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Duster, futuro SUV da Renault no Brasil, decepciona em teste de segurança

Dacia Duster, produzido pela subsidiária da Renault, decepcionou no Euro NCAP - EuroNCAP
Dacia Duster, produzido pela subsidiária da Renault, decepcionou no Euro NCAP Imagem: EuroNCAP

Da Redação

Em São Paulo

23/02/2011 17h57Atualizada em 24/02/2011 17h43

O europeu Dacia Duster, SUV compacto que será vendido no Brasil como Renault Duster ainda este ano, teve desempenho "desapontador" segundo o Euro NCAP, programa independente europeu de segurança automotiva.

Desenvolvido pela romena Dacia, subsidiária da Renault responsável por modelos de baixo custo como Logan e Sandero, o Duster recebeu índice três estrelas (de um total de cinco), e ficou "abaixo de outros lançamentos recentes na Europa em termos de segurança".

Na avaliação do Euro NCAP, o Duster obteve apenas 28% da nota de segurança ao pedestre, devido ao capô e para-choque protuberantes que podem levar a lesões sérias de cabeça em impactos, e 29% de itens de assistência à segurança dos ocupantes, principalmente por não contar com itens como limitador de velocidade e controle de estabilidade. O crash test pode ser visto no vídeo abaixo:

Além das baixas notas relatadas acima, o modelo obteve apenas 74% da nota em segurança aos ocupantes adultos, com proteção mediana para pescoço, peito e fêmur, e 78% para segurança de crianças acomodadas no banco traseiro, mais uma vez com proteção mediana para a região do peito.

Um dos exemplos positivos de "lançamentos recentes" citados pelo programa foi o Mitsubishi ASX, do mesmo segmento, mas mais alinhado a modelos como Volkswagen Tiguan e Hyundai ix35 (Tucson na Europa), e que também estará disponível para o público brasileiro: recebeu avaliação cinco estrelas (máxima), embora tenha problemas na proteção ao pescoço, peito e pé dos ocupantes, bem como áreas do capô nocivas a pedestres, embora com risco menor, quando comparado ao Duster.

O Euro NCAP afirma ainda que é "desapontador que a matriz Renault não garanta aos modelos da Dacia o mesmo nível de segurança reservados aos seus modelos".

O Duster foi produzido para ser, na Europa, o que o Ford EcoSport representa por aqui: um SUV pequeno, vendido a preço reduzido, com opção de encarar o off-road (tem versões 4x2 e 4x4, assim como o modelo feito na Bahia). Tanta semelhança levou ao passo seguinte: logo em sua apresentação, durante o Salão de Genebra do ano passado, o modelo já foi alinhado como futuro rival do EcoSport no Brasil. Chega ainda em 2011 com o emblema da Renault e fabricação na unidade de São José dos Pinhais (PR).

Claro, duas ressalvas devem ser feitas neste momento: o nível de exigência quanto à segurança automotiva é menor no Brasil, infelizmente, o que talvez deixe o Duster no mesmo nível, ou mesmo à frente, de modelos fabricados por aqui. No entanto, e esta é a segunda ressalva, o Duster é fabricado a partir de um projeto mais recente que seus futuros rivais locais, logo teria a obrigação (ao menos moral) de ser mais avançado e seguro. Resta saber como o modelo a ser produzido no país se nivelará. 

ELÉTRICOS
Pela primeira vez na história, carros elétricos foram avaliados pelo Euro NCAP, programa europeu independente de segurança automotiva. Frutos do mesmo projeto de cooperação internacional, o japonês Mitsubishi i-MiEV e os franceses Peugeot iOn e Citroën C-Zero passaram pelo crivo do órgão e receberam a avaliação quatro estrelas.

No caso dos carros elétricos, além da avaliação de segurança para adultos, crianças, equipamentos de assistência à segurança aos ocupantes e segurança de pedestres, a integridade de componentes elétricos, que podem provocar choques e incêndios se não forem mantidos intactos após o impacto, também foram testados.

O vídeo ao lado mostra os testes de impacto do modelo japonês, mas as observações são válidas também para os franceses: a menor nota (48% do total) veio da baixa proteção a pedestres em caso de atropelamento, seguida da proteção apenas mediana para os ocupantes do banco dianteiro, que sofreriam com fraturas de costela, tornozelos e pés em caso de acidente mais sério (73% da nota total).

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