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Com J2, JAC quer mostrar que também tem estilo

Do UOL, em São Paulo

23/02/2012 14h13

Em uma semana, cinco diferentes leitores de UOL Carros flagraram um hatch compacto de cores berrantes -- amarelo ou laranja, sempre em tom de caneta marca-texto -- rodando pelos arredores de São Paulo, ora nas marginais Tietê ou Pinheiros, importantes vias rápidas da capital paulista, ora em estradas que cruzam a Grande São Paulo. Todos avistaram o subcompacto chinês JAC J2.

O carro não é de todo inédito: o JAC J2 foi exibido junto com o restante da linha chinesa na última edição do Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro de 2010, antes mesmo da marca passar a vender seus modelos "completões" no Brasil, o que só começou em março de 2011. Por que, então, ele circula camuflado?

Para chamar a atenção e mostrar que está próximo de desembarcar para valer no mercado brasileiro.

A chegada ocorre no segundo semestre, entre outubro e novembro? Ou seja, ele chega às lojas durante o Salão de São Paulo deste ano ou pouco depois. A indefinição da JAC diz respeito a algumas questões de adaptação do modelo -- assim como ocorreu com o hatch J3, a perua J6 e com o sedã médio J5, a ser mostrado em breve, o novo J2 vai mudar bastante no que diz respeito a acabamento em relação ao modelo chinês, e isso tem demandado um tempo maior de preparação.

Mas a demora na chegada diz respeito também, e principalmente, às indefinições do governo com relação ao IPI para carros importados e ao novo regime automotivo nacional. A JAC espera ser beneficiada nas negociações com o Planalto por ter anunciado a abertura de sua fábrica na Bahia. Traduzindo, Sérgio Habib confia na possibilidade da isenção da super-alíquota para seus veículos a partir de março, data esperada para o anúncio das novas regras do setor.

E isso seria fundamental para todos os modelos da marca chinesa, mas sobretudo para o pequeno J2.

CARRO DE ESTILO
Quando foi mostrado em 2010, durante o salão, o J2 era "apenas" um subcompacto com visual oriental e motor 1.0. De fato, ele era quase um Kia Picanto: com 3,53 m, poderia vir ao país equipado com motor 1.0 com câmbio manual ou com bloco 1.1 gerenciado por câmbio automático, sempre de cinco marchas. Tudo bem similar à primeira geração do Picanto.

Acontece que o Picanto mudou: cresceu, ficou encorpado, muito bem equipado e... muito mais caro, por conta do Super-IPI, que praticamente derrotou o carro coreano antes que ele pudesse partir rugindo para cima de Gol e companhia limitada.

A JAC observou o duro golpe aplicado ao Picanto e traçou sua estratégia para o J2. O primeiro passo, como dito acima, é aguardar por boas novas com relação ao imposto. O segundo, que depende totalmente da própria marca, é deixar o carrinho o mais atraente possível.

O J2 será o carro de imagem da JAC. O modelo para mostrar que os chineses podem oferecer mais que apenas preço em conta. Por conta disso, a motorização básica foi deixada de lado: quando vier, informam pessoas ligadas à JAC, o J2 vai utilizar o mesmo motor 1.3 (que a JAC insiste em dizer se tratar de um 1.4) de 108 cv, com o pacote habitual: direção hidráulica, ar, rodas de liga leve, airbag duplo, freios com ABS e EBD e sistema de som.

Com é menor e pesa menos que o J3, a motorização deve ser suficiente para transformar o J2 num foguetinho. E há ainda a possibilidade do carro passar a usar motor flex após a virada do ano -- a prioridade do novo propulsor, porém, é do carro-chefe J3. 

As cores também devem passar a imagem de um carro diferente: o vermelho apresentado em 2010 deve ser a mais "normal", já que a gama vai apostar mesmo em tons cítricos ou, no máximo, no branco, nova coqueluche automotiva.

Mas e o preço? Esta é a questão mais sensível do caso. Com o IPI, o novo Picanto começa em R$ 39.990, patamar inviável para o padrão da JAC. O J3, por sua vez, pode ser encontrado por R$ 36.900. A questão do J2, crava nosso informante, é que ele não pode ser tão caro quanto o Picanto, nem tão em conta a ponto de inviabilizar o J3, que traz o mesmo arsenal de equipamentos numa embalagem menos apertada. Algo em torno dos R$ 33 mil seria algo aceitável, mas ainda em discussão. A definição de tudo começa agora em março. Vamos conferir.

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