Do Fit ao novo SUV, veja os planos da Honda para ser grande no Brasil
No final de abril, a Honda apresentou a nova geração do monovolume Fit, mais masculinizado e caro. Agora, é a vez de um face-lift bastante pontual combinado à reorganização do catálogo de seu principal vendedor, o sedã Civic, que chega às lojas durante a Copa, mas segue se renovando a conta-gotas até o final do ano.
Apesar das alterações, o sentimento geral é de que a Honda está andando de lado: o Fit ficou inegavelmente mais bonito, mas perdeu equipamentos e encareceu. Ainda assim, a marca espera dobrar as vendas em relação à geração anterior e aposta todas as fichas de 2014 nele -- inclusive em termos de capacidade produtiva. O Civic mudou para valer na versão LXR,mas segue quase igual no LXS e perdeu o EXR. Tudo por conta do gargalo de produção em Sumaré... por conta do novo Fit e do futuro City, que chega em breve. Será este um movimento correto?
No parecer dos executivos da Honda, sim, uma vez que a fabricante se movimenta cautelosamente agora para solidificar a base de crescimento para 2015 e 2016, quando estará operando com duas fábricas, quatro modelos nacionais e força total, não apenas contra a rival Toyota, mas principalmente para se proteger do crescimento da sul-coreana Hyundai. Veja o planejamento:
Enquanto o exterior perde um bom tanto da aparência de carro de mãe para saltar de 3.500 para 5.000 emplacamentos este ano, a base do novo Fit dará à luz uma nova Honda do Brasil. Segundo a marca, o gargalo produtivo de Sumaré somado à demanda atual pelo novo modelo gera uma fila de espera de 60 dias pelo carro em algumas lojas.
Novo fôlego chega em 2015, porém: totalmente especializada em carros compactos, a unidade de Itirapina (também em São Paulo) permitirá dobrar a produção do Fit e inverter o jogo atual: o Civic continuará a vender bem, mas caberá ao monovolume ser o best seller da marca.
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Lançada na Tailândia e Austrália e flagrada diversas vezes aqui no Brasil, a nova geração do sedã compacto City usa a base do Fit e deve congestionar um pouco mais as coisas para a Honda no segundo semestre, já que será um terceiro modelo novo afunilando as coisas em Sumaré. A data de chegada está marcada para o período pós-Copa, com uma provável apresentação entre o fim de julho e começo de agosto, com chegada aos concessionários nas semanas posteriores.
De novo, a aposta é lançar o carro antes e amadurecê-lo na próxima temporada, quando estiver saindo também de Itirapina. Mais espaçoso e ainda mais próximo do Civic, deve atrair quem mira o médio, mas só tem dinheiro para o New Fiesta Sedan (entre R$ 50 e R$ 60 mil).
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Desaparecido do Brasil desde 2009, o esportivo Civic Si já está com passaporte carimbado e passagem de volta comprada. Chega do Canadá durante o Salão do Automóvel de São Paulo, que acontece entre outubro e novembro, para reiniciar a briga com o antigo rival Volkswagen Golf GTi (apesar da carroceria diferente), mas também com novos opositores, como Mitsubishi Lancer Evo X e os anunciados Renault Mégane RS e Hyundai Veloster Turbo.
Apesar de contar com duas opções na América do Norte, o mais provável é que vejamos -- novamente -- a configuração sedã de quatro portas por aqui, talvez com ajustes de visual para se adaptar ao padrão do Civic nacional (na foto, é possível ver o carro canadense, alinhado ao visual dos Estados Unidos. Fabricado em Alliston, Ontario, tem motor quatro-cilindros 2.4 fabricado em alumínio, com duplo comando variável de válvulas, quase 208 cv (a 7.000 giros) e 24 kgfm de torque (4.400 rpm). Mecanicamente, aposta em direção elétrica com acerto esportivo, câmbio manual de seis marchas, bloqueio de diferencial e suspensão independente com apoio de barra estabilizadora, controles de tração e estabilidade.
Tem ainda visual típico, com spoilers ao longo da carroceria, rodas grandes (aros 17 e 18 disponíveis), pneus de alta performance, bancos mesclando tecido e couro, mostradores de performance, bem como sistema de entretenimento e comunicação premium e até oito airbags. Difícil será definir o preço, que lá fora parte de US$ 22.300 (pouco mais de R$ 50 mil) -- no patamar dos alemas Audi A3 Sedan e Mercedes-Benz CLA.
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Falando em alemães, um dos executivos da Honda afirmou a UOL Carros: "Não queremos o Civic competindo com o A3". Questionávamos sobre o preço da versão EXR do Civic 2015. O recado é um tapa com luva de pelica no rival Corolla Altis. E o objetivo é deixar o preço desta configuração abaixo dos R$ 90 mil.
Ela trará, certamente, a nova grade frontal e tecnologia de pneu da Pirelli (misto de performance e conforto). Mas também apostará no conteúdo multimidia para se diferenciar, com nova central acoplada à tela de oito polegadas do painel de instrumentos e possibilidade de conexão à internet, provavelmete por conexão com o celular do condutor. De resto, deve seguir o patamar da EXR 2014, inclusive em número de airbags e controles de tração e estabilidade.
Com a família completa, no final do segundo semestre deste ano, o Civic poderá acelerar fundo para deixar o Corolla para trás, diz a marca.
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Entramos em 2015 e o primeiro semestre será todo da fase compacta da Honda. A fábrica de Itirapina estará em fase final de construção (fica pronta oficialmente no segundo semestre), Fit e City terão sua produção migrando para lá (a fábrica da Argentina fará apenas a geração atual do sedã, para atender o mercado local, deixando toda a nova geração a cargo do Brasil) e Sumaré estará "quase" livre para entregar o quanto precisar do Civic e até de um novo médio (haverá um CR-V nacional?).
Com este cenário, será a vez de apostar em novo segmento e tomar o público exigente que compra as versões mais caras do Ford EcoSport ou aposta no Chevrolet Tracker. Este será alvo do SUV compacto, terceiro derivado da plataforma de Fit e City ("layout de tanque central"). Ainda não há definição de um novo nome e, por enquanto, os executivos ainda chamam o SUVinho pela forma japonesa: Vezel. Mas é certo que isso precisa mudar.
E quando mudar, a Honda terá uma nova cara e novos objetivos para o mercado nacional -- incomodando até mesmo as grandes.
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