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Audi cria "manobrista virtual" para levar e trazer A7 para o dono

O Audi A7 da CES, sem motorista, em busca de vaga; sistema auxilia homem, sem substituí-lo - Divulgação
O Audi A7 da CES, sem motorista, em busca de vaga; sistema auxilia homem, sem substituí-lo Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo (SP)

11/01/2013 16h52Atualizada em 07/10/2016 15h33

Carro que dispensa o motorista para se mover sozinho, de forma autônoma, parece ser o assunto da vez neste começo de 2013. Algumas empresas aproveitam a CES, feira anual de tecnologia que abre a temporada de eventos em Las Vegas (EUA), para mostrar em que pé está o avanço de sensores e antenas dos sistemas que diminuem, ou substituem parcialmente, o trabalho do motorista.

É o caso da Audi e de seu "piloted driving", evolução de mecanismos já existentes e que tem como melhor tradução o termo direção assistida e permite que seus carros andem por um tempo -- ou procurem vaga no shopping center -- sem que o motorista interfira. Ou da Lexus, divisão de luxo da Toyota, que mostra um sedã LS com parafernália mais complicada, mas que permitiria a direção totalmente autônoma em viagens longas.

O grupo Volkswagen, desenvolvedor da direção assistida, divulgou um vídeo da Audi para a feira -- que pode ser visto na TV UOL --, no qual um A7 busca vaga num prédio sozinho. A motorista desce do carro, saca o celular do bolso e comanda toda a operação longe do volante e dos pedais.

Um aplicativo monitora a ação do sistema de direção assistida na tela do celular (ou tablet): um mapa mostra as vagas disponíveis e o trajeto a ser feito, enquanto botões comandam a ida ou o retorno do carro e em quanto tempo o motorista quer que isso ocorra. Dá para fazer compras no shopping e depois, enquanto toma um café, programar o carro para que ele te encontre na porta de saída. 

Paralelamente, a Audi também mostrou que a tecnologia pode movimentar o carro na rua, o que a levou a pedir -- e conseguir -- a primeira permissão do mundo para automóveis autônomos, conferida justamente pelo Estado americano de Nevada, onde fica a cidade de Las Vegas. 

Uma volta sem motorista

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    Aplicativo para fones e tablets dispara ida e volta do carro ao estacionamento, tempo e mapa de vagas.

    Outro uso do sistema é livrar motorista da condução em momentos incômodos, como em congestionamentos (abaixo) ou terrenos perigosos.

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ANTENAS E SENSORES
A "mágica" toda da direção assistida é realizada por equipamentos que já existem nos carros da marca aliados a outros ainda em teste. Os sensores e radares (câmeras super precisas) que medem a distância para outros carros, pessoas e obstáculos e definem se o carro precisa acelerar ou frear -- o controle de cruzeiro adaptativo -- já equipam quase toda a linha da Audi, do novo A3 (que chega ao Brasil neste primeiro trimestre) ao topo da gama A8. O mesmo vale para o sistema que mede vagas e realiza os movimentos de baliza sozinho (neste caso, o motorista tem de trocar de "ré" para "drive" durante o processo), tecnologia disponível em diferentes carros de diferentes marcas.

A novidade está na integração destes com o novo sistema de acesso à internet (chamado de "connect" pela marca), que permite o monitoramento de tudo pelo celular, e com novas antenas de wi-fi privativa, uma rede sem fio exclusiva para automóveis, que ainda precisa ser criada, e conversaria com antenas instaladas em prédios. Com tudo isso junto, o mapeamento de vagas dos prédios é feito e a condução autônoma do carro até a vaga, sem destruir nada pelo caminho, torna-se possível.

IDEIA ANTIGA
A mesma rede sem fio entre carros aliada ao sinal de GPS permitiria que um carro reconhecesse outros no trânsito e se deslocasse sem a interferência do condutor, com velocidade pré-definida e possibilidade até de fazer algumas ultrapassagens mais simples.

Tudo isso vem sendo estudado há algum tempo por grandes marcas como a alemã Volkswagen, a japonesa Toyota e a sueca Volvo, bem como por organizações e governos americanos e europeus. Para saber mais, pode-se reler um texto do jornalista Fernando Calmon, colunista de UOL Carros, de dezembro de 2011.

A ideia não é tirar o motorista do comando de uma vez, algo que tem levado a muita discussão entre órgãos de segurança viária e governos, que temem o aumento da distração dos condutores. Mas sim permitir que a máquina faça o serviço de conduzi-lo em momentos complicados, como num congestionamento por falta de visibilidade. Ou para aliviar a situação do condutor preso no tráfego insano da hora do rush.

  • Justin Sullivan/AFP

    Lexus também mostra carro que se guia sozinho na CES, mas parafernália ainda é o incômodo