Hyundai e Kia abandonam exagero e buscam carro "puro" em Detroit
Chapman, novo chefe da design da Hyundai America, inaugura era da "escultura fluida 2.0"
Campeãs de inovação e criatividade, as sul-coreanas Hyundai e Kia entraram, cada uma a seu modo, em nova fase no Salão de Detroit 2014. A primeira vai adotar visual mais robusto e tradicional, em oposição às chamativas linhas "orgânicas" de seus modelos atuais; a segunda, comandada pelo designer alemão Peter Schreyer, resolveu buscar no passado a essência para um carro à moda clássica, com viés purista. O objetivo, porém, é o mesmo: apesar do crescimento expressivo nos últimos anos, no mercado americano e no mundo, ainda falta às duas aquele "detalhe" que separa as marcas de destaque das marcas que lideram. É em busca deste "detalhe" que ambas partem.
Marca-mãe do grupo, a Hyundai sai em vantagem neste novo rumo. Antes conceito, o novo Genesis chega ao salão americano como carro real, modelo 2015, que chegará as lojas até o segundo trimestre deste ano. O preço desta segunda geração ainda não está definido, mas a Hyundai quer mantê-lo no patamar de US$ 40 mil (cerca de R$ 94 mil, pelo câmbio de 16 de janeiro) do modelo atual.
Primeiro modelo premium vendido pela Hyundai nos Estados Unidos, o Genesis original enfrentou Mercedes-Benz Classe E e BMW Série 5 e foi bem recebido. Em 2013, entregou pouco mais de 30 mil unidades, no primeiro declínio de vendas desde sua estreia em 2008.
Agora, a Hyundai aposta no formato mais tradicional. Sob nova direção de design, a cargo de Christopher Chapman, a Hyundai entra, como ele mesmo afirmou na apresentação, "na fase do design de escultura fluida 2.0". Se a fase 1.0 começou no Sonata com formas chamativas e vincos enormes, esta chega mais proporcional e limpa. O novo Genesis nasce ainda mais longilíneo graças a lateral mais limpa, o capô longo e as extremidades curtas.
Mecanicamente, a Hyundai aposta na força do motor V6 GDi (com injeção direta de gasolina) de 3,8 litros e 315 cavalos, com o V8 de 5 litros e 426 cv como opcional. Montado sobre nova plataforma, desenvolvida em conjunto com a inglesa Lotus, o Genesis 2015 tem tração traseira e, pela primeira vez na linha da Hyundai, opção de tração integral, chamada HTrac. O câmbio é sempre automático de oito marchas, com opção de trocas no volante.
Tecnologia também conta e este Genesis está recheado: câmeras e sensores monitoram 360º do carro e alertam para veículos no ponto cego, mudanças indesejadas de faixa e até colisões iminentes -- se o condutor não reagir, o carro pode até parar sozinho. Há ainda sistema de som premium com 900 W de potência e distribuição tridimensional, como de cinema. Mas o auge está no sistema multimídia BlueLink que se integra ao ambiente Google Android e pode até ser controlado por movimentos da cabeça do motorista, se este estiver usando o "óculos inteligente" Google Glass.
NOSTALGIA
Kia GT4 Singer é conceito-esportivo com elementos "esquecidos" pela indústria automotiva
Para uma empresa que inovou a ponto de ter um designer como chefão, a subsidiária Kia se mostrou desnecessariamente nostálgica em sua apresentação. Recordou sucessos musicais e cinematográficos das décadas de 1970, 80 e 90, apostou em trívias e embaraçou a todos ao colocar seus projetistas como "homens de preto" em busca do carro esportivo perfeito.
Segundo Tom Loveless, vice-presidente de vendas da Kia America, o carro "ideal, como já não se fabrica mais, mais seco e duro, sem tecnologia tomando as decisões pelo condutor" surge na forma de um cupê de duas portas, câmbio manual de seis marchas, tração traseira, direção direta, interior limpo, apenas dois lugares e carroceria rente ao solo.
Cor chamativa, rodas de aro 20 polegadas, a maior grade frontal já feita pela Kia, frente reta e farol vertical à moda dos antigos pony cars americanos dão forma ao conceito Kia GT4 Stinger, que promete tornar-se real em alguns anos, com motor 2.0 turbo de 320 cv. A proposta será clara: divertir o motorista.
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