Opel Adam é carro a ser lamentado
Escolher o carro mais bonito do Salão de Paris 2012 foi moleza: basta uma olhada nas fotos do novo Mercedes-Benz Classe A para perceber que fomos justos ao elegê-lo.
E o carro mais feio?
Não foi muito difícil, embora talvez seja mais adequado dizer que escolhemos o carro mais detestável do evento parisiense. E esse carro é o Opel Adam.
Para começar, o modelo foi batizado em homenagem ao fundador da fabricante, que hoje é a divisão alemã da General Motors. E qual era seu nome? Adam Opel.
Sim, o Opel Adam é uma homenagem ao Adam Opel.
O carrinho tem sobrenome também. São três versões: Jam, Glam e Slam. Escolha sua rima preferida e seja feliz!
O Adam e claramente inspirado em Fiat 500 e Audi A1, surfando na onda da costumização, aquela que permite ao proprietário, entre outras coisas, escolher cerca de 1.997.550 combinações de cores para a carroceria.
Afinal, o mote do Adam é "Sim à personalidade forte, não ao conformismo". Em francês, fica parecendo alguma palavra de ordem buscada em maio de 68. Perfeito para a "audaciosa" tarefa de decidir as cores de um carro.
O preço do modelo ainda não foi divulgado, mas a expectativa é que ele comece em algo equivalente a R$ 35 mil. Por ora, não há chance de ele ser vendido no Brasil. Por ora.
DE TRÁS À FRENTE
O visual do Adam tem o jeitão de uma costura de diversos outros carros -- de certos ângulos a dianteira, que é cheia de penduricalhos, lembra um cruzamento de Smart com Porsche Cayenne. Também faz pensar num Lifan 320, aquele carro chinês que imita o Mini.
Na traseira do Adam há quatro lanternas, sendo que a da ré e a de neblina, que ficam no para-choques, são tão grandes que parecem faróis.
Ou seja, a traseira parece uma dianteira.
Pequenino (3,7 metros de comprimento), o Adam traz bancos para quatro pessoas, que devem acessar o habitáculo através de duas portas e se espremer durante a manobra. Na prática, é (quase) impossível dois adultos viajarem atrás. Culpa do entre-eixos de 2,31 metros.
Verdade que o acabamento na cabine é caprichado, a ergonomia para o motorista é boa e, movido por motores de até 100 cavalos (de 1,4 litro; há opção 1,2 litro), certamente há a possibilidade de obter diversão ao volante do carrinho.
Mas sua mera existência, e seu apelo fake a um modo de vida urbano jovem e moderno (ou seria melhor dizer "djóvem e muderrrnu"?) explicitado no estande da fabricante em Paris e nos sites dedicados ao modelo, merecem uma esculhambação.
Se é assim que a Opel quer sair do buraco em que está metida, melhor reconsiderar.
Viagem a convite da Anfavea
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