Renault prepara Captur "esticado" em base do Duster para o Brasil
Desde que foi apresentado ao público europeu como versão de produção, no Salão de Genebra de 2013, o Captur entrou no radar da Renault brasileira. Montado sobre a base do Clio IV, o crossover compacto tem no visual harmonioso e na proposta urbana dois bons atributos para cair no gosto do público local.
Entre promessas e testes de homologação, a crescente desvalorização do real frente a dólar e euro foi afastando as chances de o modelo, feito em Valladolid (Espanha), ser importado para cá. A solução encontrada pela divisão nacional da montadora francesa foi repetir a tática adotada com o Sandero RS, esportivo criado para suprir a ausência do Mégane RS, que também deixou de ser viável por conta do câmbio.
No caso do Captur, UOL Carros apurou que a fabricante prepara, para o segundo semestre do ano que vem, uma configuração "tropicalizada" montada em cima da plataforma do Duster. A produção ocorrerá em São José dos Pinhais (PR).
Aqui, porém, as propostas vão se inverter: o Captur nacional continuará a ser um crossover, mas será "esticado" para ficar maior e mais espaçoso do que o SUV, ocupando patamar superior na gama. A promessa é que padrão estético e nível de acabamento sigam fiéis ao Captur original, incluindo transposição e adaptação de peças para o modelo local. Não espere, portanto, preço inicial abaixo de R$ 80 mil. Versões de topo flertarão com a casa de R$ 100 mil.
Sua função, além de inaugurar um segmento de maior valor agregado, no qual a Renault ainda não atua, será promover a estreia da nova identidade visual europeia da marca entre os veículos fabricados localmente. Ele também formará, junto com o pequenino Kwid, substituto do Clio, a dupla de lançamentos mais importantes da fabricante no ano que vem.
Novidades no trem-de-força
Como a Renault fará para esticar a plataforma do Duster (também usada por Sandero e Logan)? Já fez: com a Oroch, a marca conseguiu alcançar 36 cm a mais de comprimento e 15 cm extras de entre-eixos em relação ao SUV -- que mede 4,33 m e 2,67 m, respectivamente, nesses quesitos. O Captur brasileiro deve ficar no meio-termo entre ambos.
Informações sobre o trem-de-força continuam guardadas a sete chaves. Segundo o site Autos Segredos, porém, a opção 2.0 flex de Duster e Oroch será mantida, recalibrada para ir além dos 148 cv e 20,9 kgfm entregues para os irmãos de plataforma. Um outro motor, "emprestado" da parceira Nissan, pode entrar na linha. Tração será dianteira ou integral.
Transmissão manual de seis marchas deve integrar versões de entrada. Para as mais caras, há boas chances de pintar novidade. Defasado, o câmbio automático de quatro marchas não atende à proposta de conforto e refinamento do crossover. Em seu lugar, UOL Carros aposta na adoção de um automático convencional mais moderno ou... do CVT, já usado pelo Fluence argentino.
Jeito de Kadjar
Ao mesmo tempo que já foi flagrado em terrítório nacional na configuração europeia (conforme mostram as imagens do álbum que abre o texto), o Captur já apareceu em testes no exterior usando a base do Duster brasileiro, conforme mostrou o site Carscoops. Lá, já com entre-eixos maior e bastante camuflado, o utilitário urbano demonstra ter dimensões e silhueta semelhantes às de outro modelo: o Kadjar, que é inspirado no Captur, mas usa base do Nissan Qashqai.
As propostas, contudo, mudam no interior. Se o Kadjar leva até sete passageiros, o "Grand Captur" brasileiro será homologado para andar com cinco pessoas, daí a justificativa da Renault em manter o nome alinhado ao do crossover menor.
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