GM e PSA silenciam sobre fábrica conjunta no Brasil
A General Motors e a PSA Peugeot Citroën decidiram manter silêncio sobre a eventual construção de uma fábrica conjunta no Brasil. A revista Veja publicou a informação em sua edição desta semana.
Nesta segunda-feira (21) a GM não quis comentar o assunto, enquanto um representante da PSA foi mais enfático e disse que não falaria sobre "rumores".
Segundo a Veja, o investimento de GM e PSA no Brasil seria de 1 bilhão de euros, valor hoje equivalente a R$ 2,6 bilhões. Rio de Janeiro e Minas Gerais seriam os endereços mais prováveis para a nova fábrica.
A aliança entre os dois grupos foi anunciada no final de fevereiro, inicialmente como uma medida para cortar custos e partilhar plataformas na produção de carros na Europa. O mercado automotivo do continente foi o que mais sofreu a partir da crise financeira de 2008, e hoje vive um tenso compasso de espera determinado pelas crises em países como Grécia, Espanha, Itália e outros.
A medida também foi entendida como uma maneira de a GM reduzir o peso da deficitária Opel, sua subsidiária alemã, em suas operações. No entanto, analistas criticaram a aliança, apontando que o grupo norte-americano -- hoje apresentando bons resultados após a concordata de 2009 -- nada teria a ganhar unindo-se à PSA.
Pelo acordo, 7% da Peugeot passaram ao controle da GM.
Uma operação conjunta de GM e PSA no Brasil pode ser entendida como uma aposta num mercado cada vez mais crucial para a indústria automotiva, que volta seus olhos para países como o nosso e a China -- neste último está boa parte do volume de vendas global que ajudou a tirar a GM do buraco.
Também pode ser vista como uma maneira de contornar dores de cabeça colaterais à instalação e gestão de uma fábrica. Na França, onde cortes de empregos são uma possibilidade real após a aliança, o presidente François Hollande, do Partido Socialista, prometeu agir duramente contra as empresas, em defesa dos trabalhadores.
Na região do sul fluminense, onde já opera a fábrica brasileira da PSA e será instalada nova planta da Nissan, a relação entre capital e trabalho parece mais amistosa.
Por ocasião do anúncio da fábrica da Nissan, em 2011, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Renato Soares, afirmou, segundo o jornal local Diário do Vale: "Nenhuma grande empresa vai se instalar em lugares onde os sindicatos tenham atitudes radicais".
E prosseguiu: "A Nissan poderia ter ficado em São José dos Pinhais (PR), onde sua coligada Renault tem fábrica, mas é bem possível que uma greve de 37 dias feita pelo sindicato de lá na Volkswagen tenha pesado contra essa decisão".
O sindicato, que cobre as regiões de Resende e Porto Real, é filiado à Força Sindical desde setembro do ano passado.
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