Operários da GM param novamente contra demissões em SJC
![Funcionários da GM protestam em frente à unidade de São José dos Campos (SP) - Nilton cardin/Sigmapress](https://conteudo.imguol.com.br/2013/01/18/funcionarios-da-gm-de-sao-jose-dos-campos-sp-paralisam-atividades-no-dia-1812013-em-protesto-contra-possiveis-demissoes-da-fabrica-1358519349824_615x300.jpg)
Metalúrgicos de uma das oito fábricas do complexo da General Motors em São José dos Campos (SP) paralisaram as atividades nesta sexta-feira (18) por duas horas, das 5h30 às 7h40. A interrupção afetou a linha conhecida como MVA, que fabrica o sedã Chevrolet Classic e os utilitários S10 e Blazer, na segunda manifestação contra o risco de demissão de 1.500 funcionários da mesma unidade.
A parada antecede a segunda das três reuniões previstas para discutir o futuro da fábrica e a manutenção dos empregos. O encontro, com intermediação de um representante do Ministério do Trabalho, foi marcado para ocorrer ainda nesta sexta na sede regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
Para influenciar o resultado, os empregados afastados temporariamente promoveram passeata em frente à Associação Comercial e Industrial na quinta-feira.
A estratégia já foi tentada em julho de 2012, quando a unidade foi paralisada e membros do sindicato se reuniram com o Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, numa tentativa de levar a questão à presidente Dilma Rousseff.
ENTENDA O PROBLEMA DE SJC
- Com o fim de produção dos modelos Corsa, Meriva e Zafira, antiquados, e sua substituição por novos carros, produzidos por unidades da GM de outras cidades, parte da unidade de São José dos Campos (SP) ficou ociosa, criando a expectativa de corte de cerca de 1.500 funcionários.
- Estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), divulgados pelo sindicato apontam que a GM cortou 1.189 vagas entre julho de 2011 e junho de 2012
- O sindicato diz que a GM está quebrando o acordo feito com o governo -- de não demitir funcionários como contrapartida para redução de IPI -- e tentou reunião com a presidente Dilma Rousseff. A GM se defende: diz que aumentou o número de postos em outras unidades.
- A discussão já levou a outro ciclo de paralisações no final de julho de 2012.
OS MOTIVOS
A mobilização dos empregados ocorre porque no próximo dia 26 expira o prazo do acordo que suspendeu as demissões. A questão se arrasta desde julho de 2012, quando a GM anunciou que deixaria de produzir os modelos Meriva e Zafira (substituídos pela minivan Spin) e Celta hatch (aposentado pelo Onix) em São José dos Campos.
A GM afirmou que manterá o Programa de Demissão Voluntária por conta da ociosidade da linha e que descarta demissão em massa, mas informou manter quadro excedente por ter deixado de produzir os modelos na fábrica.
O diretor de assuntos institucionais da GM, Luiz Moan Yabiku, rejeitou a possibilidade de transferência dos trabalhadores para outra unidade de produção e manifestou a expectativa de que empresa e empregados cheguem a um acordo até o final do mês.
Na opinião do presidente do sindicato dos metalúrgicos, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, a presença do governo pode colocar um fim no impasse. "Queremos que o governo federal proíba as demissões, porque além dos benefícios fiscais que a empresa recebeu com redução do IPI [Imposto Sobre Produtos Industrializados] e com o regime automotivo, ela não não vive crise financeira”, ponderou.
Para o líder sindical, a presidenta Dilma Rousseff tem a "obrigação de intervir" na questão.
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