Dodge Challenger SRT Hellcat usa duas chaves para liberar até 717 cv
Você usa a chave preta e tudo segue como de costume: pode emprestar o carro ao seu filho ou deixar na mão do manobrista, quase sem sustos. Ou, então, usa a chave vermelha e uma nova realidade se abre...
Os engenheiros da Chrysler parecem ter visto sessões extras do filme "Matrix" e sua noção de pílula azul e pílula vermelha (por sua vez inspirado nas obras "Alice no país das maravilhas" e "Através do Espelho", do autor inglês Lewis Carroll) para criar a tecnologia mais interessante do novo Dodge Challenger SRT Hellcat 2015.
Como forma de dar segurança ao comprador, a Chrysler decidiu equipar o esportivo com um par de chaves, em vez de usar apenas uma (não contando, claro, as reservas): a chave preta desabilita a força máxima do carro e entrega "apenas" 507 cv (500 hp); já a vermelha libera a central eletrônica, que deixa o motor trabalhar normalmente e entregar... 717 cavalos de potência máxima.
Parece necessário: esta configuração do cupê esportivo é anunciada pela Chrysler como a que possui o motor V8 mais potente já fabricado pela Dodge, mas não só. Segundo a fabricante, agora controlada pela Fiat, é também o primeiro motor Hemi com sobrealimentação por compressor e também o muscle car mais poderoso de toda a história.
Desde o começo do ano, esperava-se um motor com mais de 600 cv e a Chrysler fez mistério inclusive na apresentação global da linha 2015, na última semana (quando também apresentou o inédito Jeep Renegade, que será feito no Brasil em 2015, e também o novo Cherokee, que chega em setembro como o SUV mais diferente do mercado brasileiro). Tudo para não estragar a surpresa exagerada.
Como um dos engenheiros da marca explicou ironicamente, "um carro com potência que certamente ninguém conseguirá explorar na vida". O trem-de-força é formado pelo Hemi SRT Hellcat (que dá sobrenome ao carro) de 6,2 litros, com compressor, produzindo 717 cv e 89,8 kgfm de torque, e mais o câmbio manual de seis marchas (Tremec, como no Viper) ou automático de oito marchas (HP-90 TorqueFlite, inédito no modelo, com possibilidade de trocas sequenciais por borboletas no volante).
Esta mão tecnológica da Fiat também muda a forma como o condutor pode escolher as inúmeras configurações do Hellcat, que pode se comportar como um modelo ousado "de passeio", para ser usado pelas ruas; como um carro de performance, em pistas; ou como um esportivo de fato, capaz de resistir a track days. No total, 125 diferentes configurações de desempenho do motor, câmbio, suspensão pneumática e acertas de diferencial podem ser escolhidas na tela sensível ao toque do console central.
Os preços só serão divulgados no segundo semestre, quando o carro chega às lojas dos Estados Unidos, mas a linha Challenger começa em US$ 26.495 (cerca de R$ 58.900 limpos, nos Estados Unidos) e vai aos US$ 36.995 pedidos pela versão Shaker, a mais instigante e cara atualmente. O Brasil, porém, deve seguir fechado em seu quartinho, isolado da diversão sobre rodas: segundo UOL Carros apurou, ainda é "complicado" homologar os motores V8 da Dodge em função do nosso combustível. Ficção ou realidade, chave preta ou vermelha? Opine no campo de comentários.
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