Mercedes-Benz mostra 'futuro de R$ 100 mil' para se ajustar ao Brasil
A foto que abre esta reportagem mostra o que boa parte do público do Salão do Automóvel de São Paulo espera ver no estande de marcas como a Mercedes-Benz: modelos caros, de sonho, com tecnologia de ponta e cavalos de sobra, como o superesportivo SLS AMG GT3 45th Anniversary, um dos destaques do Anhembi. Mas isso é algo que a Mercedes quer mostrar cada vez menos -- ela, assim como praticamente todas as marcas, quer vender bem e bastante, ou seja, vender carros mais baratos, que atraiam mais compradores. Veja: mais barato não quer dizer popular, nem pelado. Quem viver e ler, verá.
Os clientes tradicionais e os fãs atuais da marca certamente vão babar ao olhar o SLS GT3 45th Anniversary (veja o álbum de fotos aqui), que celebra os 45 anos da preparadora AMG. Com preparação de competição (só pode rodar em pista) e 571 cavalos de potência, tem apenas cinco unidades numeradas disponíveis no mundo. E um brasileiro (um comprador do Sul do país) ficou com o número 1, este mesmo exposto no Anhembi, e por isso você não ouvirá o ronco gutural do motor: cotado em dólar, com preço de US$ 580 mil (cerca de R$ 1,2 milhão, na conta limpa), permanecerá desligado para ser preservado.
A NOVA MERCEDES QUER VOCÊ
Se boa parte das marcas se mostra ávida por crescer no país, sobretudo em segmentos mais lucrativos, como o de modelos premium -- Ford, Citroën, Peugeot, Chrysler, Hyundai e até Kia mostraram lançamentos mais vistosos, potentes e equipados visando o comprador mais endinheirado -- os alemães querem mostrar que menos pode ser mais. Assim, o plano de quatro anos apresentado pela Mercedes-Benz indica que os futuros carros serão menores (compactos para eles, mas de tamanho médio ou um pouco maior para nós brasileiros), tecnológicos a ponto de interagir com suas impressões digitais e com os aplicativos de celular e tablet e equipados com motores menores (sempre abaixo de 2 litros, com uso de turbo e injeção direta), que trarão olhares enviesados dos mais conservadores. Mas agradarão a novos (e arrojados) clientes.
O alicerce desta nova fase é, justamente, a plataforma menor para os novos modelos, todos parte da chamada NGCC (nova geração de carros compactos). Repetimos: compacto para europeus, médio ou médio-grande para nós. O primeiro deles é o novo Classe B, lançado no começo de outubro e já encontrado nas lojas (leia aqui nossa avaliação), mas ainda assim uma das atrações do Salão. Os demais surgirão por aqui a intervalos médios de seis meses, prometem os engravatados.
Assim, o instigante Classe A é o próximo. Considerado o mais bonito do Salão de Paris (saiba mais aqui), se ausentou do Anhembi para não dividir os holofotes com os rivais BMW Série 1 e novo Audi A3 (saiba aqui como ficará a briga). A estratégia da Mercedes é segurá-lo até maio. O preço não está fechado, mas o carro será mais barato que os R$ 116 mil pedidos pelo Classe B.
FEITO PARA O BRASIL
Uma novidade não tão nova assim e uma ausência... tem algo quente? Tem, sim. O conceito CSC (Compact Style Coupé), apresentado ao mundo no Salão de Pequim (esqueceu? Lembre aqui), ocupa a posição de destaque no estande da Mercedes, com razões de sobra. Apelidado pelos alemães de mini-CLS, em virtude do estilo acupezado (embora seja um sedã tradicional, com quatro portas e porta-malas destacado), ele está em São Paulo num teste de futurologia: vai ganhar vida em um ano (deve ser mostrado no próximo grande salão europeu, o de Frankfurt, em 2013) e chegar ao Brasil em seguida, confirmam os executivos da marca, com o nome de CLA -- será o cupê leve de quatro portas baseado no Classe A.
Tanto o hatch quanto o sedã da Classe A devem seguir os passos do Classe B e utilizar motor quatro-cilindros. No B 180, temos o 1.6 turbo de 156 cavalos e 25,5 kgfm. O conceito CSC utiliza configuração 2.0 com tração integral, 211 cavalos de potência e câmbio de sete marchas e dupla embreagem. A faixa de ataque do futuro modelo de rua já existe, se nada mudar até lá: sedãs de luxo, mas caretas de estilo, de R$ 120 mil.
O modelo, aliás, está cotado para ser fabricado aqui no Brasil se e quando a Mercedes decidir retomar a produção de carros no país -- o que algumas fontes ligadas à marca acreditam ser algo "inevitável" nos próximos anos, uma vez que a grande rival BMW (atualmente detentora do posto de maior vendedora do segmento no mundo) confirmou a construção de uma fábrica em Santa Catarina, de onde sairão justamente modelos de entrada, como Série 1, Série 3 e X1.
Mas para sobreviver à briga, a família compacta da Mercedes precisa crescer mais: ao ritmo de um carro novo por semestre, chegarão ainda um SUV (provisoriamente chamado de GLA e que terá o protótipo revelado no Salão de Detroit, em janeiro) e um cupê esportivo -- todos menores que os modelos fabricados atualmente, todos feitos sobre a plataforma compacta da marca.
"Vamos apresentar carros com design jovem, repletos de tecnologia e que nos ajudarão a conquistar novos clientes. São bons para o Brasil e o Brasil é cada vez mais importante para Mercedes-Benz", aponta Juergen Ziegler, presidente da marca para os mercados brasileiro e da América Latina.
Como funciona o farol do Mercedes-Benz CSC
Espelhos e iluminação especial dão aura de ser vivo ao conceito alemão; assista
O AGORA
Quer algo mais palpável e imediato? Pois saiba que a revolução do tamanho (downsizing) da marca já começou: o novo Classe C (best-seller da marca) não difere muito do que está na sua garagem, visualmente falando. Mas sob o capô, há grandes novidades: o mesmo motor 1.6 turbo citado anteriormente. Um C180 com motor 1.6 parece heresia? Acostume-se: ele consome menos, anda mais e melhor (autonomia de 17 km/l, dentro do novo padrão exigido pelo governo brasileiro) e casa com a estratégia da marca. Com pacote AMG (para-choque e saia esportivos), chega em novembro por R$ 139.900.
Para os mais conservadores, há o face-lift do roadster SL (V6 a US$ 280 mil; SL63 AMG a US$ 359 mil) e do jipão GLK (o GLK300 tem motor V6 3.5 de 252 cv e 18% mais econômico e chega em novembro por R$ 224 mil); GL (V8, 408 cv, por US$ 250 mil e chegada até final do ano) e a nova geração do ML (de R$ 319.900 a R$ 335.000); além do novo utilitário com preparação esportiva G63 AMG, agora luxuoso de verdade (US$ 385 mil, com apenas três unidades vindo este ano).
É BICICLETA OU MOTO?
A até 25 km/h, a smart ebike funciona como moto elétrica, empurrada por baterias de 423 Wh; acima disso, você precisa pedalar. A característica trava à chegada: ela custaria R$ 10 mil
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.