BMW Z4 sDrive 20i é divertido até a hora de ir para o buraco

Acelerar um BMW Z4 sDrive 20i com a capota aberta numa tarde de sol é uma das coisas que todo mundo mereceria fazer. O carro das fotos ficou alguns dias com UOL Carros e... choveu.

Ainda assim, deu para tirarmos nossas conclusões sobre o modelo 2013 do roadster, rival direto do Mercedes-Benz SLK (outro conversível que dá show de beleza e desempenho). E também arrumamos um lugar para abrir a capota sem nos molhar.

Quem move o esportivo é um novo motor 2.0 turbo de 187 cv e 27,5 kgfm de torque, disponíveis por inteiro a impressionantes 1.250 rpm (há uma versão mais cara com o seis-cilindros biturbo de 306 cv). O câmbio é o mesmo automático de oito marchas da fabricante alemã ZF que já equipa modelos como Chrysler 300C, Volkswagen Amarok, Land Rover Discovery etc. No Z4, as trocas podem ser feitas por borboletas atrás do volante. O torque é instantâneo.

POR DENTRO
Entrar no carro é delicado por causa do escasso 1,29 m de altura. São dois lugares e um porta-malas pequeno (310 litros), que fica minúsculo (180 litros) se a capota estiver aberta. O painel é organizado e o quadro de instrumentos é ergonômico, mas há pontos que jogam contra no interior: o banco é "comum" para um esportivo da BMW (sequer possui apoios laterais) e os botões que abrem e fecham o teto ficam escondidos sob o console, atrás da alavanca de câmbio.

A manopla, aliás, é confusa, pois não se move: as trocas de marcha são feitas por botões que ficam na alavanca. Numa necessidade de saída mais rápida de um farol, por exemplo, o motorista pode facilmente se embaralhar, pois precisa apertar o pedal do freio para fazer a seleção.

INCOMPATÍVEL
O fato é que o Z4 não foi feito para rodar por São Paulo e pelas principais cidades do Brasil, recheadas de ruas de má pavimentação. É ruim ter de desviar de praticamente todos os buracos para não impactar a suspensão bastante baixa e as grandes rodas de 19 polegadas, e encarar lombadas e valetas com a sensação de que o parachoque vai arrebentar.

Fora isso, por ele ser muito baixo, a visibilidade do motorista é prejudicada (com a capota fechada). E o Z4 também não nasceu para ficar parado: manter o câmbio em D (de Drive) e segurar o carro com o pedal do freio é cansativo, pela vontade que o motor tem de girar alto.

O consumo em um dia de trânsito em São Paulo não foi ruim, mas poderia ser melhor: 7,5 km/l (na estrada, foram 10,1 km/l). O consumo combinado foi maior que o do rival SLK, que rodando forte fez 9,5 km/l nas mãos de UOL Carros.

NA ESTRADA, TUDO BEM
Saia da cidade com o Z4 e a história muda. Abra a capota, sinta o vento desmanchar o topete (caso você o tenha) e aprecie o ronco do motor 2.0, seguido pelo (alto) espirro do turbo. Cada ultrapassagem instiga o motorista a sempre reduzir uma marcha a mais na próxima manobra.

Fazer curva ele sabe, apesar de ter faltado a algumas aulas com o M3. A suspensão, do tipo multibraços na dianteira e na traseira, pode ser configurada em três posições diferentes (Comfort, Sport e Sport Plus) e rebaixada em até 10 mm. No modo Sport Plus, o mais esportivo, com o controle de tração desligado, o Z4 fica arisco. O carro chega a 232 km/h e vai de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos (dados da BMW). Os freios a disco ventilados dão conta de segurar os 1.495 kg do carro.

O Z4 2013 custa a partir de R$ 212.950 e tem dois anos de garantia (o carro com seis cilindros, 3.0, denominado sDrive 35i, sai por R$ 360.500). São oito opções de cores (dois tons de prata, dois de preto, branco, vermelho, azul e cinza) já incluídas no preço de entrada. Se você mora em uma região onde o asfalto é tratado como se deve (ou tem uma pista de testes em casa), não sofre de claustrofobia e gosta de aparecer (e se divertir), o Z4 20i é uma ótima opção.