GM já contabiliza 100 mortes em escândalo de defeito na ignição
A General Motors reconheceu nesta semana que pelo menos 100 pessoas morreram como resultado do defeito no sistema de ignição em modelos fabricados pela montadora entre o final da década de 90 e meados dos anos 2000.
Uma falha nos interruptores de modelos como Cobalt e Malibu levavam a ignição a mudar involuntariamente para fora da posição "ligada", desabilitando airbags e outras funções. Conforme apontam as investigações do governo e de outros órgãos americanos, diretores da companhia souberam do problema mais de dez anos antes de iniciarem, em fevereiro do ano passado, o recall de 2,6 milhões de unidades afetadas em todo o mundo.
Segundo relatório do fundo de indenização independente do grupo, dirigido pelo advogado Kenneth Feinberg, pedidos de compensação financeira por 37 mortes e 537 casos de lesões em acidentes ocasionados pela falha permanecem sob avaliação. De 1º de agosto de 2014 até 31 de janeiro deste ano, período em que ficou aberto o período de apresentação dos pedidos de indenização, 4.342 requerimentos foram contabilizados.
Indenizações aprovadas
Ainda de acordo com o fundo, há pelo menos 12 casos com indenização já aprovada de lesões incapacitantes, como danos cerebrais ou dupla amputação, e 172 para hospitalização ou tratamento médico ambulatorial.
As indenizações por morte serão de pelo menos US$ 1 milhão (cerca de R$ 3 milhões); já as compensações por ferimentos físicos terão piso de US$ 20 mil (R$ 60,3 mil). Para isso, os requerentes devem renunciar dos direitos de litígio (ou seja: retirar qualquer ação judicial contra a fabricante).
No total, a GM reservou US$ 400 milhões (R$ 1,2 bilhão) para bancar as indenizações.
Investigações
Além de problemas com os consumidores, a GM enfrenta uma série de sindicâncias abertas por órgãos americanos como Departamento de Justiça, Congresso e Comissão de Valores Mobiliários, todas por suspeitas de negligência em solucionar o problema na época em que foi descoberto.
Em meados de abril, um juiz decidiu que o pedido de falência de 2009 isentava a montadora das ações judiciais que buscam tornar a GM atual responsável por reivindicações relacionadas a datas anteriores ao pedido de falência, caso do escândalo das ignições defeituosas.
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