Honda NSX, pensado por Senna, depende do dólar para vir ao Brasil
Além do HR-V, mostrado para a Europa e com preços confirmados para o Brasil, a Honda levou ao Salão de Genebra a versão de produção do NSX, agora com seu emblema. O supercarro, que foi apresentado em Detroit com insignia da submarca Acura, é outro carro que pode pintar no Brasil, importado dos EUA, local onde será concentrada a produção mundial.
A Honda brasileira afirma que sua importação está em fase de estudos. Mas o fato é que esta chance, ao menos enquanto o dólar estiver instável, é praticamente nula.
Vale lembrar que, além da enfrentar a questão financeira, a fabricante precisa preparar toda sua rede de concessionários para fazer um bom atendimento de pós-vendas ao modelo, o que leva bastante tempo, fora toda a adaptação mecânica que um automóvel como este precisa receber para poder utilizar a gasolina brasileira e seu alto nível de aditivos -- problema parecido com o que acontece com o Ford Mustang, que só deve aparecer no país em 2016, como UOL Carros adiantou.
O NSX herda o nome do esportivo lançado no início dos anos 1990, cujo projeto surgiu após uma parceria entre a marca e seu principal piloto de F-1, o brasileiro Ayrton Senna. "Senna certamente o aprovaria. Quando resolvemos trazer o carro de volta, nossos pesquisadores no Japão nos passaram anotações e disseram que um novo NSX surgiria apenas se seguíssemos àqueles pedaços de papeis. Eram observações do próprio Senna", afirmou Ted Klaus, líder global de desenvolvimento do modelo, ao público presente.
Feito para obedecer
A ideia do NSX é simples. Seu objetivo não é ser o mais rápido, mais forte ou o mais potente. O intuito que Senna quis passar era de criar um esportivo que refletisse os pensamentos do piloto diretamente para a pista. A maior interação entre homem e máquina já feita.
Foram três anos de desenvolvimento, incluindo engenheiros do Japão e dos Estado Unidos. O sistema híbrido utiliza um motor V6 biturbo com injeção direta de combustível e três motores elétricos -- um deles, segundo a empresa, alojado entre o motor e caixa de câmbio, próximo ao diferencial, serve para fazer "aceleração", "frenagem" e as "trocas de marcha" funcionarem perfeitamente; os outros dois, montados no eixo dianteiro, acionam suas respectivas rodas, proporcionando a mais eficiente vetorização de torque entre cada uma delas. A tração é integral, podendo ser até 70% traseira ou dianteira, de acordo com o tipo de condução.
São quatro modos de pilotagem, que evoluem em ordem crescente de dinamismo: "Silencioso", quando o carro funciona apenas no modo elétrico para pequenas distâncias, "Sport", "Sport+" e "Track" (pista, em inglês).
Com carroceria e chassis praticamente inteiros produzidos em alumínio e fibra de carbono e uma poderosa transmissão automatizada de nove marchas e dupla embreagem, o NSX consegue gerar cerca de 550 cavalos. "Queremos novamente oferecer um carro que seja reconhecido pela sua capacidade de direção", concluiu Klaus.
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