Golf 7, V40, Outlander e Classe E vão bem no teste do "freia sozinho"
O Euro NCAP divulgou nesta terça-feira (29) um teste que antecipa novo padrão a ser usado de forma rotineira em 2014 para medir a segurança dos carros vendidos na Europa. O órgão passa a verificar a capacidade dos carros de, sem a ação do motorista, reduzir a velocidade ou mesmo parar na iminência de batida. É um verdadeiro "anticrash-test".
Trata-se do teste para AEB (de "autonomous emergency breaking", ou frenagem autônoma de emergência), que avalia sistemas eletrônicos já existentes em diversos modelos naquele mercado -- versões básicas, que alertam e/ou impedem choques a até 30 km/h (dentro de estacionamentos, saídas de semáforos, conversões ou no anda-para do trânsito, por exemplo), podem ser encontradas em carros como o pequeno Volkswagen Up ou o familiar Fiat 500L (avaliado nesta leva pelo Euro NCAP); as mais avançadas chegam a esterçar o volante, acelerar e frear o carro e até controlá-lo por alguns metros, sendo encontradas em modelos premium e de luxo, como na atual família Volkswagen/Audi (plataforma MQB, de Golf 7 e A3, para cima), Volvo V40 e, em seu auge, no Mercedes-Benz Classe S.
No Brasil, o recurso -- em grau mais ou menos complexo -- é encontrado em modelos de luxo e/ou em versões mais caras de novidades do mercado; por exemplo, Mercedes-Benz Classe E e Volkswagen Golf 7, respectivamente.
Veja como funciona o teste anticolisão do Euro NCAP (em inglês)
As notas de cada carro
Escala: 0 a 3 | Nota na cidade | Nota na estrada |
Volkswagen Golf 7 1.2 TSI | Não aferido | 2,204 |
Mercedes-Benz Classe E | 3 | 2,705 |
Honda Civic | Não aferido | 0,439 |
Mitsubishi Outlander | 2,107 | 1,866 |
Fiat 500 Lounge | 1,750 | Não aferido |
Volvo XC60 2.4 T5 | 1,914 | Não aferido |
Ford Focus 2.0 Titanium | 1,693 | Não aferido |
Volvo V40 | 2,908 | 2,552 |
Dependendo do modelo, os sistemas funcionam com sensores, radares, câmeras estereoscópicas etc. Entre suas funções estão: medir a velocidade do carro que vai à frente e sua distância para o carro protegido; detectar o aparecimento (súbito ou não) de obstáculos adiante; e acionar comandos específicos. Para o Euro NCAP, o que importa é a capacidade de habilitar os freios para evitar (ou amenizar) o impacto.
O resultado do novo teste é classificado em três diferentes níveis ("good", ou bom; "adequate", ou satisfatório; e "marginal", ou regular), sendo que por enquanto ele apenas acrescenta "status" ao resultado final do modelo no crash test. Traduzindo: ir mal no teste de AEB não "elimina" um modelo (zero estrela), mas ir bem significa ter um diferencial importante na relação com os demais.
Nesta fase preliminar foram avaliados sete modelos: Mercedes Benz Classe E (o mais bem colocado no teste, a partir de R$ 229.900 no Brasil), Volvo V40 (o segundo melhor no geral, R$ 115.950 por aqui) e XC60 (R$ 154.950), Volkswagen Golf 7 (a partir de R$ 67.990), Mitsubishi Outlander (R$ 102.990), Fiat 500L, novo Ford Focus (começa em R$ 60.990) e Honda Civic europeu (dono da pior avaliação). Todos os testes podem ser vistos na playlist preparada por UOL Carros e no alto dessa reportagem.
NA MORAL
Este novo tipo de teste deve se tornar padrão nos próximos anos, a ponto de ser possível imaginar este recurso de segurança quase como novo item "obrigatório" para mercados desenvolvidos -- as aspas aqui são uma espécie de grifo da reportagem, uma vez que a obrigação para a Europa, por exemplo, de muitos dos atuais recursos (LEDs diurnos, controles de estabilidade e mesmo airbags e freios com ABS) é moral, não de lei.
Tanto é assim que o IIHS, rigoroso instituto ligado às seguradoras dos Estados Unidos, já prepara avaliação semelhante para os modelos vendidos por lá.
De toda forma, também é bom lembrar que nenhum recurso exime o motorista de culpa em um possível acidente: o condutor ainda tem a responsabilidade legal sobre todo e qualquer ato ocorrido enquanto estiver ao volante.
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