C4 Picasso e Grand C4 Picasso 2011 reforçam vocação familiar
A dupla francesa Citroën C4 Picasso e Citroën Grand C4 Picasso é familiar. A frase anterior pode ser encarada em seu (intencional, diga-se) duplo sentido: lançadas no país entre 2008 (Grand C4 Picasso) e 2009 (C4 Picasso), as minivans não apenas já são conhecidas do público brasileiro como são quase que totalmente voltadas ao uso "doméstico". Os dois carros passam agora por uma leve renovação. São esses os preços dos carros em seus modelos 2011:
Citroën C4 Picasso - R$ 78.490
Citroën Grand C4 Picasso - R$ 91.990
A Citroën comemora o sucesso mundial da linha. Segundo a fabricante, a família C4 Picasso -- que é produzida na planta de Vigo, na Espanha -- já vendeu 650 mil unidades globalmente. No Brasil, segundo dados da Fenabrave, a dupla emplacou 11.826 unidades desde o lançamento da Grand Picasso, em 2008. Ainda segundo a entidade, que unifica a venda das duas versões, a família C4 Picasso fechou 2010 no terceiro lugar do segmento GrandCab (monovolumes de porte maior).
O líder dessa turma é a Chevrolet Zafira, seguida pelo veterano Citroën Xsara Picasso. O certame também incluiu em 2010 a descontinuada Renault Scénic, as sulcoreanas Kia Carens e Carnival e a norte-americana Chrysler Town & Country. Mas a Citroën prefere colocar a família C4 Picasso no segmento M1 Break-Mono, que engloba station wagons como Renault Mégane Gran Tour e Volkswagen Jetta Variant.
Há aqui um conflito entre os números. Segundo a Citroën, o segmento das stations vendeu 31.421 unidades em 2010, com os modelos da marca detendo 36% disso. O objetivo é ampliar a participação para 40% em 2011, e as vendas da linha C4 Picasso de 4.400 para 6.600 unidades ao ano. No entanto, dentro da divisão da Fenabrave, o segmento GrandCab vendeu 23.081 veículos em 2010, com os C4 Picasso correspondendo a 30,6% deste número.
REFORÇO DE IMAGEM
Pequenas alterações estéticas marcam o modelo 2011 dos monovolumes, apresentados oficialmente pela Citroën na semana passada, em São Paulo. Fora logotipos, conjuntos ópticos, adoção de LEDs, novas rodas e padronagem dos bancos, os carros são, basicamente, os mesmos de antes. Confira imagens dos veículos abaixo, nas fotos de Murilo Góes, e identifique as pequenas alterações, além de conhecer melhor os equipamentos.
O motor é o mesmo dos anos anteriores. O 2.0 bebe apenas gasolina e rende 143 cavalos a 6.000 rpm, entregando 20,3 kgfm de torque. Os números, combinados com a caixa automática de quatro velocidades, reforçam o caráter familiar dos modelos e garantem um desempenho apenas correto. O câmbio, assim como a suspensão, possui calibragens diferentes entre o C4 Picasso, menor e mais leve, e o Grand C4 Picasso, que é maior e tem sobrepeso de 40 quilos em relação ao "irmão".
IMPRESSÕES AO DIRIGIR
A primeira característica notada tanto no C4 Picasso quanto no Grand C4 Picasso é a ampla área envidraçada e o parabrisa que "engole" uma boa porção do teto. A sensação é ainda mais forte no modelo maior, que conta com um teto panorâmico com cobertura acionada por mecanismo elétrico.
QUESTÃO DINÂMICA
Mesmo sendo um veículo familiar, o C4 Picasso é firme nas curvas, sem alteração de trajetória
Já o Grand C4 Picasso inclina mais. Entretanto, nenhum dos carros transmite insegurança
Ainda nos destaques positivos, ambos modelos possuem ótimo nível de acabamento. A cabine recebe bem seus ocupantes e os comandos estão em boa localização. Nesse quesito, merece destaque o controle de ar-condicionado, convenientemente instalados nas extremidades do painel (no caso dos comandos dianteiros) e na coluna das portas (traseiros).
Apesar dos carros contarem apenas com ajustes mecânicos para os bancos, a posição de dirigir é encontrada facilmente. Ainda no assunto "bancos", um pró e um contra: as peças dianteiras possuem abas que apoiam bem o corpo nas curvas, porém o assento é um tanto estreito. Demora um pouco, mas é possível se acostumar e diminuir o desconforto. Atrás, três ocupantes viajam tranquilamente. No caso do Grand, que conta com dois bancos escamoteáveis no porta-malas, os assentos extras são menores e mais apropriados ao transporte de crianças.
E já que falamos de curvas, o comportamento dinâmico possui diferenças perceptíveis entre os carros. A começar pela suspensão, mais firme no C4 Picasso, o que dota o modelo de um apetite -- moderado, que fique claro -- para encarar pistas sinuosas. No Grand C4 Picasso, em contrapartida, a suspensão é mais macia, providência justificável pelo tamanho e peso extras.
O câmbio, que possui alavanca de acionamento na coluna de direção, também tem comportamento distinto entre as versões. Na menor, a tendência é trocar as marchas num regime de rotações mais baixo. No Grand Picasso, a caixa de velocidades estica mais cada uma das quatro marchas -- outra medida que visa compensar o porte avantajado do modelo.
O motor mostrou fôlego limitado. Obviamente que não se tratam de carros esportivos, porém seria interessante que o propulsor apresentasse mais força nas arrancadas e retomadas. Vale lembrar que essa característica, mais do que se referir ao desempenho puro de um veículo, remete à segurança, principalmente durante ultrapassagens. E segurança é um item primordial quando se transporta uma família dentro do carro -- característica vocacional do C4 Picasso e do Grand C4 Picasso.
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