Novo Citröen C3 cresce demais e Brasil vai de "via chinesa"; assista
Apresentado em nova geração no Salão de Paris 2016, o hatch compacto Citroën C3 está mais bonito e descolado, lembrando bastante o diferente C4 Cactus. Ele cresceu tanto com o novo projeto, que passou totalmente dos limites super apertados da Citroën local. Com isso, um novo modelo para o Brasil deverá surgir dos novos acordos do Grupo PSA com a chinesa Dongfeng.
Então, aproveite para fruir das formas e contornos do novo C3 no vídeo (assista aqui) e álbum (aqui) que ilustram a reportagem -- ambos exclusivos --, pois será a única forma de curtir o modelo por aqui.
Infelizmente, a filial local da marca francesa já avisou não ter qualquer plano próximo para o C3. Em entrevista a UOL Carros durante o evento, o presidente do grupo PSA para a América Latina, Carlos Gomes, explicou a decisão.
"Nosso C3 está alinhado ao que é oferecido atualmente no país e os custos não justificariam a mudança. Já anunciamos um plano para seguir atualizando nossos produtos no Brasil até 2021", disse.
O chefão latino-americano da fabricante usou como exemplo a estreia do propulsor 1.2 3-cilindros aspirado da família PureTech, que deixou o C3, ao lado do Peugeot 208, entre os carros a combustão mais econômicos do Brasil.
Via chinesa
Se o novo C3 europeu usa plataforma BVH1 (a mesma do nosso, porém evoluída), a próxima geração do modelo brasileiro seguirá outro caminho, utilizando alternativa chinesa: vai adotar a base modular CMP, feita em parceria com a chinesa Dongfeng (acionista da PSA).
Tal plataforma deve chegar ao país em 2019. Gomes não especificou qual veículo promoveria sua estreia.
O que perdemos?
Com a decisão quem perde é o mercado brasileiro. Não é só o visual agressivo: o novo C3 é mais eficiente, não apenas em motorização, mas também nas soluções utilizadas.
LEDs definem conjunto óptico e lanternas (tridimensionais, como no DS3; por aqui há apenas a luz diurna); "airbumps" (peça plástica com "bolsas de ar" que servem tanto para proteger a parte metálica da lateral da carroceria quanto ampliar o estilo; cores novas (nove) e até personalização de retrovisores e teto (formando 36 opções de estilização).
Nova linha de motores traz opções de 3-cilindros bem eficientes: há o 1.0 aspirado, que parte dos 68 cv, o 1.2 aspirado de 82 cv (com start/stop) e a grande aposta do 1.2 turbo de 110 cv. Câmbio é manual ou automático, ambos de seis marchas.
Tudo isso para um carro maior e mais amplo, com quase 4 metros de comprimento e 2,54 m de entre-eixos (ganho de 8 centímetros).
Conectado... E de olho
Sistema multimídia Connect Nav com reconhecimento de voz, projeção de celulares via Apple CarPlay ou Android Auto e até espelhamento pleno, via Mirror Link, não difere muito daquele já oferecido no C3 brasileiro.
A diferença é que ele dispõe de um aplicativo chamado ConnectedCAM, oferecido como opcional, que permite compartilhar fotos e vídeos nas redes sociais usando imagens captadas pela câmera frontal do automóvel.
Inicialmente fútil, o app coloca num carro compacto tecnologia existente, por exemplo, no poderoso Chevrolet Corvette. E também pode ter relevância jurídica em relação à segurança: caso ocorra um acidente, ele salva automaticamente as imagens dos 30 segundos anteriores e 60 segundos posteriores à colisão.
O hatch europeu oferece ainda assistente de estacionamento, alerta de mudança de faixa e até sugestão de parada por fadiga, itens que estão longe de virar realidade num modelo deste porte por aqui. O C3 é vendido na Europa em três versões (Live, Feel e Shine), a partir de 12.950 euros (R$ 47 mil).
*Viagem a convite da Anfavea
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