Apesar de tudo, o que o visitante do Salão quer é ver (e fotografar) carros
Por mais que as montadoras se esforcem para oferecer atrações diferentes em seus estandes no Salão de São Paulo 2014, 99% do público estão lá para ver, fotografar e filmar carros. De um modo geral, quanto mais esportivo ou mais excêntrico, maior a disputa para vê-lo. O evento termina neste domingo (9).
UOL Carros visitou o Anhembi no penúltimo dia do Salão, provavelmente o mais lotado desta edição (a organização estimou 80 mil pessoas, e não acredita que haverá mais gente no domingo).
Montadoras como Volkswagen (que promove um jogo de perguntas e respostas sobre seus modelos), Kia (cujo estande tem um espaço para selfies) e Mini (com DJ ao vivo para animar o público) tentavam driblar a falta de carros impactantes com essas atrações interativas. Em vão. O que os fãs queriam mesmo era ver de perto o carrão dos sonhos, ou checar um modelo excêntrico e raro nas ruas.
Tal fenômeno já foi até reportado anteriormente com o BMW i8 (esportivo, belo, inusitado) e o Geely GC2 (curioso, simpático).
FETICHE
Ferrari 458 Speciale, Jaguar F-Type Coupé, Lamborghini Huracán, Ford Mustang, Toyota FT-1, Porsche 918 Spyder, Audi R8: todos estes modelos esportivos ficam cercados de pessoas, que se apertam para tentar fazer selfies com eles ao fundo. Teve até quem usasse uma vareta com o celular preso na ponta (apetrecho conhecido como "bastão do selfie"), a fim de aumentar a área para o auto-registro.
Algumas fabricantes, como Nissan e GM, organizaram filas para não tumultuar os estandes. No caso da segunda, também uma forma de evitar sobrepeso no mezanino de seu estande, onde o Chevrolet Corvette estava exposto isoladamente. Uma funcionária só permitia a entrada de até 35 pessoas por vez, o que fez com que o técnico de telecomunicações Alex Braga esperasse mais de 20 minutos até conseguir subir os degraus. "Demorou, mas vale muito a pena", garantiu.
O jornalista Diogo Silva não precisou esperar tanto na fila do Nissan GT-R, mas só porque os seguranças do estande não hesitavam em apressar quem estava no espaço reservado, para acelerar o fluxo de visitantes. "É um carro muito bonito, então não ligo de esperar", disse.
Tamanha aglomeração também servia de chamariz para gente como o mestre de obras Rodrigo Lopes, que tentava se intrometer em volta do Mercedes-AMG GT, sem nem saber do que se tratava. "Vi esse monte de pessoas, fiquei curioso e resolvi olhar, mas ainda não consegui", disse, enquanto esticava o pescoço para enxergar alguma coisa.
Enquanto isso, a vendedora Carolina Damico aproveitava para posicionar seu carrinho de bebidas estrategicamente à frente do estande da Porsche, um dos mais concorridos. As vendas aumentaram exponencialmente com o uso da tática. "Na verdade, eu vim para cá pensando no caminho quem sai do banheiro. Só depois me dei conta. O bom é que, com essa galera toda, sou uma das que mais estão vendendo", comemorou.
Esportivos de menor porte, como Hyundai Veloster, Volkswagen Golf GTI, Fiat 500 Abarth e até o Chevrolet Onix Track Day, um conceito de série especial do compacto, também foram bastante procurados neste sábado.
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É DIFERENTE, É SUCESSO
Quem não estava de olho num dos carrões acabava admirando modelos com visual exclusivo. Valia desde mostrengos com traços bastante arrojados, caso do protótipo Peugeot 2008 DKR, até os "fofinhos" chineses GC2 e Chery QQ.
No estande da Jeep, por exemplo, muitos se impressionavam com o arrojo do Renegade. "Achei muito bonito", elogiou o aposentado Adalberto Sales. A empolgação aumentou quando ele soube que o modelo será fabricado no Brasil em 2015. "Sério? E quanto vai custar? Dependendo do preço, vou comprar", adiantou.
Por falta de um, a Renault tinha dois "diferentões" bastante visados: a picape-conceito Duster Oroch e o pequenino elétrico Twizy. No caso deste último, a marca permitia entrar para conhecer o carrinho por dentro. Foi o que fez o engenheiro Fernando Susigan. "Ao sentar nele, você não tem a sensação de ser tão pequeno, e ainda dá para levar mais uma pessoa no banco de trás", elogiou. (O Twizy tem dois lugares, dispostos como numa moto.)
Mas nem sempre o interesse se devia à aprovação. O casal Bruno Roveri e Thaís Gush, técnico de informática e consultora de vendas, saiu com cara de estranhamento após se deparar com o C4 Cactus, modelo que mais chamava as atenções no estande da Citroën. "Não gostei dessas rodas e nem desses frisos laterais [os airbumps]. Dizem que é para aumentar a segurança, mas eles deviam camuflar melhor", reclamou ela.
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