Citroën confirma DS e abre 'espaço' para ser cada vez mais premium
Foram 90.027 automóveis e comerciais leves vendidos em 2011, número 7,1% superior ao desempenho obtido em 2010. Os dados são da Fenabrave, a entidade que reúne as revendas de automóveis do país, e refletem o desempenho da Citroën no mercado nacional. Esse crescimento em vendas fez com que a marca superasse sua irmã Peugeot, numa dança de cadeiras que fez a Citroën ir à nona colocação no acumulado de vendas do ano, e a Peugeot cair para o décimo lugar.
Essa disputa interna, ao menos aos olhos de Francesco Abbruzzesi, diretor-geral da Citroën do Brasil, não é prejudicial a nenhuma das marcas. "Não vejo a Peugeot como concorrente, e tanto ela como a Citroën têm planos fortes para crescer na América Latina", afirmou na segunda-feira (23), durante o evento de lançamento do "espaço" Citroën Oscar Freire, em São Paulo.
A abertura do local também dá pistas sobre o futuro da marca no Brasil. Previsto para entrar em funcionamento no segundo bimestre desse ano, o local abrigará exposições temáticas, cursos, apresentações musicais, entre outras atividades culturais.
Localizado numa das ruas mais badaladas da capital paulista, o espaço terá como vizinhos lojas de roupas de grife, restaurantes refinados e outros estabelecimentos que reforçam a aura "premium" em torno da marca francesa. Qualquer especulação sobre a venda de carros no local foi enterrada por Abbruzzesi. "Não venderemos carros lá. Podemos, a partir de lá, encaminhar potenciais clientes a uma de nossas concessionárias. Mas a ideia do local é transmitir o conceito Citroën".
DS VEM, MAS QUANDO?
No lançamento do Citroën Oscar Freire, numa área do prédio da Bienal, no Ibirapuera (durante a São Paulo Fashion Week, mais uma mostra de como a marca tenta se firmar como descolada), estava exposta uma unidade do DS3, compacto premium baseado no C3 e criado para brigar com Mini Cooper -- e que tem sua vinda ao Brasil dada como certa.
A chegada foi confirmada por Abbruzzesi, mas a data é um mistério, pois o executivo se esquivou de qualquer pergunta relacionada ao tema. Questionado sobre a possibilidade de a alta do IPI ter afetado os planos da marca em relação ao lançamento do compacto, que será importado da Europa, Abbruzzesi foi claro: "Obviamente isso encarece o modelo, mas quem tem interesse num carro do tipo irá pagar sem problemas".
É provável que a chegada do DS seja a única novidade da Citroën no Brasil durante o ano. "Não temos interesse em mexer no C3, que continua vendendo bem, ou então no C4, que é um carro totalmente alinhado à demanda do mercado e aos seus concorrentes. Vamos agregar produtos à nossa linha, mas não há a intenção de termos carros de segmentos inferiores. Com essa estratégia, nossa meta de crescimento é de 7% esse ano", concluiu Abbruzzesi.
Embora sua frase contrarie os vários flagrantes do C3 europeu no Brasil, e desconheça o fato de que o C4 já mudou faz tempo na Europa, ela deixa ainda mais clara a divisão de quem é quem (ao menos no Brasil) dentro do grupo PSA Peugeot Citroën.
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