Dona da Volvo, chinesa Geely estreia no Salão e promete fazer barulho
As marcas chinesas enfrentam no Brasil desafios como a desconfiança do consumidor, a concorrência de montadoras tradicionais e os altos custos de importação, ao menos considerando aquelas que ainda não têm fábrica por aqui -- por falar nisso, atualmente apenas a Chery está próxima de nacionalizar em 100% seus produtos, já no ano que vem.
A Geely, que há poucos meses iniciou suas operações em solo brasileiro e faz no Salão do Automóvel deste ano sua estreia no evento, já confirmou que pretende construir uma planta local. Uma definição de datas deve ser anunciada "em breve". Mesmo largando depois das concorrentes, ela tem planos ousados e uma chancela que nenhuma rival chinesa hoje pode oferecer: ser dona da sofisticada divisão de automóveis da Volvo e compartilhar com os suecos tecnologias e conhecimento no desenvolvimento de seus modelos.
Parece à primeira vista uma forte credencial, e de fato é, mas o caminho a percorrer ainda é longo. A Geely, no entanto, diz ter pressa e promete surpreender em pouco tempo àqueles brasileiros que duvidam de sua qualidade. Parece pretensão, mas essa montadora já foi longe, considerando que produziu seu primeiro carro há menos de 20 anos (antes, fabricava geladeiras).NOVAS LOJAS
Para acelerar o passo, a empresa anuncia que pretende ter 25 concessionárias no Brasil até a virada do ano, a fim de comercializar e prestar o pós-venda dos dois modelos que, por enquanto, oferece no país: o sedã EC7, que traz motor 1.8 a gasolina de 130 cv, câmbio manual e porta-malas de 670 litros por R$ 49,9 mil; e o hatch compacto GC2, à venda por R$ 29,9 mil com motorização 1.0 de três cilindros, também a gasolina. Ambos são muito bem equipados, como manda a cartilha dos chineses, mas já se diferenciam pelo design e por acabamentos mais refinados que a média de seus compatriotas.
No que se refere a lançamentos futuros, a Geely pretende exibir visual e tecnologias ainda mais avançados, no nível de modelos europeus e de marcas estabelecidas. Prova disso é o belo e futurista carro-conceito FE7, híbrido, que a montadora apresenta em seu estande no Salão do Automóvel -- por trás dessa invenção e de criações futuras está o inglês Peter Horbury, que já chefiou o design de marcas como a Ford e da própria Volvo, que foi vendida pela montadora norte-americana à Geely em 2010 (dois anos depois, começaram os trabalhos de cooperação técnica entre as duas empresas em Gotemburgo, na Suécia).
"Estamos trabalhando com a Volvo numa plataforma que dará origem a uma família de carros compactos que, na Geely, terá de quatro a cinco modelos diferentes. Além disso, coordeno o trabalho conjunto de quatro estúdios de design em Xangai (China), Los Angeles (Estados Unidos), Barcelona (Espanha) e Gotemburgo. Cada país traz sua contribuição para desenvolvermos uma identidade visual própria", conta Horbury.
Ivan Fonseca e Silva, presidente da Geely Motors do Brasil, vai ainda mais longe: "Teremos em breve produtos com motores de várias cilindradas com turbo e injeção direta, além de transmissões manual e automática de seis marchas, além de automatizada de dupla embreagem e sete velocidades. O compartilhamento de plataforma terá implantação rápida", anunciou.
NOVIDADES EM 2015
Para o ano que vem, a marca terá como novidades uma versão com transmissão CVT do sedã EC7 e sua configuração hatch, que levará o "sobrenome" RV e está em exibição no Salão do Automóvel.
Também em 2015 a Geely vai lançar uma versão aventureira e de suspensão elevada do compacto GC2, denominada GX2, com motor 1.5 a gasolina de 102 cv. Entre o segundo semestre do ano que vem e o início de 2016 surge o EX7, SUV com porte de Ford EcoSport, com motor 1.8 de 139 cv. Também em 2016 será a vez de o GC2 ganhar propulsor flex. Tanto o GX2 quanto o EX7 também estão expostos ao público no Pavilhão do Anhembi.
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