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Volkswagen Golf 7 surge em sua versão mais poderosa em SP

Dois Golf 7 são vistos em Mogi das Cruzes (SP); detalhes de acabamento apontam a versão GTI - Fernando Santos/UOL
Dois Golf 7 são vistos em Mogi das Cruzes (SP); detalhes de acabamento apontam a versão GTI Imagem: Fernando Santos/UOL

Do UOL, em São Paulo (SP)

17/05/2013 15h22Atualizada em 17/05/2013 23h38

Poucos carros provocam tanta reação entre os brasileiros quanto o Volkswagen Golf. Como UOL Carros já apontou em diversas ocasiões, o hatch médio é um dos mais queridos, principalmente por conta de sua dinâmica, a ponto de ter encerrado 2012 como terceiro mais vendido em sua categoria, mesma posição ocupada em abril, atrás apenas de Ford Focus e Chevrolet Cruze e à frente de concorrentes (mais ou menos) atualizados de todas as outras marcas (Peugeot 308, Fiat Bravo, Hyundai i30 e Citroën C4).

Qualquer argumentação elogiosa mais sóbria, porém, sucumbe à lembrança da defasagem de projeto de três gerações para o carro europeu. O carro vendido no Brasil é um "puxadinho" da quarta geração (do final dos anos 1990), tanto que é jocosamente apelidado de Golf 4,5. Mas e se, de repente, o Golf 7 surgisse rodando no país. E se fosse, surpreendentemente, em sua versão mais poderosa, a GTI? Pois isso ocorreu na última quinta-feira (16), segundo o relato do leitor Fernando Santos, de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, confirmado por duas imagens dos carros com placas verdes de São Bernardo do Campo (SP), sede da Volkswagen no Brasil: 

"Estava indo para o trabalho em Mogi das Cruzes, quando me deparei com dois carros pretos da Volkswagen, diferentes. Pena não ter conseguido fotografar a frente dos carros: eram bem bonitos, com LEDs diurnos e um farol de milha [sic] meio que dentro de cortes nos cantos do carro. O capô também era diferente, não era totalmente reto ou curvo, mas era bem estiloso. Tinha ainda detalhes brancos, como riscos, abaixo do símbolo da VW.

Estava com uma Palio Weekend 1.4 8 V, modelo novo, às 7h40 na estrada do Nagao, que corta as rodovias Mogi-Bertioga e Mogi-Salesópolis. Foi difícil alcançar os dois carros. Nessa estrada cheia de curvas, a quase 100 km/h, não conseguia sequer chegar perto. Mas eles freavam muito em curvas onde bastava reduzir. Numa lombada, consegui chegar bem próximo para fazer as imagens... depois, foi impossível acompanhar. Mas acho que era o Golf e pela potência apresentada e os dois escapamentos, acho que era GTI".

É O GOLF 7
Nosso leitor parece ter cravado um palpite certeiro. Ainda que apenas uma das imagens tenha ficado nítida, ela é prova cabal de que os carros pretos avistados -- escoltados por um Voyage cinza -- são da mais atual geração do Golf. E os detalhes eliminam a dúvida sobre a versão: só o Golf GTI tem uma dupla de escapes, ainda que os canos deem vazão a um motor 4-cilindros. Eles aparecem encravados no falso defletor existente na base do para-choque, posicionados um pouco mais para dentro do limite interno das rodas traseiras -- o Golf 7 convencional tem um único escape com duas saídas, posicionado à esquerda.

LEDs nas lanternas também entregam a versão mais poderosa do Golf, ainda que a descrição da frente gere alguma confusão. Tanto a configuração civil quanto a esportiva contam com frisos que nascem no escudo frontal da Volkswagen e "entram" no conjunto óptico -- no Golf padrão, este friso é cromado (que pode ter sido visto como "branco" pelo leitor); no GTI, vermelho, não importando a cor da carroceria. Além disso, o Golf comum tem uma única luz de apoio colocada em cada um dos cantos do "sorriso" formado pela falsa tomada de ar do para-choque; no GTI, o desenho mais arrojado encaixa três lâminas em cada um destes cantos, delimitando o espaço para três lâmpadas sobrepostas na vertical.

SÓ FALTOU A DIANTEIRA
Pouco depois da publicação desta reportagem, outros leitores enviaram imagens de diferentes exemplares que comprovam que o Golf 7 realmente está em fase de aclimatação ao nosso asfalto. Os novos cliques mostram unidades na cor branca e deixam uma pergunta no ar: por que ninguém conseguiu fazer imagens frontais do carro? Fica o desafio. 

Fica difícil, também, analisar o comportamento do Golf, conforme citado por Fernando Santos, que tinha a vantagem de conhecer o terreno. O novo Golf europeu tem como opção a gasolina os motores TSI (turbo com injeção direta, sistema start/stop e desligamento de cilindros) de 1,2 litro (85 cv) e 1,4 litro (140 cv), com câmbio manual de seis marchas ou o novo automatizado DSG (dupla embreagem) de sete marchas e equipamentos de apoio que podem chegar ao nível de carros premium. O GTI, que começou a ser vendido este mês na Alemanha (por iniciais 29 mil euros, cerca de R$ 78 mil), usa toda esta miríade de itens como equipamentos de série, incluindo o bloqueio eletrônico do diferencial dianteiro, que permitiria contornar curvas do modo mais fácil possível. O motor TSI é maior, de 2 litros, e gera 220 cv (230 cv com um kit de performance) sob comando de câmbio de seis marchas, manual ou DSG.

  • Fernando Santos/UOL

    Golf abre distância para o Palio Weekend de Fernando Santos antes de frear forte na curva

VEM DE ONDE?
UOL Carros mostrou as imagens do Golf 7 a alguns executivos da Volkswagen do Brasil durante o evento de lançamento do novos Gol Track e Rallye, ainda na quinta-feira. A resposta enigmática pareceu ter sido ensaiada: "A empresa se recusa a comentar as fotos, porém, reitera que sempre faz testes e adequações para analisar determinados modelos, sempre pensando no conforto e na segurança dos consumidores brasileiros".

Fato é que a marca está, sim, prestes a encerrar o jejum de Golf novo. Um informante disse que o "assunto Up" é certo e deve ser dado como encerrado ainda este ano -- a produção de lotes iniciais, "pré-série", já estaria ocorrendo para permitir manter o cronograma de lançamento do subcompacto para o segundo semestre. Assim, a bola da vez é mesmo o Golf 7: "Esqueça o Up, vocês começarão a ver o Golf rodando por aí", afirmou.

Em janeiro, a Volkswagen confirmou a produção do novo Golf em Puebla, no México, a partir de 2014. De lá, o carro seria importado ao Brasil junto com Jetta e Fusca sem pagar IPI extra. O problema, porém, é que a produção mexicana deverá se prestar a abastecer principalmente o mercado dos Estados Unidos, que ainda convive com o Golf 6 e é fundamental dentro dos planos de expansão da empresa. Assim, poderia "sobrar" para o Brasil a tarefa de também fabricar o Golf 7 e sua plataforma MQB, num segundo momento -- na última segunda-feira, a Volks confirmou investimento de R$ 8,7 bilhões para "capacitação e desenvolvimento de produtos" até 2016. Esta deixa foi dada pela Audi, em março, quando a marca premium afirmou estudar o retorno da produção do A3 ao Paraná (São José dos Pinhais), a médio prazo -- o novo A3 compartilha base e componentes com o Golf.

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