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Toyota RAV4 2.5 traz eficiência e estilo conservador

André Deliberato

Do UOL, em São Paulo (SP)

05/07/2013 21h27

Lançada há quase dois meses, a nova geração do RAV4 começa a ganhar fôlego: o carro saltou da média de 12 carros vendidos por mês, de janeiro a abril, para cerca de 160 unidades em maio. Ainda é cedo para fazer previsões, mas é provável que as vendas do SUV cresçam até o final do ano -- mas a Toyota quer vender 800 carros/mês. Excelência mecânica e acabamento alinhado à proposta são alguns de seus pontos fortes, mas isso é suficiente para fazer o modelo encostar nos líderes do segmento?

Esteticamente, o RAV4 2014 está atualizado -- sua cara, aliás, serviu para mostrar a nova identidade visual da Toyota, base para o desenho da nova geração do Corolla.

Por dentro, o SUV agrada pelo nível dos materiais e pelo bom espaço para cinco ocupantes, mas peca pela falta de alguns equipamentos e em detalhes de acabamento -- como os botões ao redor do rádio, por exemplo, que têm logotipia grande demais. Damos um desconto nesse caso, pois os compradores de RAV4 são, na maioria dos casos, mais velhos (mais "tiozões") do que, por exemplo, clientes de Honda CR-V ou Kia Sportage.

O que é imperdoável é o relógio tipo 1990 na parte superior do console e a ausência de GPS. Fora isso, o botão de bloqueio do diferencial fica escondido sob o volante, do lado esquerdo, e é fácil de ser esquecido. Os comandos de ajuste elétrico dos retrovisores parecem propositalmente retrôs, de tão antiquados. Paradoxalmente, o console central e os puxadores internos das portas têm adesivos que imitam fibra de carbono.

  • Murilo Góes/UOL

    Painel tem materiais de boa qualidade, mas alguns detalhes pecam contra o bom senso 

É UM TOYOTA
Ligue o motor 4-cilindros 2.5 de 179 cv e 23,8 kgfm de torque, coloque o câmbio automático de seis marchas em D (de Drive) e aproveite o melhor que o carro pode oferecer: o trem-de-força do RAV4 2.5 4x4, versão topo de gama do SUV, é poderoso e agradável.

O propulsor tem boas retomadas de velocidade para ultrapassagens, na cidade e na estrada, e é auxiliado pelo bom câmbio automático, com rapidez suficiente para acompanhar as decisões do motorista via troca sequencial na alavanca ou por kickdown no acelerador.

A tração 4x4 torna o jipinho mais seguro de dirigir, mas também influencia diretamente no consumo de combustível -- com gasolina, o carro rendeu cerca de 5,3 km/l em ciclo misto (cidade e estrada) quando testado por UOL Carros. Valores muito abaixo dos que foram divulgados durante o lançamento do modelo.

Para efeito de comparação, quase todos seus concorrentes (Honda CR-V, Kia Sportage, Mitsubishi ASX, Hyundai ix35 e Chevrolet Captiva) têm motores bicombustíveis de consumo ainda mais elevado.

Pagar R$ 119.900 por um RAV4 topo de linha pode parecer exagerado, ainda mais se o preço for comparado ao das versões mais caras de seus concorrentes (algumas até com motor V6). A escolha pelo SUV da Toyota só é válida, portanto, se você for admirador da marca e conhecer profundamente o carro que está levando para casa. Se não, vale olhar com atenção para a concorrência.

  • Murilo Góes/UOL

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