Assim como Brasil, China se rende a conforto e ostentação do SUV
Um em cada quatro veículos vendidos na China hoje é um SUV.
Em 2015, dos 24,6 milhões de automóveis de passeio e comerciais emplacados no atual maior mercado automotivo do planeta, 6,3 milhões foram do tipo utilitário-esporte. Os dados são do site chinês Gasgoo.
Estamos falando de uma impressionante fatia de 25,6%. Para se ter ideia, no Brasil, outro país que vive a febre, os SUVs representaram "só" 14,82% do total de carros comercializados no ano passado.
A evolução dos números já pode ser sentida nas ruas do gigante asiático.
Em visita ao Salão de Pequim 2016, UOL Carros constatou a presença maciça desse tipo de veículo. Em duas metrópoles visitadas pela reportagem, Pequim e Chongqing, é impossível olhar para uma esquina ou semáforo sem enxergar ao menos um utilitário.
Razões para tamanho crescimento não diferem muito daquelas que ajudaram a alavancar o segmento no Brasil: enquanto porte e robustez conferem status, as dimensões e a posição elevada do motorista aumentam a sensação de conforto.
Mais filhos, maior o carro
Mas há um fator extra, conforme explicado a UOL Carros por Mu Gang, presidente global da Lifan Motors: as famílias precisam de mais espaço a bordo.
"No fim do ano passado a política de restrição de filhos mudou de uma para duas crianças por casal. E famílias maiores precisam de veículos maiores", observou.
De fato, a evolução mensal das vendas de SUVs na China em 2015 demonstra o salto: o índice saltou de 489 mil unidades em janeiro para 809 mil em dezembro.
Como consequência, de 2014 para 2015 o mercado de utilitários esportivos cresceu absurdos 52,7%, contra 9,6% de alta geral do setor.
Para 2016, a expectativa do chefão da Lifan é que a alta supere novamente os 40%.
Tamanho é documento
Diferentemente do Brasil, em que o segmento exponencial é o de SUVs compactos, os chineses gostam mesmo é de modelos maiores. Embora a procura por suvinhos tenha crescido 104% em 2015, as segmentações média e grande somaram juntas 4,5 milhões de unidades, o equivalente a 71,6%.
Nas ruas é possível perceber a preferência. No caso de dois grandes centros financeiros visitados pela reportagem, a ostentação é ainda maior: há uma quantidade enorme de modelos das alemãs Audi, BMW, Mercedes-Benz e até Porsche (principalmente o Cayenne).
Crossovers e jipões da Land Rover, em especial os Range Rover Evoque e Vogue, também aparecem com frequência, assim como SUVs coreanos de Hyundai e Kia, e japoneses de Toyota, Honda e Nissan.
Isso não significa que não haja representantes genuinamente chineses rodando em terra natal.
Segundo o Gasgoo, a marca que mais comercializa utilitários no país é a Great Wall, com a linha Haval. Changan e JAC -- com S3 e S5, os nossos T5 e T6 -- também possuem presença relativamente forte.
Caras conhecidas
Tanto em Chongqing quanto em Pequim conseguimos flagrar alguns suvinhos menores e que já estão manjados no Brasil, como Ford EcoSport e Honda HR-V. Uma prova de que há espaço para todos os tipos e gostos num mercado tão grande e diverso.
Viagem a convite da Lifan Motors do Brasil
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