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Celebridades, carros conectados, luzes: o top 5 do Salão de Paris

Estande da Renault, um dos maiores do evento, foi destaque pelo jogo de luzes - Michel Euler/AP Photo
Estande da Renault, um dos maiores do evento, foi destaque pelo jogo de luzes Imagem: Michel Euler/AP Photo

Eugênio Augusto Brito<br>Leonardo Felix

Do UOL, em Paris (França)

15/10/2014 14h51

O Salão de Paris 2014 esteve longe de ser um dos mais importantes de sua história. Como bem escreveu o colunista de UOL Carros Fernando Calmon, o clima nos pavilhões do Parc des Expositions, onde o evento é realizado na capital francesa, não passou do morno.

Para driblar a carência de novidades bombásticas, muitas montadoras apelaram a outros expedientes: apostaram em novidades futuristas, abusaram dos efeitos especiais e do uso da realidade virtual, e até apelaram ao carisma de famosos.

No fim, a lacuna deixada pela falta de lançamentos estrondosos serviu para nos atentarmos a novas -- e arrojadas -- tendências. UOL Carros esteve presente na primeira semana do salão e escolheu cinco destaques. Confira:

Volvo XC90 no Salão de Paris 2014 - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Central multimídia ou tablet? Quase sempre inspirados pelo sistema operacional Android, carros estão cada vez mais conectados e operando em sinergia com celulares
Imagem: Murilo Góes/UOL
1) SMARTPHONES SOBRE RODAS
A relação de automóveis com telefones celulares está cada vez mais íntima. Do pequenino smart fortwo ao jipão Volvo XC90, os engenheiros estão criando soluções cada vez mais inteligentes para integrar plataformas e permitir que seu carro funcione como um verdadeiro smartphone sobre rodas.

As tecnologias mais recentes permitem transformar seu aparelho móvel na central multimídia do veículo, e até seguir o caminho oposto: fazer com que a tela de toque do veículo funcione como um verdadeiro tablet, integrando todas as informações do celular por meio de cabo ou conexão Bluetooth.

"Não adianta reinventar a roda. Se não podemos fazer com que os jovens desgrudem de seus celulares, podemos fazer tudo isso funcionar sem que o motorista tire muito os olhos da estrada", explicou a UOL Carros Martin Golka, gerente de produtos da Opel.

O resultado é um acesso quase infinito a informações em tempo real sobre o automóvel, rotas, meteorologia, etc. Mais do que isso, é o início de uma potencial rede de interação com outros veículos, que pode facilitar a implantação da direção autônoma em um futuro não muito distante.
Citroën C4 Cactus Airflow L2 Concept no Salão de Paris 2014 - Newspress - Newspress
Rodas fechadas do Citroën C4 Cactus Airflow 2L são essenciais para fazer 50 km/l
Imagem: Newspress
2) RODAS FECHADAS
Tendência mostrada especialmente nos conceitos Citroën C4 Cactus Airflow, Peugeot 208 Hybrid Air 2L e Renault Eolab, as rodas fechadas têm como objetivo fazer com que o ar passe de forma mais fluida pela lateral do veículo, reduzindo a resistência aerodinâmica e, consequentemente, o consumo de combustível. É uma ideia resgatada da Fórmula 1, que usou o artifício entre 2007 e 2009.

O principal problema é controlar o superaquecimento dos freios. Para isso, engenheiros precisam quebrar a cabeça para criar dutos alternativos de refrigeração dos discos.
Renault EOLab Concept - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Luz de seta fluida e "colmeias" de LED formam o conjunto óptico do Renault Eolab
Imagem: Murilo Góes/UOL
3) SALÃO-LUZ
Aproveitando a inspiração da "cidade-luz", o Salão de Paris também serviu para mostrar a criatividade dos projetistas na hora de desenhar faróis. Várias ideias, como os cubos do Peugeot Quartz, os cristais do Renault Eolab e os pinos nas lanternas traseiras do Citroën DS Divine, parecem ainda distantes da realidade.

Outras, no entanto, são tendências fortes para os próximos anos, como a luz fluida de mudança de direção (que já está presente no Citroën DS3, Ford Mustang e Mercedes-Benz AMG GT, entre os modelos de produção) e os faróis em três dimensões, que usam dos mais variados efeitos de profundidade (como as teclas de piano do Infiniti Q80, ou os filetes em forma de onda do Toyota C-HR) para aumentar a eficiência de visibilidade.

4) AGUÇANDO OS SENTIDOS
Só ver os carros expostos já não é suficiente. É preciso estimular outros sentidos do visitante, e também permitir que ele interaja com os produtos ali mostrados, nem que, para isso, seja necessário apelar à realidade virtual. 

Land Rover Discovery Sport no Salão de Paris 2014 - Divulgação - Divulgação
Para mostrar o novo Discovery Sport, Land Rover fez até chover em seu estande
Imagem: Divulgação
Nesse sentido, a Volvo parece ter sido a campeã em Paris: para promover o novo XC90, criou um holograma do SUV na parte de trás do seu estande, e ainda uma pequena sala para que os fãs, usando óculos especiais, pudessem "dirigir" o jipão virtualmente. Para completar, o espaço onde o verdadeiro XC90 estava exposto tinha simulações de chuva e neve (a Land Rover foi outra marca que "fez chover" em seu recinto).

Houve também quem apelasse a muitos efeitos de luz: Peugeot e Opel transformaram paredes inteiras em projetores, enquanto a Infiniti preferiu iluminar o chão de seu estande, fazendo brincadeiras com desenhos animados de marcas de pneus e fogo.

Ibraimovich recebe um Volvo XC90 - Divulgação - Divulgação
Colecionador de carros, Ibrahimovic voltou para casa com mais um modelo no acervo: o XC90
Imagem: Divulgação
5) CELEBRIDADES
Se nada disso fez o fã de carros abrir a boca, o último apelo das marcas foi trazer celebridades ao evento. Quase todas demonstraram espírito "patriótico" ao fazer publicidade para fabricantes de seus próprios países.

Autor do gol que definiu a Copa do Mundo do Brasil, o jogador alemão Mario Götze foi a estrela durante a apresentação da Audi. Já a modelo Claudia Schiffer, também germânica, apareceu como embaixadora da Opel.

Outro futebolista, Zlatan Ibrahimovic, deu o ar da graça no estande da sueca Volvo, e até ganhou um XC90 de presente. A exceção foi o cantor americano will.i.am, que apresentou uma edição especial do SUV NX, da japonesa Lexus. Segundo a marca, o rapper participou pessoalmente da customização da série.