Hyundai exibe luxo do Equus de olho na elite diferenciada
A situação do mercado de carros importados não está fácil no Brasil (veja mais detalhes aqui), mas as principais marcas do segmento sabem que a chave é diversificar o portfólio e apostar, principalmente, no nicho de veículos de alto luxo, que segue aquecido no país. O recente retorno da Lexus, divisão elitizada da Toyota, mostra isso. E o novo movimento da Hyundai, também: mesmo se preparando para guerrear no segmento de carros populares com o projeto HB (mais dele aqui), a marca sul-coreana dá passos largos para atrair os olhares das classes A e B com modelos como o Genesis e o Equus.
O que é a Mostra Black
Patrocinada pela Hyundai pelo segundo ano consecutivo, a Mostra Black é uma exposição de arquitetura, paisagismo e decoração sediada em São Paulo (SP) até o dia 24 de junho.
Montada nos espaços de uma casa modernista da década de 1960, terreno de 5.100 m² do bairro de Alto de Pinheiros (Zona Oeste), a mostra traz instalações, conceitos e ambientes internos e externos de uma casa de alto luxo e tem como público endinheirados das classes A e B.
Para quem curte carros, além dos sedãs Genesis e Equus expostos no espaço Café Hyundai (um misto de sala de estar e garagem), há um Veloster envelopado com traços de HQ e arte asiática contemporânea. A entrada custa R$ 100. (EAB)
Ambos são conhecidos dos amantes de carros: foram mostrados ao público brasileiro durante a última edição do Salão do Automóvel de São Paulo, em 2010 (relembre aqui). A entressafra provocada pelo final da crise econômica mundial de 2008/09, entre outros percalços, atrasou demais a chegada dos modelos, que só agora em 2012 colocam as quatro rodas em solo nacional. Além da rede de concessionários, é possível dar uma olhada em Genesis e Equus num dos ambientes do evento de arquitetura e design Mostra Black, em São Paulo (mais detalhes no quadro ao lado).
A apresentação segue o estilo hiper realista (ou mega exagerado, se você preferir) das peças publicitárias do Grupo Caoa, que representa a marca no Brasil. Apesar do visual desatualizado do Genesis (o carro segue o antigo estilo da marca e não traz as formas de "escultura fluida" de ix35, Sonata, novo Azera ou mesmo do novo Genesis Coupé mostrado no Salão de Detroit, em janeiro), as propagandas de revistas, jornais e televisão o comparam, já há dois meses, a um Rolls-Royce, com o qual só tem em comum (além das óbvias quatro rodas plantadas no solo) a garantia de cinco anos e o sistema de som premium da Lexicon. Apesar disso, vale pelo bom conteúdo a preço menos salgado: R$ 220 mil (ou R$ 230 mil se você fizer questão de esperar mais para receber um exemplar branco, que a Hyundai considera cor especial).
O mesmo raciocínio vale para o Equus, mas com um algo a mais. Enquanto o Genesis tem 4,97 metros de comprimento com 2,93 m de espaço entre-eixos, o Equus entrega 5,16 metros ponta a ponta da carroceria, com generosos 3,04 m de entre-eixos e conforto de voo executivo para quem vai atrás. Além da garantia e do sistema de som com 17 falantes de 680W e tela multimídia traseira de oito polegadas, o sedã oferece ainda uma identidade diferenciada, com direito a trocar o rotineiro "H" da Hyundai por um ser alado não identificado pairando sobre o capô à Rolls-Royce (uma gerente de vendas da marca arriscou tratar-se de uma andorinha, mas preferiu não confirmar a informação). A grade também faz parte do cartão de visitas, com 14 filetes verticalizados, como se fossem dentes cerrados contra a concorrência. Ela segue, aliás, o estilo coreano (onde o carro é vendido com o nome Centennial), deixando o padrão horizontal (que lembra mais os estilo da Mercedes-Benz) para o mercado norte-americano.
Com duas toneladas de peso, o Equus tem porte de Audi A8, BMW Série 7, Lexus LS 460L e Mercedes-Benz Classe S. De fato, estes são seus concorrentes reais -- e cabe dizer que qualquer nova menção aos ingleses da Rolls-Royce (cujo nível de perfeccionismo faz acreditar que exista um público disposto a entregar ao menos R$ 2 milhões por um de seus carros) seria forçar a barra. Visual e acabamento, aliás, são pensados na medida para agradar o consumidor típico deste tipo de veículo, empresários na faixa dos 50 anos, casados, de perfil conservador, mas disposto a arriscar um pouco para exibir algo diferente na garagem do condomínio.
CompareCar
O site CompareCar exibe detalhes de Mercedes-Benz Classe S, BMW Série 7 e Audi A8, rivais alemãs do coreano Hyundai Equus.
O comprador do Equus leva motor V8 de 4,6 litros com 366 cavalos e 44,8 kgfm de torque, tração traseira, câmbio automático de oito marchas com opção de troca manual sequencial, iluminação com uso massivo de LEDs e fachos de xênon com foco autodirecional, porta-malas de 520 litros com abertura e fechamento elétricos, bancos largos e confortáveis com 12 ajustes elétricos memorizáveis e inclinação até para quem viaja atrás, onde tudo é mais refinado, aliás. A segurança é parelha ao de qualquer sedã de alto luxo respeitável, com airbags duplos frontais, laterais, de cortida e de joelho para o motorista; sistema de freios com ABS (antiblocante), EBD (distribuição eletrônica de força), assistente de frenagem em emergência, controles de tração e de frenagem em curva, freio de estacionamento elétrico; coluna de direção retrátil; cintos de segurança com pré-tensionadores; sistema de ancoragem para assentos infantis; sensores e câmeras de estacionamento dianteiros e traseiros com identificação de pontos-cego; sensores de luminosidade e de chuva, entre outros. Uma cópia do catálogo do sedã indica um pouco mais do pacote de equipamentos e pode ser vista aqui.
O ganho aqui acaba sendo, veja só, no preço: o Hyundai custa R$ 320 mil (não foi especificado se haverá distinção de valores por cor) e deve desembarcar sob encomenda no segundo semestre. Os rivais orbitam entre R$ 500 mil (caso de BMW 750i e Mercedes S400h) e R$ 600 mil (Audi A8 e Lexus). Apesar do cerimonial e da hipérbole publicitária, o Equus é, de fato, adepto do cálculo de custo e benefício, feito na velha e boa calculadora de balcão.
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