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Ford Fiesta estreia motor 1.0 mais potente do Brasil: 125 cavalos

André Deliberato

Do UOL, em São Paulo (SP)

25/05/2016 15h35

Conforme adiantado por UOL Carros em dezembro do ano passado e reforçado em janeiro deste ano, durante o Salão de Detroit, a Ford vai lançar no Brasil o novo motor 1.0 EcoBoost (com turbocompressor, injeção direta e comando de válvulas variável) em junho, inicialmente no Fiesta.

A marca apresentou à imprensa e convidados nesta terça-feira (25), em São Paulo (SP), novidades sobre o tecnológico motor, que promete ser o mais potente do segmento de 1 litro -- são 125 cavalos e 17,3 kgfm de torque (disponíveis quase por inteiro a apenas 1.400 rpm). Segundo a Ford, ele é capaz de fazer o Fiesta acelerar de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos, 20% mais rápido que o atual Fiesta 1.5.

Para efeito de comparação, o Volkswagen up! TSI, também equipado com motor 1.0 turbo, tem 105 cv e 16,8 kgfm de torque (a 1.500 rpm) com etanol -- e 101 cv e 16,8 kgfm com gasolina. Hyundai HB20 1.0 turbo tem números parecidos com o carro da Volks: 105 cv e 15 kgfm com etanol; 98 cv e 13,8 kgfm com gasolina.

Atualmente, o Fiesta é equipado com motor 1.5 Sigma (112 cv e 15 kgfm de torque com etanol; 107 cv e 14,9 kgfm com gasolina) ou 1.6 Sigma TiVCT (128 cv e 16 kgfm com etanol; 125 cv e 15,8 kgfm com gasolina). Os preços variam entre R$ 49.990 (1.5 S) e R$ 69.490 (1.6 Titanium Powershift). 

Motor 1.0 EcoBoost (125 cv e 17,3 kgfm) tem desempenho semelhante ao de um 1.6 - Divulgação - Divulgação
Motor 1.0 EcoBoost (125 cv e 17,3 kgfm) tem desempenho semelhante ao de um 1.6
Imagem: Divulgação

1.5, 1.6 e... 1.0?

O novo 1.0 EcoBoost não deverá substituir nenhuma das atuais configurações de motor do Fiesta (1.5 e 1.6) e será oferecido no topo da gama, por meio de alguma versão à parte, possivelmente lado a lado com Sport e Titanium.

A justificativa para tal posicionamento não está só nos bons números de desempenho e de baixa emissão de poluentes, mas também no preço do trem-de-força, que será importado da Romênia. O motor, portanto, não é uma adaptação feita em cima do atual 1.0 TiCVT de três cilindros oferecido na linha Ka e Ka+.

Executivos da marca preferiram se esquivar de perguntas relacionadas ao Fiesta, mas deixaram escapar que o carro poderá combinar o novo motor EcoBoost com o câmbio automatizado Powershift, de seis marchas e dupla embreagem.

O que ele tem?

Ele usa bloco de ferro -- segundo a Ford, mesmo mais pesado, o uso desse material serve para evitar vibração em excesso -- e cabeçote em alumínio, tecnologia já vista em motores da concorrência, mas seu maior trunfo é o fato de poder unir turbo, injeção direta e comando de válvulas variável em um mesmo pacote "de maneira otimizada e acessível", de acordo com a Ford.

"O grande segredo do 1.0 turbo da Ford é poder unir turbocompressor, injeção direta e comando de válvulas variável em um mesmo pacote, de uma forma que o cliente desse segmento possa ter acesso a esse tipo de tecnologia", explica Enio Dill Gomes, diretor de Powertrain da Ford para a América do Sul.

A injeção direta utiliza eletroinjetores de alta pressão, que elimina o desperdício de combustível nos dutos de admissão e garante melhor combinação entre alta potência e eficiência.

O duplo comando variável de válvulas, na admissão e no escape, permite a abertura tardia das válvulas de escape para melhorar o consumo de combustível e o cruzamento de válvulas para aumentar o torque em baixa rotação -- por conta disso, a Ford garante que o famoso turbolag, comum em carros turbinados, será o menor possível no Fiesta EcoBoost.
 
O turbocompressor trabalha com pressões de até 1.5 bar. A Ford também utiliza bomba de óleo otimizada e correia banhada a óleo para reduzir atrito e trazer economia adicional de 1%. "Tudo sempre em prol da melhor eficiência energética", garante Volker Heumann, chefe de Engenharia de Motores da Ford América do Sul.

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