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Concessionárias dos EUA batem forte em GM, Ford e Chrysler

Se não fosse a boa e velha Cadillac, marcas dos EUA dariam vexame completo em pesquisa  - Reuters
Se não fosse a boa e velha Cadillac, marcas dos EUA dariam vexame completo em pesquisa Imagem: Reuters

Claudio Luis de Souza

Do UOL, em Las Vegas (EUA)

04/02/2012 01h11

Em terra de General Motors, Ford e Chrysler, quem trata bem seus concessionários é a Hyundai. Pelo terceiro ano consecutivo, a sul-coreana foi considerada a melhor fabricante de veículos para se trabalhar, do ponto de vista dos revendedores dos Estados Unidos. Entres os dez primeiros colocados, apenas uma marca local: a Cadillac, divisão de luxo da GM. Que, aliás, ficou em décimo lugar.

A pesquisa foi realizada pela National Automobile Dealers Association (Nada), entidade que reúne os revendedores de veículos novos dos EUA, abrangendo cerca de 54% de seus filiados (cerca de 14,7 mil revendas).

As grandes fabricantes dos EUA falharam em pontos cruciais avaliados pela pesquisa: valor e valorização da franquia; qualidade das decisões corporativas que afetam as revendas; qualidade das visitas às revendas feitas por profissionais das fabricantes.

A segunda colocada na pesquisa sobre 2011 foi a japonesa Subaru, que há cinco estudos se mantém entre as três melhores parceiras dos revendedores de veículos nos EUA. Logo atrás dela ficou a Lexus, divisão de prestigio da Toyota, que atualmente não tem seus modelos importados ao Brasil, mas é muito difundida nos centros urbanos dos EUA.

Como se vê, é um pódio dominado do ouro ao bronze por marcas asiáticas -- e o quarto lugar ficou com mais uma, a Kia.

Em quinto lugar ficou a alemã Mercedes-Benz, seguida por Toyota, Volkswagen (que tem o mercado dos EUA como estratégico para chegar a 2018 como o maior grupo automotivo do mundo), Porsche, Audi e, finalmente, Cadillac -- mas dividindo o décimo lugar com outra asiática, a Honda. A Nada não divulgou as demais colocações.

A pesquisa da associação das revendas surge num momento em que os três grupos norte-americanos e suas diversas marcas mostram resultados robustos em vendas e faturamento, sugerindo que a recuperação depois do desastre financeiro de 2008/2009 é para valer. Mas quem banca esse processo são os consumidores -- e consumidores lidam com revendas, não com fabricantes.

Não admira que o desbocado Sergio Marchionne, presidente mundial do grupo Fiat-Chrysler, tenha comentado, há poucas semanas, que as revendas da empresa norte-americana (além de Chrysler, incluem Jeep, Dodge e Ram), deglutidas pela empresa italiana após a crise financeira, "não são de primeira linha".

Os resultados completos do estudo feito pela Nada foram levados a mais de 300 executivos de 30 marcas automotivas para avaliação ao longo dos últimos dois meses; Marchionne ou assessores próximos certamente estão nesta lista, e a frase dele -- na verdade, um comentário sobre pesquisa da J.D. Powers sobre satisfação dos compradores de carros com as revendas -- valeu como uma resposta ácida ao estudo.  

QUEM É NADA
A Nada surgiu em 1917, como um grupo de lobby em favor do comércio de automóveis. No início de 2011, congregava cerca de 17,7 mil revendedores norte-americano -- o menor número desde 1990, quando havia 24.825 filiados. A queda mais representativa aconteceu a partir de 2008, ano que fechou com 20.770 revendas. Desde então, deixaram de existir marcas como Saturn, Pontiac e Mercury.

A Nada realiza seu congresso anual a partir deste sábado (4). A Fenabrave, equivalente brasileiro da entidade dos EUA, participa do evento. Entre os discursos e palestras previstos, estão participações do próprio Marchionne (provando que é corajoso, diga-se) e até do ex-presidente George W. Bush.

Viagem a convite da Fenabrave