Nissan Versa e March recebem CVT em junho; saiba como andam
Não há mais dúvidas de que a Nissan aposta todas as fichas no ano de 2016 para finalmente figurar entre as marcas relevantes no Brasil: depois de confirmar a venda do supercarro GT-R, anunciar sistema de conectividade para seus compactos, fazer investimento gigante para ter o Kicks como líder de SUVs até 2017 e liberar série especial limitada do March, é hora de atender à antiga demanda de compradores e lançar câmbio CVT para March e Versa.
Chamada de Xtronic CVT, a transmissão continuamente variável para hatch e sedã compactos começa a ser produzida em maio. As vendas começam em junho. Além de March e Versa, há enormes chances de que o Kicks também tenha configuração com câmbio CVT. Ainda não há definição de versões e preços.
Ajustes finais de dirigibilidade, acústica e de produto serão feitos até a apresentação, também em maio. Está definido, porém, que apenas os carros equipados com motor 1.6 flex, quatro-cilindros de 111 cavalos e 15,1 kgfm (gasolina ou etanol) terão o novo câmbio. Não há projeto de CVT para o 1.0 três-cilindros.
Foram seis meses de desenvolvimento para moldar o CVT compacto existente em outros mercados para o uso com motor bicombustível. Segundo a marca, o CVT representa "um passo além do que se oferece no segmento".
Gerente de marketing de produto da Nissan, Cristiane Sanches afirma ainda que March e Versa CVT terão nota A em consumo no programa de etiquetagem do Inmetro e vantagem sobre rivais como desempenho de aceleração e faixa de relação de marchas ampliada (8,7:1).
Foram citados como rivais compactos equipados com câmbios automatizados simples (Fiat Palio, Punto e Siena/Grand Siena com Dualogic; Volkswagen Gol, up!, Fox e Voyage com I-Motion; Renault Sandero e Logan Easy'R); com automáticos de quatro marchas (Citroën C3 e Peugeot 208); e automáticos de seis marchas (Chevrolet Onix e Prisma; Hyundai HB20 e HB20S).
Ford Fiesta Powershift (automatizado de dupla embreagem e seis marchas, que é mais caro, mas cumpre a mesma proposta) e Chevrolet Cobalt 6AT (que seria rival do Versa entre frotistas) não foram citados como concorrentes.
Como anda
UOL Carros experimentou um protótipo do Versa CVT em duas sessões, cada uma com um trajeto de cerca de 10 quilômetros, em rodovia e também em ruas com péssimo pavimento nos arredores de São José dos Pinhais (PR).
Apesar de o projeto estar quase pronto, o carro ainda é conceitual por não ter isolamento acústico finalizado, nem ter uma versão definida. Equipamentos do sedã remetiam à atual versão Unique (R$ 56.190): ar-condicionado digital, vidros elétricos dianteiros com um toque, rodas de 16 polegadas com acabamento escurecido, retrovisores externos com repetidor de seta, sistema multimídia. O emblema, porém, eram da SL (R$ 50.690), mais em conta e menos equipada.
Segundo executivos da Nissan, ainda será definido se todas as versões de Versa e March 1.6 terão opção de câmbio CVT. Ou se isso ficará a cargo apenas das versões de topo. Estuda-se o melhor cenário para atender tanto a pessoas físicas, quanto a frotistas, já que o objetivo é vender bastante.
Em movimento, surpresa: o Versa CVT se porta melhor do que qualquer outro modelo com este tipo de câmbio no mercado nacional -- e aqui falamos de Sentra e Altima, Honda Fit e City e até Toyota Corolla.
Segunda a engenharia da Nissan, o câmbio CVT fabricado no México e desenvolvido no Brasil proporciona sensações mais diretas ao acelerador, melhor saída e vantagem em retomadas, melhor uso do regime de rotações do motor e redução de velocidade em descidas com utilização de freio motor.
Com projeto específico para motor flex de porte compacto e leve, a transmissão tem correia com maior capacidade de transmissão de torque, embreagens com diâmetro ampliado para melhoria da faixa de rotações e polia mais rígida para melhorar estabilidade do sistema, manter potência e resumir atrito -- e consumo.
Na prática, não há tranco em saídas e retomadas; não há indecisão em ultrapassagens na estrada; principal: não há morosidade e tédio na estrada, ao passo em que o carro é muito esperto em ambiente urbano.
Mesmo sem contar com a "firula" de marchas virtuais, o câmbio CVT casa bem com o regime de funcionamento do motor 1.6 flex. Há o recurso de overdrive (posição L) para situações em que é necessário arrancar com maior uso de torque.
Silêncio a bordo também é virtude do CVT: mesmo sem o isolamento finalizado, a paz reina na cabine do Versa. A programação do conjunto permite trabalho sempre na faixa de 1.900 giros em velocidade de cruzeiro (120 km/h). Se necessário, o carro responde rapidamente às pressões sobre o acelerador.
Com o funcionamento tranquilo e em baixas rotações vem o bom consumo. A marca fala em índice oficial de 7,7/10,3 km/l de etanol (cidade/estrada) medido pelo Inmetro. O painel do Versa indicava média bem próxima, de 7,8 km/l.
Resta saber qual o preço para saber se além da evolução técnica haverá também evolução nas vendas.
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