Consumo do etanol cai 40%; para Sindicom, consumidor impediu recuo maior
Com a alta nos preços do etanol, os consumidores que têm carro flex demoraram para migrar para a gasolina, afirmou o presidente do Sindicom (Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis), Alívio Vaz. O sindicato apurou uma queda de 40% das vendas do derivado de cana pelas distribuidores.
Essa queda, avalia Vaz, é natural, uma vez que no período de entressafra, que termina em abril, a baixa oferta pressiona os preços, afastando os consumidores. “O que não é natural é esse atraso nas quedas das vendas”, afirmou Vaz. Segundo ele, esse recuo era esperado para fevereiro.
De acordo com dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço do combustível subiu em 24 estados do país e no Distrito Federal, entre a semana terminada em 19 de março e a encerrada em 26 deste mês, e caiu apenas no Acre e em Roraima. Contudo, em todos os estados, o preço do litro do combustível ultrapassou os R$ 2, inclusive em São Paulo, onde os preços estavam sendo registrados abaixo desse patamar. No estado, o litro do combustível encerrou a última semana em R$ 2,118.
O maior preço do etanol, de acordo com os últimos dados da agência, foi encontrado no Rio Grande do Sul (R$ 2,464), onde o combustível custa quase o mesmo que a gasolina (R$ 2,622). O menor valor do etanol foi encontrado em Pernambuco (R$ 2,012). Considerando o preço médio do derivado de cana-de-açúcar no país, ele já está em R$ 2,194, considerando a semana terminada em 26 de março -- uma alta de 12% nas últimas quatro semanas. Já a gasolina ficou em R$ 2,677, preço 1,9% mais caro, considerando o mesmo período.
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS
O preço do etanol está subindo desde o fim da safra no ano passado, contudo, os consumidores proprietários de veículos flex ainda optavam pelo derivado de cana-de-açúcar. Essa procura, na avaliação do presidente do Sindicom, ajudou ainda mais a pressionar os preços do combustível, cujo estoque hoje está em níveis baixos.
No Estado de São Paulo, os preços do etanol vendido pelo produtor continuam em alta. Os dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostram que a baixa oferta impulsionou os preços do anidro em 24%, na semana encerrada no último dia 25, e o preço do etanol hidratado em 9,2%. O preço do hidratado era de R$ 1,4943 até o dia 18 e passou a R$ 1,6323. Já o anidro, no mesmo período, passou de R$ 1,5507 para R$ 1,9230.
Apesar da alta, Vaz lembra que o início da nova safra deve estabilizar as cotações. “À medida que se normaliza a produção, começa a normalizar os preços”, afirma. “Em maio já vamos ver um panorama diferente dos preços do combustível".
Esse comportamento dos preços do etanol e a queda na procura pelo combustível, na avaliação de Vaz, não alteraram ainda as vendas de gasolina. “Ainda não percebemos uma alteração nos preços, que devem ser mantidos no curto prazo”, considera.
COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES
A demora para que o consumidor migrasse do etanol para a gasolina, de acordo com Vaz, que justifica a queda no consumo do combustível, não tem explicações específicas. “Existem hábitos que o consumidor não muda”, afirma. Para ele, o consumidor apenas vê o preço e esquece de fazer outras análises na hora de escolher com qual combustível abastecer. “Ele esquece de avaliar a qualidade”, afirma.
A conta para saber se um combustível é ou não vantajoso é simples, mas muitos esquecem de aplicá-la. Para ser vantajoso, o etanol deve custar até 70% do preço do litro da gasolina. Acima desse percentual, o abastecimento com o derivado de cana-de-açúcar não é vantajoso, devido ao desempenho do combustível.
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