Novo Toyota SW4 fica mais caro que Trailblazer: parte de R$ 205.000
Com a nova geração lançada em 2012, o Chevrolet Trailblazer mudou de patamar e ficou bem mais caro que o rival Toyota SW4. Agora, a conta se inverteu. Três meses depois de apresentar a oitava geração da Hilux -- que por enquanto só existe no Brasil em versões a diesel, convivendo com a antiga Hilux flex --, a Toyota mostra nesta quarta-feira (17) a segunda geração do SW4, SUV grande para cinco ou sete pessoas.
O modelo chega às lojas ainda nesta semana, a partir de Zárate (Argentina), somente em uma versão de topo (a SRX), com motor V6 a gasolina ou 4-cilindros 2.8 turbodiesel, sempre com câmbio automático. Motor flex, apenas no segundo semestre.
Como ocorre com a picape, o inicial é salgado: R$ 205.000. Confira configurações e valores do novo SUV:
+ SW4 4x4 SRX V6 A/T (sete lugares): R$ 205.000
+ SW4 4x4 SRX 2.8 TDI A/T (cinco lugares): R$ 220.000
+ SW4 4x4 SRX 2.8 TDI A/T (sete lugares): R$ 225.000
Em 2015, a marca japonesa emplacou 8.693 unidades do utilitário, número expressivo para um modelo do porte. Até então, porém, o SW4 usava motor 2.7 flex e partia de R$ 135.850, uma diferença de quase R$ 70 mil na base -- 51,5% de aumento.
Quem não fizer questão desse pacote a preço maior deve correr: diferente do que ocorre com a picape, as vendas do SW4 atual só duram enquanto houver estoque.
Devolvendo o "favor"
É sempre bom lembrar que o SW4 vendia bem até então por sem bem mais barato que o principal concorrente, o Chevrolet Trailblazer, que parte de R$ 163.790 para a versão 3.6 V6 a gasolina, indo a R$ 192.090 com motor 2.8 turbodiesel, sempre com sete lugares e câmbio automático de seis marchas. O SUV da General Motors ficou muito mais caro na atual geração e acabou perdendo vendas, inclusive entre frotistas e frotas de segurança pública pelo país -- o Estado de São Paulo pode ser citado como exemplo deste último caso. Agora, o jogo pode virar. Ou empatar, com vendas baixas para ambos.
Mesmo com a disparada de valores, executivos da Toyota apostar na manutenção do nível de emplacamentos graças ao "fator novidade", ancorado no visual arrojado e equipamentos atuais. Tanto é assim, que a marca espera vender mais unidades da versão mais cara, a diesel e com sete lugares (75% do total).
Além disso, ainda segundo a Toyota, outro fator deve segurar as vendas do SW4 em relação ao rival: o "custo de propriedade". Teoricamente, o SW4 desvaloriza menos ao longo dos anos que modelos concorrentes, permitindo que o dono revenda o SUV após um ou dois anos com menor desvalorização. Resta saber se a conta continuará batendo para esta nova geração.
Longe da picape
Nesta segunda geração, o SW4 quer se desvincular totalmente da Hilux, ao menos em estilo. Os traços do SUV estão mais ousados (e bonitos), com faróis afilados nas pontas, grade mais estreita e margeada por grossas bordas cromadas nas laterais, e para-choque cortado por uma arrojada tomada de ar no miolo, formando uma dianteira dividida em "andares". A traseira segue esta linha, com lanternas bipartidas afuniladas na parte interior, integradas por filete cromado.
As configurações mudam apenas em relação a motorização e número total de passageiros, possuindo o mesmo pacote de série: faróis full-LED; rodas de liga leve aro 18 com pneus mistos; chave inteligente para abertura automática das portas; sete airbags; direção elétrica; volante multifuncional revestido em couro; bancos em couro natural e sintético; rebatimento por alavanca "um-toque" nos assentos intermediários e traseiros; sistema multimídia com tela tátil de 7 polegadas, navegador GPS, TV digital, DVD, MP3, Bluetooth e seis alto-falantes; computador de bordo em tela LCD colorida de 4,2 polegadas; ar-condicionado automático digital com saídas para todas as fileiras; e porta-malas com carregador de 220V.
Com preço tão salgado, é claro que o SW4 não poderia cometer a mesma heresia da Hilux, que não oferece vidros elétricos em versão de R$ 130 mil. No SUV, o item se encontra presente em todas as variantes.
Painel está mais baixo, mas foge do estilo limpo da Hilux e adota uma decoração carregada, com elementos em couro marrom ou simulando madeira que acentuam o ar de "utilitário para tiozões". Apesar de ter espichado 9 cm (para 4,79 metros), o SW4 perdeu 0,5 cm de entre-eixos (2,74 m) e 1,5 cm de altura (1,83 m), diferença que não compromete o amplo espaço interno. Ombros ficarão até mais folgados com os 1,5 cm ganhos na largura (1,85 m).
Motor e mecânica
Configuração mais barata, exclusiva para sete lugares, usará um motor V6 aspirado de 4 litros só a gasolina, com 238 cv e 38,3 kgfm. A de topo, disponível com terceira fileira de bancos ou não, virá com o mesmo propulsor 2.8 turbodiesel da Hilux: a potência é menor, 177 cv, mas o torque cresce para excelentes 45,9 kgfm, entregues logo a 1.600 rpm (o V6 precisa chegar a 3.800 giros para alcançar o pico de torque). Transmissão é sempre automática de seis velocidades, com relação 5% mais curta na primeira marcha e 19% alongada na última, a fim de proporcionar até 11% de economia em consumo (com relação ao antigo SW4 diesel).
Para deixar o utilitário menos molenga e barulhento, a Toyota construiu o chassi com 66 pontos de solda extras na nova geração, aumentando a rigidez torsional em 20%. Suspensões contam com braço inferior de controle 2 cm mais baixo e barras estabilizadoras reforçadas, o que, segundo a marca, também contribuiu para reduzir os ruídos. Controles de estabilidade e tração, assistentes de partida em aclives e declives, assistente de reboque (ajuda a carga a permanecer em linha reta), dois modos de condução (Eco e Power), e tração 4x4 com seletor eletrônico e bloqueio do diferencial traseiro são os itens que permitem adequar a condução a situações específicas, dentro ou fora do asfalto.
A fabricante oferecerá três anos de garantia, com limite de 100 mil quilômetros, além de 32 acessórios nas concessionárias e seis opções de cores. Branco Pérola e marrom Metálico são as novidades.
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