Honda HR-V faz estrago no EcoSport e até em sedãs médios; leia impressões
A primeira sensação ao entrar no HR-V é a de que estamos conhecendo uma versão mais altinha do Civic. Com desenho bem resolvido e agradável por fora, com acabamento refinado no interior da configuração EXL, topo de linha, ele realmente não deve nada à configuração da Europa -- a promessa da filial do Velho Continente feita a UOL Carros durante o Salão de Genebra foi cumprida. As versões LX e EX são menos esmeradas, mas também agradam.
O espaço é bom para quatro pessoas e razoável para cinco, sem deixar de perder volume no porta-malas, que pode carregar até 437 litros na posição normal -- e pouco mais de 1.000 l com os assentos rebaixados. O carro possui 4,29 m de comprimento, 1,77 m de largura, 1,59 m de altura e 2,61 m de entre-eixos. O Ford EcoSport, seu maior rival, tem 4,24 m, 1,77 m, 1,70 m e 2,52 m, respectivamente.
A parte eletrônica impressiona: é possível conectar-se à internet (plugando o smartphone ao carro, que tem a função Mirror Link na versão topo), bem como reproduzir áudio, vídeo e imagens no sistema multimídia por meio de notebooks, câmeras digitais e celulares ligados por conexão Bluetooth ou pelas entradas USB e HDMI. Há uma única dificuldade, que é a de ligar uma infinidade de cabos nas entradas, que ficam escondidas sob o console central. Em contrapartida, o botão do freio de estacionamento elétrico é o grande charme do conjunto, de série em todas as versões -- é o primeiro modelo feito no Brasil a oferecer tal função.
O conjunto promissor deve fazer com que muitos clientes da marca -- e de sedãs e hatches médios de outras fabricantes -- desistam da ideia de comprar Fit, City e Civic e comecem a pensar no HR-V, mesmo com os preços salgados.
Ainda assim, é bom fugir da versão LX MT, aquela de R$ 69 mil com câmbio manual e supercalotas aro 17 (1% do mix de vendas), que será "mosca branca" nas concessionárias. Oferecê-la ao consumidor foi estratégia do departamento comercial para poder usar, em peças de publicidade e nas propagandas de televisão, a frase "a partir de R$ 69.900" -- que, vale apostar, terá letras garrafais (com a lista de equipamentos em segundo plano). Puro marketing.
Em relação à segurança, a Honda acredita que o HR-V terá 5 estrelas nos testes de Euro e Latin NCAP, mesmo com as novas exigências, que serão feitos em breve. O consumo do carro levou nota A no Conpet, programa de etiquetagem do Inmetro.
Impressões ao dirigir
UOL Carros rodou cerca de 160 quilômetros com as versões LX e EXL, ambas equipadas com a transmissão CVT. A pegada ao volante -- que tem dimensões menores que as de um volante comum, assim como o do Civic -- agrada, principalmente por estarmos a bordo de um SUV compacto. A impressão é de que estamos no sedã, pois há pouco rolamento de carroceria em curvas, mesmo com o centro de gravidade do carro sendo mais elevado que o do Civic.
O motor 1.8 é suficiente e entrega o que o motorista pedir ao acelerador. O 1.5 de Fit e City seria insuficiente; o 2.0 do Civic, exagero. É perfeitamente cabível dizer que o HR-V é a fusão dos quatro carros da Honda (versatilidade do Fit; tecnologia do City; pegada de guiar do Civic; espaço do CR-V) e que esse equilíbrio de qualidades fará dele o carro mais desejado da marca. Em pouco tempo.O câmbio CVT atende muito bem à proposta que o carro quer entregar: ser econômico enquanto o motorista passear, ou responder instantaneamente quando ele pisar fundo, sem deixar de lado a preocupação com o consumo.
Na versão topo, ele oferece borboletas atrás do volante que simulam sete marchas, opção realmente agradável para quem busca um pouco mais de diversão -- em certos momentos, ele chega a impressionar pela velocidade nas "trocas" de marcha, impressão parecida com a que é oferecida pelo Toyota Corolla, que também possui câmbio CVT, um dos melhores no quesito, aliás.
UOL Carros rodou em um circuito predominantemente rodoviário e registrou a média de 15,4 km/litro com gasolina no tanque.
Fato é que o HR-V é mais gostoso de dirigir e espaçoso que Ford EcoSport, que o espartano Renault Duster e até mesmo que o Chevrolet Tracker. Resta saber como é o Jeep Renegade, outro que promete fazer estrago, ainda em 2015, na vida dos SUVs que conviviam em calmaria no mercado... até este ano.
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