Volkswagen planeja 2014 como ano do "carro popular"
Algum engravatado com certo grau de importância dentro da Volkswagen decretou que era hora de a fabricante quebrar o silêncio e se mexer. De uma vez só, em pouco mais de 48 horas, a montadora confirmou uma chegada e uma aposentadoria até então negados. Após apresentar oficialmente a nova geração do Golf, na noite da última terça-feira (13), a marca também anunciou o final de produção da Kombi, na manhã de quarta.
O hatch médio chega ao Brasil em outubro nas versões Highline 1.4 TSI (140 cv e câmbio manual de seis marchas), Highline 1.4 TSI Automatizado (140 cv e câmbio DSG de dupla embreagem e sete velocidades) e GTI 2.0 TSI DSG (automatizado de dupla embreagem, mas com seis marchas). Seus preços devem começar em algo próximo a R$ 70 mil, beirando R$ 120 mil na configuração mais cara.
A Kombi deixa de ser produzida oficialmente em dezembro, pois a partir de 2014 somente modelos equipados com freios ABS e airbag duplo poderão sair das linhas de montagem brasileiras. A marca até conseguiu instalar airbags na van, mas não foi capaz de fazer o mesmo com o sistema antitravamento dos freios (antiquado, o conjunto sequer possui servofreio). Há estudos sobre possíveis substitutos (fala-se em Transporter, Multivan, T5), mas ainda não há informações sobre qual será o escolhido (nem se ele será feito aqui ou importado). Versão Last Edition (R$ 85 mil), limitada a 600 unidades, marca o fim da vida do utilitário, fabricado há 56 anos no Brasil.
É SÓ O COMEÇO
Estas notícias encabeçam a lista de novidades que a marca prepara para 2014, que será ano cheio para a fabricante, principalmente no segmento de entrada. Deixe o Golf de lado, até porque o hatch terá vida dura para se sustentar em vendas se não tiver preço competitivo. Vamos falar de carros que mais pessoas podem comprar.
O Up, compacto desenvolvido para ser o real substituto do Fusca original (aquele, criado nos anos 1950, não o cupê premium atual), tanto em tamanho quanto apelo popular, chega ao mercado no primeiro semestre de 2014. De quebra, mexerá com toda a base da linha da Volks, substituindo o Gol G4, mudando o G5 de patamar e alterando até o posicionamento do Fox, que aos poucos toma conta do espaço que era do Polo, bastante desatualizado.
Modelo será fabricado em Taubaté (SP) e será vendido com motor 3-cilindros 1.0 (que estreou no Fox Bluemotion) e câmbio manual de cinco marchas. Além disso, ele será um pouco maior que o carro vendido na Europa (em entre-eixos e comprimento) e não terá tampa traseira de vidro (por aqui ela será de metal e fibra, mesmo, como a versão feita para países emergentes da Europa por Skoda e Seat). Uma versão esportivada, com motor 1.4 flex (também da família EA211), também é estudada. Os preços iniciais devem se manter próximos aos do Gol G4, ainda que qualquer opção diferenciada possa invadir a área do Gol G5.
ESTÁTUA!
Por se tratar de um carro destinado ao mercado chinês, a Volkswagen ainda analisa se vale a pena lançar um sedã de alto volume em um mercado cada vez mais exigente. Por ora, geladeira nele.
NOVO FOX
A Volks decidiu antecipar a chegada da segunda geração do Fox (até hoje, desde 2003, o carro contou apenas com reestilizações, a maior delas em 2009) para o começo do segundo semestre de 2014.
Apesar de se tratar de uma nova geração (os ajustes na linha de montagem do carro, em São José dos Pinhais-PR, serão grandes), as mudanças visuais não serão muitas (e se concentrarão, principalmente, na traseira e no interior), já que o Fox, até hoje, tem desenho bem resolvido e atualizado.
Sob o capô, muita mudança, porém: ele deverá usar a nova família de motores EA211 (a mesma linha do 3-cilindros de Fox Bluemotion e Up, mas também dos motores 4-cilindros do Novo Golf, por exemplo). Entre as configurações, uma 1.4 (ainda inédita) e um 1.6 que deverá ser bem mais forte e eficiente que o atual (que gera 104 cv).
MUDANÇA DE ESTRATÉGIA
O Santana estava previsto para chegar nesta virada do ano, mas o projeto foi "congelado". Críticas recebidas quanto ao visual e possível conteúdo -- trata-se de um carro concebido para o mercado chinês, onde a marca precisa mais de um sedã de alto volume de vendas, do que de qualidade absoluta -- a Volks resolveu repensar a vida do modelo por aqui, um mercado cada vez mais exigente.
Caso o projeto seja retomado, inclusive com a possível fabricação nacional, sua chegada pode ficar somente para o final de 2014 e começo de 2015. O Polo europeu, feito sobre a plataforma PQ25 (como o Santana) e que também chegou a ser cogitado, voltou ao limbo.
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