Volkswagen do Brasil
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