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Chineses fazem proposta definitiva de compra da sueca Saab

A montadora sueca SAAB tenta evitar o apagar das luzes desde a crise internacional de 2008, que quase arrastou para o cadafalso também sua antiga controladora, a GM - 18.dez.09/AFP
A montadora sueca SAAB tenta evitar o apagar das luzes desde a crise internacional de 2008, que quase arrastou para o cadafalso também sua antiga controladora, a GM Imagem: 18.dez.09/AFP

Da Redação, com agências internacionais

28/10/2011 15h00

Duas empresas chinesas ligadas ao setor automotivo -- a Pang Da Automobile Trade Company e a Zhejiang Youngman Lotus Automobile Company -- chegaram a um acordo para salvar a deficitária Saab, fabricante sueca ligada à General Motors e que está no limbo desde a crise financeira global de 2008/2009. De acordo com os termos prévios, os chineses vão pagar cerca de US$ 142 milhões (quase R$ 250 milhões) para comprar a marca, que desde março não fabrica um único carro e que só se mantém viva graças ao pedido de concordata anunciado em setembro.

O grupo Swedish Automobile, atual responsável pelo Saab, afirmou nesta sexta-feira (28) que o acordo inicial é válido até o próximo dia 15 de novembro e prevê a entrega de 100% das ações -- ou seja, do controle total -- aos chineses, tão logo a transação seja concretizada. Para tanto, porém, algumas regras devem ser seguidas: os novos donos devem se comprometer em criar um fundo de longo prazo para capitalização da marca, bem como manter o processo de reorganização, previsto pela concordata, que inclui o pagamento de todas as dívidas existentes e a total recuperação da Saab.

No total, os dois grupos chineses deverão investir algo próximo a R$ 1,2 bilhão para salvar a Saab da falência e convertê-la em uma empresa novamente produtiva.   

Segundo a agência "Automotive News", o acordo feito entre o atual controlador de Saab e as empresas chinesas está sendo analisado pelas autoridades jurídicas suecas, mas depende também do aval da GM, do governo chinês e do Banco Europeu de Investimento -- estes últimos devem ser responsáveis por criar linhas de créditos para os compradores chineses.

De toda forma, o presidente-executivo da Swedish Automobile, Victor Müller, afirmou em entrevista à imprensa sueca estar "seguro do futuro da Saab, que terá condições de honrar as dívidas, reiniciar sua produção, lançar novos modelos e expandir sua linha na China".

Müller deve seguir à frente da Saab até que os compradores chineses definam uma nova diretoria.

GM PRECISA APROVAR COMPRA
De acordo com Müller, a GM ainda não se pronunciou como totalmente favorável à venda da Saab aos grupos chineses. O executivo sueco disse ter conversado brevemente com representantes norte-americanos, para explicar os detalhes da transação e os prós e contras da venda. Num tom menos otimista do que o expresso anteriormente, no entanto, ele afirmou que "ainda é cedo para dizer se a negociação (entre a GM, os controladores suecos da Saab e os compradores chineses) será fácil ou não".   

Antiga controladora da Saab, a GM ainda tem poder de decisão por ter ações preferenciais da marca sueca, por ter emprestado dinheiro à empresa durante os últimos meses (é um dos credores da Saab) e por ser sua principal fornecedora de peças.

QUEM É QUEM
Se servir como indicativo de que a salvação da Saab pode finalmente acontecer, vale lembrar que a GM tem participação também em um dos dois grupos chineses -- a Pang Da Automobile é uma das representantes locais da divisão de veículos comerciais da General Motors, mas também tem joint ventures com Volkswagen, Audi, Mazda, Subaru, Hyundai, Mitsubishi e Jeep. A marca Chery, conhecida dos brasileiros pelos carros Face, Cielo e QQ, também faz parte do portfólio da Pang Da.

A Zhejiang Youngman, por sua vez, representa a MAN Caminhões e a Lotus em terras chinesas.