Brasil vai receber novo Ford Mustang; saiba o que muda no esportivo
Quando finalmente ganhar as ruas do Brasil, na virada de 2017 para 2018, o ícone dos muscle cars Ford Mustang terá quatro anos de vida na atual geração, que estreou em 2014. Tamanha demora terá um efeito colateral curioso (que muitos verão como interessante): o cupezão já virá com seu novo visual ao país.
UOL Carros participou de apresentação "secreta" do novo Mustang, feita na sede da Ford em Dearborn, cidade na região metropolitana de Detroit (EUA). Com proibição para câmeras, também não pudemos acelerar o novo modelo. Mas foi possível conhecer o carro em detalhes: entrar na cabine, observar as novas formas, analisar peças desmontadas e até ouvir o novo ronco do motor V8, que agora chega coordenado por câmbio automático de 10 marchas.
Resta à Ford definir o preço do carro para o país, bem como o pacote de itens. O que sabemos, porém, é que será um modelo para poucos: bem equipado, terá número restrito de unidades e preço elevado mesmo em relação a rivais -- o objetivo é "elitizar" e evitar a "popularização" ocorrida com o Camaro (que virou sucesso sertanejo), algo que a marca julga ser negativo.
Jeito tunado
Mais delgado, arrojado, tecnológico (e até mais econômico), o novo Mustang estreia no segundo semestre nos Estados Unidos, após vender mais de 350 mil unidades em três anos. Segundo Mark Schaller, gerente de marketing para o Mustang, as mudanças vieram de alterações usadas no Shelby 350 (uma das configurações mais poderosas e estilosas do modelo, com mais de 500 cavalos), mas também de alterações feitas por clientes e preparadoras, que fizeram sucesso em edições do Sema Show (evento anual dedicado a carros tunados, que acontece em Las Vegas).
Essa será uma das apostas para vender mais o modelo entre consumidores mais jovens e ligados em preparações.
Por conta disso também, o carro fica mais forte e potente, com modificações feitas tanto no motor 2.3 Ecoboost (com turbo, estará mais forte que o V6 atual, mas não virá ao Brasil), quanto no V8 de 5 litros (confirmado para nosso país). De acordo com o engenheiro-chefe Carl Widmann, o motorzão ganhou potência e torque, com novo sistema (chamado de "Flex Port Fuel") que permite maior taxa de compressão e usa injeção direta em altos giros, trocando à injeção indireta em baixas rotações.
De toda forma, ainda não foi dessa vez que as novas especificações foram reveladas: no modelo atual, o Ecoboost rende 308 cavalos; já o V8 tem 441 cv e 55 kgfm.
Frente mais bicuda, capô alongado, para-choque com barbatanas adicionadas, spoilers ampliados, grade ativa (abre e fecha aletas controlando fluxo de ar), LEDs melhorados, aerodinâmica e suspensão traseiras reajustadas, controle de ajuste do chassis MagnaRide, além de três novas cores, 12 novos modelos de rodas de 18 e 19 polegadas, novos pneus da Michelin no pacote GT Performance Pack (255/70 e 275/40, com desenvolvimento feito em pistas de corrida) fazem o novo carro parecer menos com o Fusion e mais com o imaginário que o Mustang sempre teve.
Interessante é o novo escapamento ativo (também do Shelby 350), que usa auxílio eletrônico para mudar e ampliar o som do motor: é mais metálico e seco no modo normal, ficando encorpado, rouco e gostoso aos ouvidos dos fãs nos modos mais agressivos de controle.
Mustang mais "nerd"
Na cabine, que está mais requintada (mas curiosamente ainda mais retrô, sobretudo na comparação com o novo Chevrolet Camaro que UOL Carros testou), tela digital para o painel de instrumentos permite diferentes configurações e a escolha de modos de condução que vão do Normal ao Track (para pista, com opção de cronometragem dos tempos de volta e de resposta ao acelerador).
Claro, há ainda a tela central de 12 polegadas para o sistema multimídia Sync 3. Com isso, deve agradar aos "millenials", já que permite ter conexão Android Auto, Apple Carplay, bem como conexão direta à internet com 4G e Wifi.
Alertas ao motorista desatento em mudanças de faixa, bem como frenagem automática de emergência completam o pacote e mostram que mesmo os esportivos estão bem diferentes agora.
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