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Novo Corolla ianque, que pode ser versão no Brasil, é chamativo

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em Detroit (EUA)

15/01/2014 20h50Atualizada em 15/01/2014 21h56

Ele não é lançamento do Salão de Detroit 2014, seu espaço no estande é secundário e pouco concorrido, mas UOL Carros deu bola para o Toyota Corolla 2014 americano e foi recompensado com visual externo chamativo, sem prejuízo do conforto na cabine, similar ao da atual geração.

Mas por que mostrar o carro feito em Mississippi, se o modelo a ser lançado no Brasil ainda este ano terá como base o modelo europeu? Simples: o Corolla S visto e fotografado no salão pode vir a ser usado como versão esportiva para nosso mercado. E funcionaria mais do que o atual Corolla XRS.

Por aqui, temos o XRS

  • Murilo Góes/UOL

    Lançado há dois anos, o Corolla XRS tem motor 2.0 (153 cv com etanol) e quase a mesma receita do atual Corolla S americano: grade preta do tipo colmeia; faróis com lentes escurecidas; spoilers; rodas escuras etc. Daí o S ianque ser a receita ideal para equilibrar a nova geração, que no Brasil será mais requintada. E o nome pode ser XRS, mesmo.

Ainda que pareça uma evolução da atual geração vendida no Brasil, não um carro diferente (e troca de geração geralmente representa uma quebra), o Corolla S americano impressiona no primeiro contato com sua cara enfezada, seguindo à risca a receita do radicalismo.

Faróis angulosos integrados à grade frontal fina (tipo colmeia) e preta para formar uma linha de olhos apertados; a grande seção pintada de preto brilhante e delimitada por friso cromado no para-choque servindo de bocão; os nichos dos faróis de neblina nas extremidades da peça, são sublinhados por prolongamentos aerodinâmicos. A carroceria de azul intenso (Crush, metálico) contrasta com o laranja das setas, com a cor preto brilhante das rodas de cinco raios, 17 polegadas, calçadas com pneus 215/45 e com o vermelho do emblema S da versão.

É preciso dizer: a traseira foge um pouco ao estilo Toyota, mesmo à atual "keen face" e lembra muito rivais (lateralmente é Renault Fluence; de traseira, Kia ou Hyundai), com lanternas que se prolongam pela lateral e pequeno spoiler integrado à tampa do porta-malas. O para-choque é bojudo como o de um Civic. Faltou uma ponteira mais vistosa para amarrar melhor o conjunto, algo bem definido na dianteira.

TIOZÃO
Dentro da cabine, porém, as coisas mudam de figura. O Corolla 2014 lembra demais o atual vendido no Brasil, seja em espaço, seja em conforto percebido. Claro, há uma leve melhoria nas texturas e há frisos coloridos nos painéis de porta, mas isso não parece suficiente para tirar o ar de carro de tiozão. São 4,65 metros (mais de dez centímetros mais comprido) e quase 2,70 m de entre-eixos, mas menor altura. O maior espaço interno serviu para reforçar o conforto no banco traseiro e o porta-malas, que parece mesmo mais amplo.

O painel segue o estilo já mostrado no Brasil com o novo RAV-4. Assim, o novo Corolla tem conectividade jamais vista na linha, com seu volante multifunções, seu painel com tela multimídia, conexão Bluetooth, câmera traseira e navegador. Relógio digital e saídas de ar parecem saídas dos anos 1990 e batem de frente com o botão de partida atrás do volante, que tem borboletas para troca de marcha. O couro dos bancos é mais simples, como o de um compacto no Brasil (algo que o Corolla é nos EUA), sem o maior refinamento de um sedã médio (o que o Corolla é no Brasil). Mas o quadro instrumentos totalmente analógico, que também não parece tão avançado, cai bem num modelo menos convencional, assim como o teto solar.

Ao conversarmos com um funcionário da Toyota sobre o novo Corolla americano e uma possível comparação com o novo Corolla europeu, obtivemos uma resposta que demonstra o quanto a Toyota brasileira acertou ao escolher outra origem para o novo sedã nacional: "Você está falando do Europeu, certo? Ele dá a impressão de ser mais largo, mais baixo e assentado, mais comprido e mais espaçoso. O visual é mais recortado e com mais itens de refinamento que o americano, há também o câmbio CVT com controle eletrônico", resumiu.

"Mas o carro americano se adequa à proposta do nosso mercado, mais jovem, com boas opções de motor. Não temos um número específico de vendas ainda, mas ele segue o padrão da geração anterior. Costumamos construir mais de 1 milhão de unidades do Corolla por ano", completou.

Voltando ao Corolla S, as especificações: nos EUA, é a configuração topo da gama, com preço inicial de US$ 19 mil (cerca de R$ 44.700 limpos, pelo câmbio deste dia 14 de fevereiro). O motor é o novo 2ZR-FE, 1,8 litro de 132 cavalos e 17,7 kgfm de torque (conhecido pelo código 2ZR-FE), gerenciado pelo câmbio CVT de seis marchas. O novo Corolla do Brasil deve manter os atuais 1.8 (144 cv) e 2.0 (153 cv), mas com câmbio CVT simulando sete marchas.