Fábricas usam férias, banco de horas e licenças para desafogar pátios
Os números constantemente negativos do setor automotivo em 2015 já afetam de forma mais dura a rotina das fábricas. Após nova queda acentuada nas vendas registrada em abril, de 25,19% em relação ao mesmo mês do ano passado (segundo relatório da Fenabrave, a associação dos concessionários), montadoras usam vários artifícios para reduzir ou até paralisar a produção por alguns dias.
As medidas visam a desafogar os pátios, cada vez mais lotados, sem ter que apelar para a dispensa de funcionários -- algo que, por enquanto, não têm estimulado nada mais do que greves e problemas ainda maiores para os executivos.
Segundo informações da Agência Brasil, a Volkswagen aproveitou o feriado prolongado de 1º de maio e emendou um período de dez dias de férias coletivas na linha de montagem de São Bernardo do Campo (SP), válido para 8 mil dos 13 mil funcionários da unidade. Isso porque um recente acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos impede demissões até 2016.
O mesmo fez a Fiat em Betim (MG), de acordo com a Reuters: cedeu férias coletivas para 2 mil pessoas por 20 dias, a partir da próxima segunda-feira (11).
Ainda conforme a Agência Brasil, outras duas fabricantes instaladas no ABC paulista apelaram a diferentes táticas: a Ford colocou 424 trabalhadores em banco de horas; já a Mercedes-Benz, que produz caminhões em São Bernardo, tentou demitir 500 metalúrgicos há duas semanas, mas perdeu a batalha contra o sindicato local e teve de prorrogar o período de layoff (suspensão temporária de contratos) de aproximadamente 750 nomes até 15 de junho.
No caso da GM, instalada em São Caetano do Sul, a solução foi dar licença remunerada a 467 metalúrgicos na última terça-feira (5). Segundo o site Automotive Business, outros 819 metalúrgicos daquele complexo já estavam em regime de layoff, totalizando 1.286 funcionários afastados.
Chery parada
Também segundo a Automotive Business, o caso da Chery, fabricante chinesa que recentemente lançou seu primeiro carro produzido no Brasil, o hatch Celer, é ainda mais grave: os 470 trabalhadores da unidade de Jacareí (SP) completaram nesta semana um mês de paralisação.
Eles exigem, além de aumento do piso salarial de R$ 1.199 para R$ 1.850 (algo com o qual a montadora já haveria concordado), que a Chery assine a chamada convenção coletiva do setor, um documento que trata de compromissos como não terceirização de atividades-fim (produção), estabilidade para lesionados e licença-maternidade de 180 dias.
Sem poder produzir nacionalmente, a marca teve de apelar à importação de 1.000 unidades do subcompacto QQ reestilizado a toque de caixa, para segurar as vendas até a normalização do cenário.
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