Porsche Macan, novo crossover, é bom, caro, e já tem espera de três meses
Os puristas e fãs de Porsche se remoem; os emergentes, que nada têm a ver com os viciados na grife automotiva alemã e apenas buscam um carro luxoso e esportivo, agradecem: o Macan está chegando ao Brasil este mês, a partir de R$ 399 mil, para conquistar donos do brutamontes Cayenne e até endinheirados que atualmente namoram Range Rover Evoque, BMW X3 e Audi Q5.
Na opinião dos radicais, o Macan nem deveria existir -- o próprio Cayenne e até o Panamera já foram heresias. Para estes, Porsche se resume a 911, e ponto. Mas, para clientes que parecem fazer questão de pagar os preços absurdos cobrado pelas montadoras para ter um "carraço" novo, o modelo é uma bem-vinda opção no segmento de crossovers compactos de luxo.
O fato é que #vaitermacan, e ele custa caro.O Evoque mais básico começa em cerca de R$ 180 mil, e os preços de X3 e Q5, que têm tamanho parecido com o do Macan (4,70 metros de comprimento e 2,81 m de entre-eixos), são maiores que os do Range Rover, mas muito distantes dos injustificáveis R$ 399 mil cobrados pelo Macan S, versão de entrada do modelo no país -- e não custa lembrar que o Macan compartilha a plataforma do Q5.
(O Porsche Macan das fotos é da versão Turbo, que foi avaliado por UOL Carros recentemente e custa a partir de R$ 499 mil.)
Um X3 com motor parecido com o do Macan S (xDrive 35i com pacote M, com um seis-cilindros turbo de 306 cv) sai por R$ 280 mil, segundo a Fipe. São R$ 120 mil a menos, os quais são cobrados pela Porsche para que você rode com uma "novidade" e ostente mais. Mas um BMW também não oferece status?
Na Europa, um Macan S parte de 43.300 euros. Lá o X3 xDrive 35i custa 46.390 euros -- ou seja, na Europa você paga mais caro pelo BMW, mas no Brasil ele é muito mais barato que o Porsche...
Apesar de todos estes contratempos, dá para arriscar: o Macan fará sucesso no Brasil, roubará clientes do primo Cayenne (base do Q7) e poderá ser até o modelo mais vendido da grife alemã no país. Foi para isso que ele foi feito. Não só aqui, mas no mundo, já que o grupo Volkswagen aposta em marcas premium e de luxo (especialmente Audi, Porsche e Lamborghini) e nas vendas em países emergentes, como Brasil e China, para ser líder mundial até 2018.
COMO É O CROSSOVER
O Macan nada mais é do que um Q5 um pouco mais baixo e luxuoso. Visualmente, tem uma dianteira quase idêntica à do Cayenne. A traseira é inédita e bem resolvida. Entre os equipamentos oferecidos estão teto solar panorâmico, câmera de ré com park assist e sensores dianteiro e traseiro, ar-condicionado de três zonas, faróis bixenônio com lavadores do facho e um sistema multimídia completo.
Entre os vários itens de segurança destacam-se o assistente de mudança de faixa, controlador automático de velocidade, gerenciamento de suspensão ativa e monitoramento eletrônico de pressão do pneus.
O motor da versão S, atual configuração de entrada no país (haverá uma opção "mais barata", sem sobrenome, mas ainda sem data e preço definidos), é um V6 biturbo de 340 cv (entre 5.500 e 6.500 rpm) e 46,9 kgfm de torque (entre 1.450 e 5.000 rpm).
O Macan Turbo (repare que a palavra "Turbo" serve apenas para nomear a versão, pois a S também é turbo) usa o mesmo V6, mas recalibrado para render 400 cv (6.000 rpm) e 59,1 kgfm (entre 1.350 e 4.500). Nos dois casos o câmbio é o PDK, automatizado de dupla embreagem e sete marchas.Tanto na versão S como na Turbo há o sistema stop-start em paradas rápidas para economizar combustível. As suspensões a ar podem ser ajustadas por meio de botões no console central, que mais parece a cabine de um avião de caça. Os controles dinâmicos, que variam do nível mais "calmo" ao mais "endiabrado", também são comandados pelo painel.
Por dentro, o Macan transpira luxo e cuidado. Couro, camurça e alumínio escovado se misturam e formam um ambiente aconchegante e confortável: atrás, três pessoas vão bem e duas se esbaldam graças ao ótimo entre-eixos. O porta-malas varia de 500 a 1.500 litros (bancos traseiros rebatidos).COMO ANDA
Se o fã de 911 tivesse a oportunidade de guiar o Macan Turbo, provavelmente iria rever seus conceitos.
A elasticidade do carro na arrancada e sua facilidade em fazer curvas se destaca por dois motivos: o motor com turbocompressor libera cerca de 40 kgfm de torque em menos de 2.000 giros, o que impressiona ainda mais devido ao trabalho perfeito do câmbio PDK; e o ajuste da carroceria em curvas parece vir de um carro de corrida, apesar de o Macan ser um crossover relativamente alto (com centro de gravidade elevado, ele tenderia a rolar mais em manobras mais fechadas, o que não acontece). Os bancos com bons apoios laterais seguram o corpo e reforçam essa impressão.
Se na esportividade o conjunto agrada muito, no uso do dia-a-dia ele perde pontos. Não que o modelo seja desconfortável, longe disso. Mas rodar rotineiramente com um motor V6 biturbo, mesmo no modo mais econômico, é pedir para ser sócio do posto de combustível. Mesmo com 75 litros no tanque, a autonomia do Macan avaliado pela redação foi de apenas 370 quilômetros -- ou seja, consumo médio de 4,9 km/litro.
VAI VENDER
Apesar do alto preço cobrado pela Porsche simplesmente por ser um Porsche, o Macan vai vender, e bem, por aqui. Após um bate-papo com revendedores da empresa em concessionárias de São Paulo, UOL Carros apurou que já existe uma fila de espera de pelo menos três meses. Alguns clientes já pagaram pela exclusividade, mesmo antes de rodar com ele ou conhecê-lo...
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