Série especial Nissan March Rio chama atenção; falta desempenho
"Esse carro é seu?". "Sim, está comigo". "Esse aí é aquele...". "É o Nissan March". "Isso! Ficou muito mais bonitão desse jeito. Você que personalizou?". "Não, é uma série especial para as Olimpíadas". "Muito legal, parabéns!".
O diálogo acima é real: ocorreu numa esquina do centro de São Paulo. O carro em questão era o Nissan March Rio, edição limitada a 1.000 unidades do compacto feita para celebrar a chegada dos Jogos Olímpicos ao Rio de Janeiro, em agosto.
Baseada na versão 1.6 SL, a série esportivada custa R$ 53.990 e está à venda desde o fim de março.
O que tem de novo
O preço está R$ 2.500 mais caro que o do March SL, valor que serve para acrescentar: brasão com o símbolo dos Jogos nas laterais e tampa do porta-malas; rodas de liga leve aro 16 com acabamento escurecido; máscara negra nos faróis; saias laterais e nos para-choques (todas com a inscrição "Rio 2016" em laranja); e retrovisores com capa em preto brilhante.
Há ainda costura laranja, grafismos no revestimento dos bancos e tapetes bordados com o logotipo das Olimpíadas na decoração interna. Opções de pintura são três: preta sólida, branca perolizada (a da unidade testada por UOL Carros) e prata metálica. As duas últimas demandam gasto extra de R$ 1.150 e incluem teto preto.
De resto, o pacote é idêntico ao do March de topo: direção elétrica progressiva, acelerador eletrônico, ar-condicionado automático digital, câmera de ré e trio elétrico.
Destaque para o muito bem acertado sistema multimídia Multi-App, inaugurado pela edição Colors e que permite baixar e usar aplicativos do Google direto na central, por meio de comandos bastante intuitivos, gráficos modernos e conexão Bluetooth ou entrada USB (além de consumir o plano de internet do próprio celular).
Como é (e anda)
Sejamos sinceros: desde que foi reestilizado e teve sua produção nacionalizada, em 2014, o March nunca empolgou. Jamais esteve entre os 10 carros mais vendidos do Brasil e sua presença, seja nas ruas ou na boca de quem conversa sobre automóveis, foi sempre discreta.
A reação do transeunte ao ver o March Rio mostra como uma solução estilística relativamente simples foi capaz de deixar o pequeno hatch bem mais estiloso... e chamativo.
Exageros dos detalhes em laranja à parte, seguir a receita de saias laterais e nos para-choques, faróis, grade, rodas e retrovisores escurecidos, e colunas B e C em preto piano foi certeira para dar ao compacto um ar esportivo bastante interessante.
Certamente estamos falando de um dos carros esportivados mais legais disponíveis atualmente em nosso mercado.
Faltou converter toda essa pinta de malvado em desempenho. Suspensões, tração e trem-de-força seguem inalterados, incluindo o motor 1.6 4-cilindros flex de 111 cv e 15,1 kgfm (etanol ou gasolina) e a transmissão manual de cinco marchas.
Não é um propulsor ruim: ele é capaz de movimentar o pequeno hatch com certa dose de esperteza, só que não vai entregar o rendimento que o visual do March Rio sugere -- uma ironia em se tratando de série que homenageia um evento... esportivo.
Problemas de ruído do motor e de imprecisões nos engates do câmbio, já conhecidos do March 1.6 SL, persistem na série especial.
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