Cruze hatch deve recolocar Chevrolet na realidade do mercado brasileiro
Que o Chevrolet Cruze será lançado no Brasil o leitor de UOL Carros já sabe desde 2008, quando o modelo global foi apresentado pela General Motors numa première mundial realizada antes do Salão de Paris daquele ano. É apenas questão de tempo, talvez de poucos meses, para o Cruze desembarcar em terras verde-amarelas na carroceria três-volumes e encontrar um segmento (sedãs médios) em estado de guerra.
Em Genebra, no salão automotivo que abriu ao público na quinta-feira (3) já surgiu o segundo corpo do Cruze: a carroceria hatchback esboçada como conceito no Salão de Paris de 2010 ganhou versão de produção, com vendas na Europa se iniciando até meados deste ano. Também ela será lançada no Brasil, talvez depois do sedã, talvez simultaneamente.
A marca economizou informações sobre o Cruze dois-volumes europeu. Sequer falou em motores e demais especificações técnicas. Preferiu alardear os 400 litros de capacidade do porta-malas e o fato de os encostos traseiros poderem ser rebatidos na proporção 60/40. Trata-se de um item de versatilidade importante no mercado europeu, que é dominado por hatches e station wagons -- assim, um dois-volumes que ofereça argumentos como esse pode roubar algumas vendas de peruas.
O curioso é que a unidade hatchback exposta aqui em Genebra levava o emblema da versão LTZ, mas o Cruze sedã vendido na Europa usa apenas os apelidos LS e LT -- os mesmos dados às versões da gama 2012 de Celta e Prisma no Brasil (ao contrário do Agile, que tem versão LTZ, assim como o Cruze sedã para a Argentina). Os motores disponíveis para os europeus são três: 1.6 (124 cv) e 1.8 (141 cv) a gasolina e 2.0 a diesel, este com uma opção turbocomprimida que eleva a potência de 125 cv a 163 cv.
No entanto, a referência para nós é o mercado da Argentina, onde o sedã já é vendido (importado da Coreia do Sul, já que seu DNA é da extinta Daewoo) e oferece motores 1.8 a gasolina e 2.0 a diesel. Como esse segundo combustível é vetado no Brasil para carros sem tração 4x4 e reduzida, resta o propulsor 1.8, que mesmo menor consegue gerar um cavalo a mais que o 2.0 FlexPower usado pela Chevrolet verde-amarela, de 140 cv (com etanol). Para vender o Cruze no Brasil, um propulsor bicombustível é condição sine qua non, e por isso a questão do que estará sob o capô do nosso Cruze permanece aberta (e ninguém da Chevrolet local diz um pio sobre isso).
Vale observar que o Cruze sedã argentino com motor 1.8 começa pelo equivalente a R$ 44.600.
O design do Cruze hatch pode ser observado nas fotos que acompanham esta reportagem. Vale destacar o conjunto óptico com a ponta superior afilada, uma quebra de paradigma em relação ao desenho contido que hoje domina a gama da Chevrolet no Brasil. Também cumpre notar que a traseira ficou bem resolvida -- sem grande ousadia estilística, ela é ao mesmo tempo mais elegante e mais moderna que a de carros como os nossos Astra e Vectra GT. Ambos, aliás, candidatos a desaparecer quando esse hatch chegar ao país.
A unidade exposta em Genebra possuía uma cabine agradável, com um honesto revestimento em tecido até mesmo no painel frontal, instrumentos com a iluminação Ice Blue (já vista no Camaro e no Malibu) e comandos centrais distribuídos em forma de asa -- tendência que encontra seu paradigma nos novos carros da Ford.
Com o Cruze hatch, a GM do Brasil terá a chance de recolocar-se fortemente na briga que hoje é vencida pelo Hyundai i30, mesmo sem motor flex. Nela, o Cruze certamente será um player mais forte que o malsucedido Vectra GT. Entre os sedãs, se o Cruze "matar" mesmo o Vectra, será um rearmamento mais do que necessário num segmento que mudou radicalmente ao longo dos últimos dez anos, e ainda vai mudar mais. A ver.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.