Conheça 10 carros que mudaram de proposta para sobreviver
Nos dias de hoje é comum ver fabricantes de automóveis mudarem as estratégias de um carro, principalmente devido ao uso de plataformas globais, que permitem até mesmo que compactos e SUVs de grande porte possam compartilhar a mesma linha de montagem -- antigamente, pelos altos custos que envolviam uma troca de plataforma, essa prática era bem mais difícil.
Essa mudança, na maioria da vezes, acontece quando a marca enxerga no produto a necessidade de conquistar outros (ou mais) tipos de público-alvo. O exemplo mais recente é o novo Ford Ka, que sempre foi subcompacto de entrada com carroceria de duas portas e agora é ser um compacto de quatro portas -- hatch ou sedã.
Com base nisso, UOL Carros reúne abaixo dez exemplos de modelos conhecidos pelo público que precisaram mudar de rumo para sobreviver no mercado. Confira.
Desde seu surgimento na Europa, em 1996 (1997 por aqui), a proposta do Ford Ka era ser um carro estritamente urbano, compacto e prático, direcionado para solteiros ou, no máximo, um casal sem filhos (por isso o uso da carroceria com apenas duas portas). A terceira geração, desenvolvida no Brasil e lançada no ano passado, chegou para mudar totalmente a proposta do carro: agora ele também pode atender a pequenas famílias, tanto na versão hatchback como na inédita configuração sedã, ambas com quatro portas.
Ao ser lançado em 2003, o Volkswagen Fox tinha objetivos claros: assumir o lugar do Gol no Brasil e do Lupo (uma espécie de mini-Polo) na Europa. No Velho Continente a proposta deu certo e o modelo assumiu a função de carro de entrada da Volks, cedendo seu lugar somente em 2011 para o subcompacto up!. Já no Brasil, onde foi projetado, a meta inicial não deu certo, pois o Gol se negou a deixar o posto de carro mais vendido da marca alemã, forçando a empresa a produzir sua terceira geração (que existe até hoje). Restou ao Fox, antes um hatch mais altinho e mal acabado por dentro, ganhar status de carro premium e preço de hatch médio. Ele praticamente aposentou o Polo depois da atualização do ano passado.
O revolucionário Peugeot 206, que encantou o público no final dos anos 1990 pelo design marcante, foi um carro de relativo sucesso no Brasil -- muitos clientes de Volkswagen Gol, Chevrolet Corsa, Ford Fiesta e Fiat Palio deixaram fugiram do hábito para comprar o carro francês, que era um pouco mais equipado que os rivais e possuía preço similar. O 207, substituto do 206, manteve a proposta e foi por alguns anos o carro de entrada da marca no país. Já o 208, lançado por aqui em 2013, continua sendo o modelo mais barato da Peugeot, mas sua proposta é totalmente diferente: em vez de compacto popular, ele é um hatch premium recheado de equipamentos e tecnologia. Quem chegou a comprar 206 e 207 por menos de R$ 30 mil hoje não encontra um 208 por menos de R$ 45.990.
O que aconteceu com o 208 também atingiu o Ford Fiesta. Aquele hatch popular com preços atraentes que começou a ser feito no Brasil no final dos anos 1990 depois de ter sido importado do México deixou de existir com o surgimento da atual geração, agora um compacto premium (que disputa mercado diretamente com o próprio carro da Peugeot). O curioso é que ele voltou a ser trazido do México de 2011 a 2013 até ser nacionalizado pela Ford brasileira. A "vaga" do Fiesta de antigamente atualmente é ocupada pelo Ka.
Um dos maiores clássicos de todos os tempos também mudou de foco. O Volkswagen Fusca, projeto concebido por Ferdinand Porsche a pedido de Adolf Hitler, nasceu em formato sedã para ser um carro popular. Viveu décadas até ver sua última unidade ser produzida no México, em 2003. O novo Fusca (não consideramos o New Beetle mexicano criado no final dos anos 1990 porque a própria Volks afirma que ele não foi o substituto da primeira geração) chegou em 2011, este sim, para retomar o posto e o nome deixados pelo mito do século anterior. Só que desta vez como um cupê esportivo de luxo, com motor turbo e câmbio automatizado com trocas super rápidas, e não mais como um sedã popular.
Lembra daquele Mercedes-Benz Classe A (A160, A180 e A190) fabricado no Brasil (em Juiz de Fora, MG) no começo dos anos 2000? Hoje em dia ele se chama Classe B, pois a proposta da Classe A mudou. Antes um monovolume com posição mais altinha para dirigir, agora ele é um hatch esportivo totalmente reformulado, feito para encarar o (também hatch) BMW Série 1 e Audi A3. Foi lançado no Brasil em 2013 -- importado da Europa -- e pode, futuramente, voltar a ser fabricado no país, já que sua versão anabolizada, o crossover GLA, será nacional em 2016.
O Audi A3, aquele hatch que foi feito no Brasil no começo dos anos 2000 na fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR), junto com o Golf, também precisou mudar de estratégia. Com o surgimento do BMW Série 2 (o Série 1 sedã) e do Mercedes-Benz CLA (sedã do Classe A), a Audi teve que se mexer para não ficar para trás nas vendas. Foi aí que algum executivo teve a ideia de criar o A3 Sedan, criado sobre a base do hatch. Ele será feito no Brasil a partir de 2016, junto com o crossover Q3, novamente na sede paranaense do Grupo Volks.
O Mini Cooper sofreu uma das maiores transformações que um automóvel poderia enfrentar. Além de ter diversas derivações (crossover de duas portas, van, SUV e esportiva), agora ele também é oferecido com a opção de carroceria quatro portas, deixando a ideia do projeto original -- aquele carrinho minúsculo dos anos 1960, utilizado pelo Mr. Bean, que competia no mercado diretamente com o também subcompacto Fiat 500 -- totalmente esquecida.
A ideia revolucionária do smart fortwo (assim mesmo, em letras minúsculas), de 1998, de oferecer ao consumidor um microcarro de dois lugares fez bastante sucesso ao redor do mundo (na Europa, de tão pequena sua carroceria, a legislação permite que donos do modelo estacionem longitudinalmente em vagas de rua paralelas). Até que algum brilhante executivo resolveu, em 2004, criar o forfour, um "fortwo para quatro pessoas". A ideia foi tão ruim que ele logo saiu de linha, em 2006. No ano passado, no Salão de Paris, a marca decidiu retomar o projeto do forfour, desta vez sob a supervisão da Renault.
Até o Salão de Genebra de 2012 todos conheciam o Volvo V40 como uma perua executiva. Depois do evento e de algumas especulações em cima do seu projeto, a marca sueca decidiu transformá-lo em um hatchback -- para concorrer diretamente com a turma dos hatchs premium, composta por BMW Série 1, Audi A3, Mercedes-Benz Classe A e Mini Cooper, entre outros. A perua mudou de nome e passou a se chamar V60, compartilhando a base do sedã S60 e do SUV XC60.
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