Maserati Ghibli mostra ataque da Fiat aos alemães de luxo
A italiana Maserati sempre foi associada ao mercado do luxo, onde o que importava era mostrar muito glamour e alguma tecnologia, sem muita preocupação com resultados. A marca era uma "Ferrari de terno gravata" e isso bastava. Como o mundo girou e a crise apertou, o grupo Fiat -- controladora tanto de Ferrari e Maserati, quanto de Alfa Romeo e da americana Chrysler -- agora cobra resultados, que levam a Casa do Tridente a afirmar a todo instante que planeja (na verdade, precisa) entregar 50 mil unidades por ano. E para vender é necessário ter produto atraente e, claro, carro novo.
Foi por isso que a marca optou por apresentar no Salão de Xangai o novo Ghibli, que pode até ser definido como uma espécie de Quattroporte encolhido, mas que fica melhor apresentado como a arma da Maserati contra as alemãs premium Audi, Mercedes e BMW. De quebra, a marca se aproveita de uma característica muito apreciada pelo mercado chinês e apresenta a versão com carroceria alongada do Quattroporte.
Vamos falar do novo: o Ghibli herda o nome do cupê esportivo da marca lançado nos anos 1970, chega às lojas até o final deste ano, já como modelo 2014 e tem uma missão árdua: ajudar a elevar as vendas anuais da marca, já nos primeiros dois anos (até 2015), para as tais 50 mil unidades em todo o mundo. Sua investida será sobre o clientes de Audi A5 e A6, BMW Série 5 e Mercedes Classe E, sedãs que recheiam o chamado segmento premium de mercados desenvolvidos ao mesmo tempo em que representam um segundo nível na escada do luxo na China e em outros países emergentes como o Brasil, onde o carro promete chegar até o princípio de 2014.
COMO ELE É
Por dentro, o Ghibli usa elementos vindos do Quattroporte: arquitetura, motorização e alguns equipamentos vêm do irmão maior, mas o nível de luxo é claramente inferior. O tamanho é de um carro médio-grande (médio em mercados desenvolvidos): são 4,96 metros de comprimento, 30 cm mais curto que o Quattroporte.
Como motorização principal é oferecido o V6 de 3 litros fabricado pela Ferrari, com injeção direta de gasolina, dois turbos de baixa inércia e duas calibrações: a mais básica gera 343 cavalos de potência e 51 kgfm de torque despejados sobre as rodas traseiras e permite cumprir o 0 a 100 km/h em 5,6 segundos; a outra, disponível para o Ghibli S, libera 417 cv e 56,1 kgfm de torque com tração integral Q4, que atua boa parte do tempo como tração traseira e, quando necessário, divide a força igualmente entre os eixos (50-50) e reduz o tempo para chegar aos 100 km/h para 5 s. Em ambos os casos, o câmbio é automático de oito marchas, fabricado pela alemã ZF, que também equipa uma série de outros modelos de Volkswagen a Jaguar Land Rover. A máxima também é a mesma, limitada a 285 km/h máximos.
Há ainda um motor a diesel, também feito pela Ferrari (de fato, o primeiro do tipo em um carro de produção das empresas), que entrega 335 cv e impressionantes 61,2 kgfm de torque. Esta configuração não chegará ao Brasil, mas promete consumo de até 18 km/l sem perder a capacidade de lançar o Ghibli aos 100 km/h em 6,3 segundos.
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