Ferrari deixa marcas de pneus na Muralha da China e é obrigada a pedir desculpas
As marcas de pneus deixadas por um modelo da Ferrari em evento promocional nas muralhas históricas da cidade de Nanjing (leste da China, a 1.000 quilômetros da capital Pequim), na última segunda-feira (7), provocaram a fúria da comunidade local e obrigaram a fabricante italiana (que faz parte do Grupo Fiat) a pedir desculpas formalmente e, claro, limpar o estrago.
Uma unidade do modelo 458 Italia, que tem 570 cavalos de potência e no Brasil custa inicialmente R$ 1,5 milhão (na China, a edição especial recém-lançada do bólido vale 6 milhões de yuans, quantia equivalente), foi alçada à parte superior da muralha por uma grua e fez várias manobras no local, deixando marcas de pneus sobre o calçamento de pedras. As imagens foram registradas por equipes locais de televisão e veiculadas na internet. Após a sessão de "zerinhos" e de muita borracha queimada, agentes de limpeza tentaram, em vão, limpar as marcas de pneus deixadas.
Vídeo mostra estrago feito por Ferrari na Muralha da China
As imagens da rede de local NTV7 mostram as manobras e marcas feitas pela 458 Italia
A Ferrari pediu desculpas em um comunicado oficial, no qual afirma que respeita a cultura chinesa e diz que tentará resolver os problemas criados por sua distribuidora local, a Kuaiyi Automobile. O evento na Muralha da China celebrava os 20 anos de entrada da marca no mercado local e custou 80 mil yuans (cerca de R$ 25 mil).
O município de Nanjing repreendeu os organizadores do evento, alegando que o mesmo não havia sido autorizado. O incidente destacou ainda o crescente ressentimento de chineses contra o luxo às vezes ostentoso ligado à marca esportiva. "Não podemos tolerar que a Ferrari utilize a antiga porta da cidade para um espetáculo e a danifique. Se não respeita a cidade, não merece ficar aqui", escreveu um morador de Nanjing em um microblog.
O local que recebeu o evento fica próxima à área chamada de Porta da China, utilizada nas cerimônias do período imperial, que data da dinastia Ming (1368-1644). Até então, era um dos setores mais bem preservados da cidade.
Apesar do pedido de desculpas e da tentativa de limpeza, há ainda o temor de que a ação tenha causado danos estruturais mais sérios ao patrimônio histórico-cultural. Um especialista ouvido pela agência oficial Xinhua afirmou que o "dano estrutural é, talvez, invisível no momento, mas é muito real". (Com informações da agência AFP e da NTV7)
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